07

1.2K 73 31
                                    

France — Paris 03:09pm

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

France — Paris 03:09pm.

O meu expediente estava prestes a acabar e mais uma vez uma vontade imersa de sumir atingia-me completamente. Essa era a hora que voltava para casa e fingia estar normal comigo mesmo, fingia se forte quando os meus olhos pairavam pela criatura morena esguia. Eu sentia tanto sua falta. Sentia saudades sem mesmo partir.

Era estranho a forma que as coisas de desmanchavam quando estávamos às sós, era tudo tão frio e sem graça. Eu sentia falta do gosto de sua boca, do cheiro fixante atrás do seu pescoço, das noites que as conversas iam até amanhecer, da forma que me segurava por trás e me deixava um beijo no maxilar como "bom dia". Numa tentativa de inovar e não deixar nada cair na rotina foi em completo vão.

Eu não sentia seu amor por mim sequer sentia o calor do seu corpo nas noites congelantes, estávamos agindo no individualismo e esquecido como era uma vida unânime, de um casal. Me cansei de olhar pelo reflexo do espelho e ver que doutro lado da cama, estava ela, totalmente desconfortável e triste. Aquilo me doía como uma perfuração no peito.

Eu estava ciente que não a fazia mais feliz, não como antes. Tínhamos uma vida de casal, mas não éramos um. Não mais.

Eu não poderia esconder e nem parar meus impulsos de sair por aí no meio da noite para me divertir e ser uma total antiética e libertina. Eu buscava por algo que me distraía daquele ciclo totalmente mórbido de namorado que eu tinha, eu precisava apenas ser o centro da atenção de alguém, pelo menos uma noite. Ou duas horas. Não importa.

Eu queria ser a atenção que a minha noiva recusava me dar, eu queria ser um destaque para alguém. Eu queria ser tocada da forma que ela negava com apenas um olhar, eu queria poder viver, seja sendo uma filha da puta ou uma grande idiota por estar desperdiçando os meus momentos consigo. A noite sempre me trazia pérolas radiantes e raras, eu não negaria se caso fosse acusada de traição, pois eu era uma grande babaca. E a traía, todos os sábados.

— Vai ficar parada aí? — Karla, com seu charme francês me questionou. — O nosso expediente acabou ou se esqueceu?

— Óbvio que não. —  Rebati com o rigoroso sotaque inglês. — Você quer passar em algum lugar ou vamos embora mesmo?

— Eu estou exausta, Luna. — disse a morena com seus fios negros escorrendo por sua feição. — Eu só preciso da minha banheira e da minha cama.

— Eu sei que está. — Um sorrido predominante de malícia pintou os meus lábios. — Tem certeza que não quer companhia?

— Por mais que eu quisesse, hoje eu não posso. — Ressaltou com uma tristeza na voz. — Você sabe, a minha mãe está na minha casa e sabe como ela é intolerável à qualquer mulher que eu levo para casa.

— Hm, então sou qualquer uma? — Indaguei sentindo meus costumes aparecerem, como bater o pé contra o chão. — Ótimo.

— Não, bobinha. — A mulher me abraçou de forma calma e sútil, daquele jeito que eu era completamente apaixonada. Não demorei muito para sentir seu corpo ficar totalmente colado ao meu, e novamente, um aperto envolvente cercou minha cintura. Abracei seu pescoço pronta para receber seus lábios aos meus, e assim que feito, invadir sua boca com uma sede inestimável.

A boca de Karla tinha um gosto incrivelmente excitante e relaxante, talvez fosse pela mania de sempre mesclar gomas de chicletes de menta. Era totalmente delicioso aquele hálito refresquente e molhado, apenas nossas bocas se entendiam. Uma dança totalmente calma e sincronizada, as nossas línguas conversavam e se molhavam umas nas outras.

Era disso que eu tinha falta; sentir a boca de uma pessoa. O beijo de Karla era parecido com de Zendaya, mas não único. Pois eu sei da forma exata que a minha noiva pousava suas mãos em mim, sempre nos meus pontos fracos como; pescoço, nuca e bunda. Zendaya era única e que merda eu estava fazendo?

Afastei o meu rosto do seu por reflexo com a imagem da morena me invadir e me retirei do seu abraço, dando um sorriso sem expressão e me encaminhando até a saída. Eu precisava fugir dalí o mais rápido possível.

— Luna? — A expressão de Karla era de confusão. — O que houve?

— Eu preciso ir. — Disse seria. — Eu lembrei que tenho que fazer algo. — Ressaltei, partindo daquela loja.

Karla sabia de Zendaya e simplesmente odiava minha mulher, ela sempre jogava na minha cara que se Z fosse o suficiente eu não a procuraria para diversão. Karla tinha uma imaginação fértil da minha relação e ela não tinha ideia de como era bom saber que minha morena estava do outro lado da cama, dormindo comigo e respirando o mesma atmosfera.

Desencadeie meus passos para as passarelas limpas e decoradas da cidade, o meu olhar sempre vagava pelos prédios da mesma estética que davam charme à cidade. Quem diria. Sahar Luna morando em Paris, na cidade mais romântica do mundo, mas com um namoro de merda. Estava tudo errado para dar certo.

Ajeitei a mochila em meus ombros quando traçava o mesmo caminho para minha casa, as ruas estavam praticamente cheias e poucas pessoas paravam para observar onde pisavam. Era Paris. Olhei com desdém para alguns franceses que cruzavam minha trajetória sem ao menos olhar para seu horizonte. Malditos.

Repassava meus calcanhares uns diante aos outros até sentir o impacto desconcertante me atropelar, mais algum idiota que não olhava onde passava. Abrir a minha boca para reclamar quando uma mão branca e bastante delicada pousou em meu ombro, acredito que fosse de um homem pelas veias ressaltando o tecido da sua pele.

— Olhe para onde anda, animal. — Falei seria. — Você poderia pelo menos usar iss-

A visão que alcançou os meus olhos foi de um garoto com seus cachos derramados sobre sua propria testa, os olhos esmeraldas combinaram com toda sua fisionomia, o charme incomum francês pairava sobe sí, e aquela boca desenhada por deuses gregos foi o equivalente para me deixar completamente fraca. Caralho. Ele era lindo.

— Desculpa mesmo, eu estava no celular e nem prestei atenção. Foi mal. — Disse com aquele ar totalmente delicado e gentil, suas palavras me penetravam de uma maneira que a minha calcinha poderia ser umedecida facilmente.

— Está tudo bem.  — Disse sem jeito. — Só olhe pra onde anda. — Ajeitei o meu corpo e repôs a alça da minha mochila no ombro, já que a mesma derrapou pelo meu braço.

— Você está bem? — Ele questionou, merda. Eu estava sentindo uma "preocupação" dessa obra de arte. — Por favor, se eu te machuquei me perdoe.

— Não. Relaxa. — A minha forma estava totalmente derretida e claro que eu parecia uma retardada. O olhei nos olhos e pude sentir toda minha alma ser lida por aqueles pares de íris, porra.

Eu precisava sair dalí. Urgentemente.

Como uma adolescente na puberdade eu me encaminhei para frente, correndo e tropeçando nos meus próprios pés. A curva da minha casa estava diante, e agora sim, eu teria recapturar a força que me faltou com aquele garoto desconhecido.

Era a vez de Zendaya.

————

Está sem corrigir e tudo mais.

quem vocês acham que é esse garoto "desconhecido"?

Obrigada pelas 500 de visualização, eu sou muita grata à vocês.

obrigada mesmo

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 11, 2020 ⏰

Adiciona esta história à tua Biblioteca para receberes notificações de novos capítulos!

↳ my guy. - timotheé chalamet Onde as histórias ganham vida. Descobre agora