A cada curto suspiro a mais que se prolonga no tempo
Percebo que não há pergunta mais dilacerante
Que um um bem intencionado "como vai a vida?"
Há muito mais do que se pode enxergar em apenas quatro palavras
O vazio que enche o peito não é palpável
A inércia que prende os pensamentos não habita o mesmo plano que o nossoA multiplicação dos suspiros é infinita
Assim como os dias também são infinitamente iguais
O ontem-hoje, o amanhã-agora, a hora-não hora
Manter-se calado é uma forma de persistir
De guardar a lucidez que se esvai com cada piscadela monótona
Com cada música do rádio e cada notícia do jornal
Mais um dia, menos um dia
A vida não vai: a resposta que tanto dói dizer
Por isso, o gélido silêncio traveste-se de "vai bem"
Pois não há nada a se notar quando tudo vai bem
Gélido. Adormece a alma, estanca o sangramento e desinflama as feridas
YOU ARE READING
Não Publicável
PoetryAqui jaz poemas e textos diversos Devaneios há muito guardados a sete chaves, finalmente expostos sob a luz do sol Àqueles que se propõe a colher as chaves e, uma a uma, abrir as portas: bem-vindos Não há segredo que se perdure ao folhear das pág...