Capítulo XXV - Efeito bola de neve

Depuis le début
                                    

O que lhe lembrava que Izuku parecia desconhecer o significado de ficar quieto e não chamar atenção para si mesmo.

Takashi queria expressar o quanto estava irritado por Izuku ter caído no mesmo buraco do coelho que Takashi. Seu sobrinho havia corrido de cabeça e se tornado um vigilante, exatamente aquilo que Takashi não queria que ele se tornasse. E agora estava se metendo com problemas grandes demais, investigando coisa que não devia, pisando nos calos da comissão de heróis.

Ele queria apertar aquele pescocinho no momento, ele não sabia como ele conseguia se meter em tanta confusão em tão pouco tempo. Foram apenas meses, como diabos aquilo havia acontecido?

"Deve ser algo de família."

O pensamento não era muito reconfortante.

— Bom dia! Achei que ia querer assistir o festival.

Que ótimo, mais atenção para cima dele. Não bastava o que havia acontecido em USJ. Izuku não tornava cuidar dele uma tarefa muito fácil.

Ele queria muito poder falar para ele não ir, mas sabia que não poderia fazer isso.

Olhos grandes o fitaram da porta, esperando alguma aprovação para entrar. Takashi rolaria os olhos se pudesse.

Deu um grunhido e isso pareceu alguma resposta que ele queria ouvir, porque logo ele havia invadido o quarto, montando a televisão e conversando sem parar sobre os planos do dia, que partiria mais cedo para passar no hospital e visitar Inko, sobre o equipamento que levaria e mais um milhão de coisas que eram ditas rápidas demais para entender.

"Ele está nervoso."

Claro que ele estaria. Izuku falava desse festival desde sempre como um ponto definitivo em sua vida, algo que mudaria tudo.

Em um mundo ideal, ele teria Inko agora, orgulhosa e preocupada. Hisashi passando as estratégias com ele sobre como enfrentar os adversários. Takashi iria o deixar no estádio, com um discurso encorajador na ponta da língua.

Aquele não era um mundo ideal. Inko estava em coma, Hisashi estava morto, Takashi não podia fazer nada por ele. Izuku estava indo enfrentar isso sozinho, se entregando ao escrutínio e julgamento em uma sociedade que o via como algo defeituoso. Que iria rir dele, tentar o jogar no chão e o manter lá, como haviam feito a vida inteira.

E Takashi não podia fazer nada.

— ...está programado com o horário que vai começar. Okay, pessoal. Fiquem aqui com o tio Taka, de olho nele. Catchan eu nem vou tentar dizer para não vir, sei que é caso perdido, mas vocês se comportem melhor do que...

Ele estava cercado de gatos no chão, alguns agarrados firmemente nas sua roupa sem querer o soltar. Takashi observou alguns entrando na sua bolsa de equipamento escondido.

Takashi queria tanto dizer algo a ele, havia tanto que precisava falar, mas seu corpo não iria o ajudar nisso.

—... Pessoal! Não, voltem, saiam de mim, não podem vir comigo! Oê! Catchan, deixa de ser uma má influência! Ei! Você não estava aqui antes, quem é você? Ou você. Ou vocês quatro... Okay, quem trouxe mais gatos para casa? Catchan? Eu disse que não...

A frase morreu no meio do caminho quando uma mão grande o puxou para perto.

— Takashi?

Seu corpo monstruoso se moveu devagar, com cuidado em sua força, em cada movimento. O abraço o fazia perceber o quanto Izuku era quebrável em sua mão, o quanto Takashi havia se tornado um monstro. Era um pouco irônico. Takashi sempre pensou que a maçã não cai longe da árvore, estava em sua genética talvez, ser um monstro.

A teoria do caosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant