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Outubro, 2017A N G E L E S

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Outubro, 2017
A N G E L E S

Uma vez alguém me disse que todos os momentos que acontecem em nossas vidas nos levam direto nas direções que devemos seguir. E essa pessoa me disse que podemos chamar esses momentos de destino, porque eles acontecem da forma mais inesperada.

Hoje foi um desses momentos. Eu estou indo em direção ao meu destino e as minhas memórias novamente.

Eu não tenho o costume de tomar chá quente de manhã, mas hoje senti vontade e tiver que sair do consultório para poder comprar o meu chá mesmo que Leah estivesse insistindo em fazer isso por mim. Eu tomei o caminho mais longo durante a volta para poder olhar algumas lojas e ver as novas coleções de outono e cheguei à faixa de pedestres no tempo exato para poder encontra-lo.

Ele está do outro lado da rua.

O homem que habita na minha mente a quase dez anos está parado a alguns metros de mim. A minha memória está um pouco turva, mas eu sei que é por ele que eu tenho procurando por tanto tempo e que eu continuaria procurando por mil anos se fosse necessário.

Os carros param de andar e o sinal abre para podermos atravessar. Eu seguro o meu copo com mais força e começo a caminhar em direção ao outro lado no momento instante que ele começa a caminhar também.

A cada novo passo que dou na direção dele, sinto o meu coração bater mais forte no meu peito. As minhas mãos estão tremendo e mal consigo respirar por causa da minha ansiedade, mas eu tenho que conseguir chegar ao outro lado.

Nós passamos rapidamente um pelo outro por causa das pessoas que estão ao nosso redor que mal tive tempo de olhar para o rosto dele. Mas, eu vi algo importante antes dele passar por mim como um furacão.

O crachá da empresa na qual ele trabalha.

H&H Tecnologias de Comunicação

Trevor Hansen

Diretor Geral

Ao chegar do outro lado da rua, tiro o meu bloquinho de notas do bolso — carinhosamente apelidado como "minhas memórias em notas" — e escrevo sobre ele e sobre a primeira vez que eu o vi. Eu não posso confiar nas minhas memórias, porque ela falha na maioria das vezes e não posso me esquecer dele e nem do local em que ele trabalha.

Me viro para olhar do outro lado da rua e o vejo caminhando em direção aos prédios de Boston. O sorriso no meu rosto está largo que estou sentindo as minhas bochechas começarem a doer, mas eu não consigo conter a minha felicidade.

— Eba! — pulo de alegria e sinto o meu chá escorrendo pelas minhas mãos.

Jogo o copo de chá na lixeira mais próxima e continuo a caminhar em direção ao meu consultório. Eu irei me atrasar se não começar a caminhar logo em direção ao meu consultório para atender ao paciente das nove da manhã.

Sem medo de errar [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now