CAPÍTULO 1

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Meu nome é Carla, meus pais são pastores desde que eu nasci, quando eu era pequena eu amava tudo que era relacionado a igreja, mas cresci e comecei a ter minha própria vida. Desde então sou a vergonha dos meus pais, que sempre me repreendem por tudo que eu faço.

 Minha mãe é missionária e pastora e já viajou para muitos lugares fazendo missões: Moçambique, Angola, México e muitos lugares pelo Brasil a fora. Meu pai é pastor ele vai em algumas viagens com a minha mãe, mas o que ele gosta mesmo é de pastorear a sua igreja e cuidar das pessoas que já estão lá.

O problema é que eles não me levavam e me deixavam em escolas integrais e com babás. Cresci muito triste por isso, queria meus pais por perto, mas eles nunca estavam, quem estava lá por mim era Nicoly uma mulher da igreja do meu pai. Ela me ensinava as atividades da escola, me ensinava a cozinhar e eu era muito grata por ter ela na minha vida.

Mas eu cresci e fiz 14 anos, já não precisava mais de babás e então fiquei sozinha. Era muito popular na escola sempre fui muito extrovertida, mas não tinha muitos amigos de verdade... O tempo passou e tudo isso mudou, já não conversava com ninguém, só ficava sozinha e minha maior felicidade era a hora de ir embora.

Algumas semanas atrás umas meninas da minha sala estavam caçoando de uma outra garota por ser cristã, eu não fiz nada para defende-la, não era problema meu. Só que elas descobriram que meus pais são pastores e vieram mexer comigo, então eu disse que não era cristã e que nem mesmo ia a igreja- o que era verdade porque já fazia muito tempo que eu não ia- o problema foi quando elas disseram:

-- Então Carlinha - odeio quando me chamam assim- acho que você deve provar pra gente que não é dessa gentezinha miserável.- disse a loura alta que estava pertubando meu sono.

-- Deixa de ser chata eu não sou e pronto não tenho que provar nada pra você.- eu disse tentando me livrar dessas mal amadas.

-- Você vai tacar tinta nela- disse apontando pra garota cristã - e gritar pra todo mundo ouvir: onde está o seu Deus agora?- uma morena que estava no grupinho disse.

-- Vocês são psicopatas não vou fazer isso. - eu falei com elas.

-- Então está bem, faça como quiser.

 Só que as loucas não desistiram, eu estava indo no banheiro e a menina estava lá também, entrei em uma cabine do banheiro, e quando sai vi o mesmo grupinho jogando um balde de tinta em outra cabine, quando jogaram tudo, jogaram o balde na minha mão eu fiquei tão sem reação que eu nem mesmo percebi que estava com a prova do crime em minhas mãos. A menina saiu lá de dentro toda ensopada de tinta, foi aí que o grupinho começou a gritar com toda força.

-- onde está o seu Deus agora? Ele existe mesmo?- ela disse rindo- Acho que não!- e ainda saiu gargalhando.

Eu sem mesmo conseguir processar o que estava acontecendo na minha frente eu tentei ajudar.

-- Ai meu Deus, eu posso te ajudar?- pus o balde no chão - essas meninas são psicopatas.- só que a menina recuou ela estava com medo.

-- Não encosta em mim, você ajudou elas e quer vim fingir de amiga. Acho que já basta de humilhação...

 Foi ai que eu entendi elas fizeram tudo de propósito. Resumindo, a menina procurou a direção da escola, que chamou meus pais, eu fui expulsa por intolerância religiosa, tive que pedir desculpas para a menina sendo que eu nem fiz nada.

Neste momento eu estou no carro dos meus pais indo em direção ao maior castigo da minha vida. São 800km da minha casa e mais ou menos  12 horas de viagem, vou passar 6 meses com a minha tia, pelo que eu ouvi falar dela fiquei sabendo que ela é muito chata e que não é permitido se divertir perto dela.

A GAROTA QUE DESCOBRIU O AMORWhere stories live. Discover now