8. Morte debaixo de nós

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Eu olhei-me no espelho novamente e ali estava ela...

A escrava do vampiro.

Eu ainda não conseguia superar o facto de que iria morrer aqui. Que eu iria ficar aqui para sempre.

O Sr. Styles nunca me iria deixar ir embora. Nunca. Com o pensamento, lágrimas começaram a formar-se nos meus olhos, mas eu rapidamente limpei-as. 'Pensa nas palavras do teu pai! Pensa nas palavras do teu pai!' Eu repeti na minha cabeça.

Finalmente, eu lavei os meus dentes e saí da casa de banho. Com o que era que eu devia começar? Inúmeras possibilidades passaram-me pela mente, até que eu fui lá para baixo e passei por uma janela. Eu vi o sol a brilhar, embora estivessemos no meio do Inverno. Eu precisava de ar fresco desesperadamente, então eu decidi começar com o jardim.

Embora fosse Inverno, ainda havia muito que fazer no jardim. Eu devia admitir que este era enorme! O maior jardim que eu alguma vez tinha visto com pelo menos duas milhas de comprimento.

Eu comecei a ficar com frio e naquele momento desejei que tivesse levado comigo o meu casaco e cachecol. De qualquer forma, onde é que ambos estavam?

Parei de pensar neles e comecei a trabalhar. Um dia inteiro tinha passado até eu quase acabar o jardim. Eu sentia-me completamente cansada e o meu estômago não parava de roncar. Deus, eu já não comia há tanto tempo. Oh, perfeito! Bem, ao menos eu perco algum peso assim e as pessoas assim já não teram razão para me chamar de gorda.

Eu decidi que iria comer mais tarde depois de ver o jardim, mesmo bem. Haviam árvores muito altas e grandes arbustos que estavam cortados das maneiras mais estranhas de sempre. À minha direita, havia um arbusto com a forma de um leão e à minha esquerda havia um arbusto com a forma de uma águia.

Eu vi uma rosa vermelha no chão e peguei nela, mas arrependi-me logo.

Eu piquei-me num dos espinhos, o que fez com que sangue escorresse da pequena ferida e que caísse no chão com a rosa.

"Merda." Eu disse, antes de chupar o sangue com a minha boca, para que o limpasse.

Eu continuei a andar e vi muitas outras formas nos arbustos, até chegar ao fim do jardim. Havia uma enorme cerca à volta dele, contudo, aqui parecia que não havia, como se tivesse sido feito um grande buraco.

O que é que estava por detrás da cerca? Ou melhor... Será que eu podia escapar por ela? A curiosidade ganhou o melhor de mim e eu caminhei até lá; eu pensei que fosse ver a floresta, contudo, estava redondamente enganada.

Eu estava de pé à beira de um profundo buraco que estava cheio de coisas tão horríveis que só me queriam fazer vomitar.

Corpos nus enchiam o buraco, juntamente com insetos e vermes. Eles estavam uns em cima dos outros a apodrecer lentamente e o cheiro de centenas de corpos era completamente horrível. Eu conseguia ver que todos os corpos estavam cheios de sangue e todos eles tinham marcas de dentada nos seus pescoços. Como é que o Sr. Styles conseguia esconder tudo isto na parte de trás do seu jardim? Mas depois, eu comecei a perceber uma coisa...

As roupas que eu estava a usar... O Sr. Styles não disse de onde é que elas vinham.

Eram as roupas das pessoas mortas que ele tinha assassinado! Dos corpos diante de mim!

Eu estava a usar roupas de mortos!

Eu estava quase a hiperventilar e a tremer tremendamente, quando uma mão enorme cobriu-me os olhos, impedindo-me de ver toda aquela miséria... Eu fui virada ao contrário para me deparar com um peito forte. A pessoa pegou em mim e levou-me dali para fora, metendo-me de seguida no chão e quando eu olhei para cima, vi um par de olhos verdes.

"Não era suposto veres aquilo!" Ele gritou. Eu ainda estava a tremer e por muito que eu não quisesse, eu comecei a chorar e não conseguia parar mais. Eu estava em choque.

"E-Eu não s-sabia, Mestre! E-Eu não sabia m-mesmo! P-Por favor..." Eu implorei-lhe. Este incidente relembrou-me que tipo de monstro é que eu tinha perante mim.

As suas feições suavizaram, algo que eu não esperava. Eu vi... Compaixão...? A sua mandíbula estava cerrada e ele estava a franzir as sobrancelhas. Ele deu um passo na minha direção até estarmos a centímetros um do outro, comigo ainda a tremer de medo. Ele limpou algumas lágrimas, o que me confundiu. De onde é que estava a vir esta bondade?

"Está tudo bem..." Ele sussurrou, tentando-me acalmar. Era estranho, mas eu acreditei nele... Eu acreditei nele quando ele disse que tudo iria ficar bem. O que é que este 'monstro' estava a fazer comigo?

"Anda. Vamos para dentro." Ele disse e eu segui-o como um cachorrinho segue a sua mãe. A caminhada pelo grande jardim até ao castelo foi calma, nem sequer se ouvia pássaros a cantar.

"Sr. Styles?" Eu chamei.

"Sim?" Ele disse, sem me olhar.

"Como é que você sabia onde eu estava?"

"Bem, eu acho que perdeste algum sangue pelo caminho, não perdeste?" Imediatamente, eu pensei na rosa.

"Sim, eu acho que sim, Mestre..." Ele assentiu.

"E eu não te disse, amor, que te iria sempre encontrar?" Ele perguntou-me.

"Sim, você disse, Senhor."

"Bem, eu acho que o provei." Ele concluiu, olhando-me com um sorriso arrogante no seu rosto.

Eu assenti e vi que tínhamos chegado ao castelo. O Sr. Styles subiu as pequenas escadas e abriu-me a porta. Mesmo eu sendo a sua escrava, ele abriu-me a porta? Eu acho que são simplesmente as suas boas maneiras para com uma mulher... Ele fechou a porta atrás de nós e trancou-a, impedindo-me de sair.

"Eu acho que devias estar a preparar o meu jantar, Miss Fairchild." Ele ordenou-me de uma maneira súbtil.

"Claro, Mestre." Eu disse antes de ir na direção da cozinha. Eu iria começar a cozinhar logo após ter algo no meu estômago.

Eu rapidamente preparei uma sanduiche e comi-a, bebendo alguma água e de seguida, comecei a preparar a comida do Mestre que era uma salada com galinha e algum pão. Quando eu acabei, eu comecei a procurar por alguma bebida. Depois de procurar um pouco, finalmente encontrei uma garrafa de vinho tinto. Abri-a e tirei um copo, levando-a para a sala de jantar onde esperava que o Sr. Styles já estivesse sentado. E estava.

Ele estava sentado no seu lugar usual, brincando com o seu lábio como se ele estivesse nervoso com alguma coisa. Eu não me importei muito e entrei na sala. A sua cabeça imediatamente levantou-se na minha direção, olhando-me de cima a baixo.

Eu meti o prato à frente dele e o copo. "Tenha uma boa refeição, Senhor." Eu disse enquanto olhava para o chão.

"Obrigada, Miss Fairchild." Ele nisse num tom amigável, que eu não estava nada habituada. Normalmente, ele iria gritar para que eu saísse, mas agora... Nada. Ele até me agradeceu, embora ainda não tivesse começado a comer.

Eu decidi deixá-lo sozinho e comecei a caminhar em direção à porta, enquanto os olhos do Monstro seguiam-me.

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Desculpem o atraso! Mas com o Natal foi díficil meter um capítulo. (Feliz Natal :p)

Também estou a traduzir: DARK AND DANGEROUS LOVE e ELITES. Passem por lá! :)


Tess :)

The Beast (Tradução PT)Where stories live. Discover now