Capítulo 03 - E que os jogos comecem.

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Olá meninas, mais um capítulo saindo. Espero que curtam a leitura.

Música para ouvir: Found you – Ross Copperman

Alice

 — Relaxa! Você está linda, Alice.

Sarah, minha melhor amiga tentava me acalmar depois que esvaziei todo meu guarda roupa procurando uma roupa que combinasse para ir a uma entrevista de emprego.

— Como relaxar?! É a primeira vez que faço uma entrevista de emprego. E se não gostarem de mim? — Questionava, enquanto decidia se prendia o cabelo em um coque ou em um rabo de cavalo.

Trabalho como fisioterapeuta, e antes mesmo de me formar já vinha trabalhando como voluntária em ONG'S. E os meus estágios da faculdade foram, na maioria, realizados em instituições de caridade. Dediquei-me tanto a ajudar os mais necessitados, que quando obtive meu diploma decidi adquirir mais experiência e continuei trabalhando lá. Cheguei a ser coordenadora da ala de fisioterapia de uma instituição infantil para portadores de câncer. Recebi até condecoração por dedicação e empenho.

Emendava uma pós-graduação atrás de outra, durante três anos seguidos minha rotina semanal era uma loucura. Ajudava meu irmão, Levi, de manhã nas Confeitarias do nosso pai aqui no Brasil, a tarde trabalhava nas ONG'S e a noite estudava feito uma doida. Fora as especializações que fazia nos fim de semanas, uma vez por mês.

 Foi uma das melhores épocas da minha vida. Doei-me e ajudei aqueles que necessitavam de apoio. Fiz amigos inesquecíveis e ouvi histórias de superações que levaria comigo por onde fosse. Porém, já estava mais do que na hora de buscar minha própria independência. Claro que não abandonaria de vez meu apoio as ONG'S, buscaria uma forma de poder ajuda-los. Mas sentia a necessidade de sair debaixo das asas dos meus pais e meu irmão.

— Tenho medo de dar um branco na hora e não conseguir falar nada. — Confessei à minha melhor amiga.

Sou uma pessoa muito ansiosa. Já estava comendo meus dedos, porque unhas já não existiam mais, todas já haviam sido roídas.

— Ei! Cadê a Alice decidida que eu conheço há quase dez anos? — Sarah falou tentando me animar.

— Será que ela está escondida debaixo da cama? — Retruquei dando um sorriso sem graça.

Sarinha se aproximou de mim, segurou firme meu rosto com as duas mãos e encarou-me seriamente.

— Ali, você irá arrasar na entrevista. Dedicada e profissional como é, eles serão uns estúpidos se não contratarem você de imediato.

— Isso se eu não estragar tudo com o meu lado desastrado e andar de pata choca. — Disse sorrindo para suavizar meu nervosismo.

— Mas é a sua marca registrada. É a coisa mais linda quando fica envergonhada por suas artes. — Sarah me abraçou. — Vai dar tudo certo. Eu tenho certeza.

 Minha melhor amiga nunca me deixava desanimar. Sempre foi assim. Sempre esteve ao meu lado.

— E o moreno sedutor de sábado? — Mudei de assunto para relaxar. — Você sumiu com ele da boate, não te vi no domingo e chega aqui hoje, não fala nada. Anda! Desembucha! — A puxei e sentamos de frente uma para outra na cama.

— Depois conto todos os detalhes, mas posso adiantar que ele me quebrou, literalmente. — Sorriu com malícia. — Além do sábado à noite, passamos o domingo inteiro juntos. E ele já me enviou uma mensagem hoje, bem cedinho. — Suspirou.

— Isso que dizer... — Inqueri curiosa.

—Ahram! Isso que dizer que, ainda teremos segundas, terceiras e quartas rodadas. — Gargalhamos juntas.

De Repente Apaixonado (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora