7 - f o r e v e r y t h i n g a r e a s o n

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Capítulo Sete.

And so they say lord for everything a reason
My house is haunted by wrong desire
And on my skin left the scent of indignation
And so they say baby, for everything a reason
Carina Round – For Everything a Reason


- Estou? Estou?

Chamei ainda esperançosa que quem quer que fosse ainda se encontrasse do outro lado. Porém, em vão. A chamada desligara-se e eu voltara a ficar na incerteza enquanto a dor preenchia o meu peito. Os meus joelhos falharam enquanto eu deixava que as lágrimas continuassem a cair. Eu não queria que a Scarlet me visse assim então assim que reuni as forças que necessitava para me levantar e encaminhar para a casa de banho foi o que eu fiz. Eu tinha tantas questões que revolviam e esgotavam a minha mente, que me enfraqueciam ainda mais. Se fosse Zayn que me estava a ligar porque é que simplesmente não aparecia? O que o estava a impedir? No entanto, quem me estaria a ligar se não ele? Todas as questões que tinha de debater comigo própria estavam a levar-me à loucura lentamente. Pensei em todos os momentos durante os sete meses em que estive com Lyn em York e nenhuma vez, isto sucedeu. Foi como se ele tivesse desaparecido de vez. Mas agora? No último mês começaram estes pequenos acontecimentos que eu não discutia com ninguém e estavam realmente a deixar-me na beira do abismo novamente.

Imaginava como seria falar com a Lyn sobre o assunto. Ela nunca soube a realidade de Zayn e era assim que deveria permanecer. Ela pensou em demasiados motivos pelos quais Zayn me abandonara e eu apenas concordara com ela, apesar de não saber qual deles seria o real. Existia simplesmente muito em jogo desde que o conheci e muitos aspetos mudaram desde o ano Passado. Lembro-me do dia em que pedi à minha tia que queria apenas ser a Charlotte Jones de dezasseis anos que tinha uma vida normal. Agora sou a Charlotte Jones de dezassete anos, preocupada de morte com o rapaz que alguma vez significara muito mais do que alguém para mim e de volta a Bradford, onde tudo se deu.

Liguei a torneira deixando a água gelada cair pela mesma e congelar os meus dedos quase imediatamente, enquanto as minhas mãos se formavam numa concha de maneira a conseguir transportar a água até ao meu rosto. Repeti o ato duas vezes, até me livrar das lágrimas chorudas que insistiam em cair. Parecia que qualquer ação em que aparentasse tratar-se de Zayn, me deixava completamente fora de mim e vulnerável. Como o poderia ajudar, se não me conseguia ajudar a mim própria?

Ouvi três batidas suaves na porta e olhei para a mesma assustada, apressando-me a pegar numa toalha para limpar o rosto. Eu não iria conseguir disfarçar o vermelhão que preenchia os meus olhos e causava com que as minhas íris verdes se tornassem mais visíveis.

- Charlotte? – A voz de Scarlet soou do outro lado um tanto preocupada. – Estás bem? – Eu pigarreei antes de lhe conseguir responder pretendendo assim aclarar a minha voz, de maneira a que ela não notasse o possível tremor da mesma.

- Estou bem. – Felizmente a minha voz soou mais forte do que realmente me estava a sentir e o silêncio instalou-se durante segundos.

- Posso entrar? – Eu fiquei hesitante. Não queria que ela entrasse e percebesse que eu estivera a chorar. Que explicação lhe daria? Seria a decisão mais acertada falar sobre o restaurante, o carro, a rosa e a chamada telefónica? Todos estes acontecimentos se tinham dado num curto espaço de tempo e eu sentia-me tão insegura. Se não passasse tudo da minha imaginação, Scarlet apenas me consideraria louca e não me quereria aqui certamente. – Charlotte?

- Hum... - Murmurei sem ter a certeza que ela me ouvira. Sem realmente avisar, Scarlet abriu a porta lentamente e espreitou para o interior apenas para me ver apoiada no lavatório, não tendo a coragem necessária para a fitar.

BEAUTIFUL NIGHTMARE - LIVRO 2 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora