"Strangers rushin' past, just tryna get home, but you were the only, safehaven that I've known. Hits me at full speed, feel like I can't breathe and nobody knows. This pain inside me, my world is crumbling. I should never have. Let you go" (Estranhos passando, apenas tentando chegar em casa, mas você era a única segurança que eu conheci. Me atinge a toda velocidade, sinto como se eu não pudesse respirar e ninguém sabe. Essa dor dentro de mim, meu mundo está desmoronando. Eu nunca deveria ter. Deixado você partir)

Seu corpo chacoalha acompanhando as notas. Sua voz é melancólica e embarga algumas vezes e eu sei que ela está emocionada, mas também sente raiva pela intensidade de seus movimentos. É lindo, é intenso, é conflituoso como Any sempre é.

Ela poderia facilmente ter seguido a carreira de cantora se quisesse. Sua voz é outro nível, sempre foi, mesmo quando se apresentava em pequenos eventos da faculdade. É parte do que a tornou tão popular, além da beleza Any é capaz de fazer tudo perfeitamente bem, ela sempre foi a melhor em tudo aquilo que se propôs a fazer. Como dizer a uma mulher como ela que deixasse de seguir seus sonhos e se tornasse quem é hoje, para ficar ao lado de um garoto imaturo que tinha acabado de perder seu pai?

Ela termina sua apresentação e fecha os olhos enquanto todos batem palmas. Uma mulher ao meu lado, limpa as lágrimas que desceram pelo seu rosto. - Uau! Isso foi realmente lindo. - Ela diz para outra.

- Any é realmente muito especial. Ela foi um presente para a Mind Safe, olha como as crianças gostam dela. - A segunda responde, apontando para o entusiasmo da plateia. - A música também é muito importante no processo de cura. 

Seu comentário me faz sorrir.

Any se levanta do banco, e curva seu corpo em reverência, agradecendo o grande volume de palmas que recebeu com um belo sorriso no rosto. Rapidamente várias crianças estão a seu redor, abraçando e elogiando seu desempenho, ela se ajoelha para ficar na altura delas e tomo um tempo observado seu claro tato para lidar com elas.

Me aproximo lentamente segurando fortemente o grande buquê contra meu peito, parando bem à sua frente. Seus olhos percorrem meu corpo até se encontrar com os meus. Eu sinto como se o tempo parasse agora. Ficamos assim por longos segundos até que Any me dá um belo sorriso, sereno e reconfortante. Ela termina de conversar com as crianças e as pede um momento.

- Eu pensei que você estivesse em Chicago. - Any diz se aproximando de mim.

- Eu nunca esqueceria seu aniversário. - Aponto o buquê em sua direção e ela os pega com um enorme sorriso no rosto, olhando cada detalhe.

- Peônias e lírios. Você se lembra.

- Eu nunca esqueci.

- Por que você mentiu para mim? - Ela cheira as flores com os olhos fechados.

- Você acreditou?

- Eu acredito em tudo que me diz. Não deveria?

- Não. Não deveria. Eu queria te surpreender. Planejei algumas coisas para seu dia, se me permitir.

- É por isso que Sabina está fazendo pouco caso do meu aniversário? - Ela cerra os olhos.

- Não a culpe, ela é uma boa amiga.

Any dá um passo para trás me olhando de baixo para cima - Acho que é a primeira vez que te vejo usando algo casual desde que voltei.

Escolhi uma camisa xadrez azul com preta dobrada até metade do antebraço e jeans. Pela forma que me olha, a escolha agrada. Noto que sempre que ela tem oportunidade de ver uma parte das minhas tatuagens ela leva tempo as encarando.

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