Capítulo 1

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Olá! Só para avisar que eu não tenho beta e não tenho costume de revisar antes de postar, então leia por sua conta e risco.

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Mais uma vez Jiang Cheng estava tendo um dia horrível por conta de sua família.

Seus pais, que estavam há dias sem se falar, começaram outra briga logo enquanto todos estavam tomando café da manhã e o assunto da discussão era o mesmo de sempre, o fato de Jiang Fengmian, pai de Jiang Cheng, continuar a favorecer seu irmão adotivo Wei Wuxian sem nem ao menos reconhecer os esforços e tudo que seu filho de sangue foi capaz de conseguir sozinho, já que o homem nunca ofereceu auxílio algum a ele, coisa que sempre fez com o outro filho. E seu irmãos, como sempre, ficaram quietos pela maior parte da discussão e quando se pronunciaram foi para defender o pai.

Por desejo e insistência de sua mãe, Jiang Cheng estava trabalhando na empresa do pai, assim como seu irmão mais velho. Seu mãe esperava que os dois estando trabalhando juntos e com o Jiang Cheng mostrando tudo que era capaz de fazer, Jiang Fengmian enxergaria o potencial dele e o valorizaria. Porém, mesmo depois de três anos trabalhando ali e se mostrando ser, de longe, um dos mais eficientes funcionários, sua relação com o pai nunca melhorou.

Naquele dia, o clima na empresa estava ainda mais pesado por conta da discussão que havia acontecido pela manhã, o que acabou resultando em mais problemas sendo empurrados pelo pai para que Jiang Cheng resolvesse, mesmo aqueles que não tinham relação com a área na qual trabalhava, pois claro que o pai descontaria nele a raiva e frustração que sentia em relação a sua esposa. Sempre foi assim, desde que Jiang Cheng era capaz de se lembrar.

E para piorar o dia de Jiang Cheng, ele teria aulas das matérias que era obrigado a cursar por seus pais e que odiava com todas as suas forças. Ele estava no terceiro ano de arquitetura e urbanismo, o curso de seus sonhos, porém era obrigado a cursar matérias dos cursos de administração e economia por conta dos negócios do pai.

Então, ao entrar em seu carro depois de sair da empresa e decidindo que já havia aguentado demais pelas mãos de sua família, em especial de seus pais, por um dia, ele mandou uma desculpa qualquer para seus irmãos avisando que voltaria mais tarde para casa naquela noite e desligou seu celular, o jogando no bando do carro. Não sabia para onde iria ou o que faria, mas precisava achar uma forma de se acalmar e se tentar se livrar de todas as frustrações que estava sentindo.

Dirigir sempre foi uma atividade que lhe fazia se sentir bem, assim, Jiang Cheng seguiu sem rumo pela rodovia, até sair da cidade e alcançar a área rural que a cercava, estava a pelo menos meia hora no carro. O sol estava perto de começar a se pôr e ele decidiu que pararia observar.

Ele não conhecia o local onde estava pessoalmente, mas sabia que, próximo de onde estava, havia uma estrada de terra que levava para algumas propriedades rurais e para as margens de um dos rios que havia na região. De fato, alguns poucos quilômetros à frente, havia uma saída da rodovia que dava a um retorno e a uma estrada de terra.

Jiang Cheng, em poucos minutos, chegou até ponte que atravessava o rio, estacionou seu carro poucos metros antes, na grama ao lado da estrada e desceu, caminhando então até a ponte. Estava sozinho ali em meio a natureza.

O local era muito bonito, cheio de árvores, algumas flores e o som de pássaros, sapos e alguns insetos era tudo que poderia ser ouvido. As águas do rio não chegavam a ser translúcidas, mas eram claras o suficiente para que Jiang Cheng pudesse ver cardumes de pequenos peixes a passar pelas águas.

O céu já havia começado a mudar de cor, alguns tons de laranja e rosa agora coloriam as nuvens, antes brancas, e podia-se ver vários tipos de pássaros voando em direção aos seus abrigos, em bando ou separados, e todo esse espetáculo de cores e vida era refletido nas águas no rio que seguiam calmas por debaixo da ponte. Era uma cena espetacular e ele estava prestes a tirar seu celular de seu bolso para poder registrar o momento quando uma garça, com a penugem inteiramente branca pousou na margem do rio a poucos metros à sua frente. Jiang Cheng rapidamente tirou algumas fotos, para que não perdesse a chance e logo guardou o celular.

Ele não se lembrava da última vez que se sentiu tão bem, relaxado, feliz ou com tanto amor por algo quanto estava sentindo naquele momento por aquele lugar e aquela paisagem. Diante disso, Jiang Cheng decidiu aproveitar o momento para colocar seus sentimentos ruim para fora, se aquele lugar havia lhe feito tão bem, compartilhar suas inseguranças, medos, decepções, sonhos com o mundo ali parecia ser algo que pudesse lhe fazer se sentir ainda mais tranquilo e melhor como um todo. E se alguém o visse falando sozinho? Bem, ele não estava tão sozinho assim, a garça que havia pousado no rio estava lentamente se aproximando da ponte, como se curiosa com a figura que lhe observava.

Jiang Cheng nunca foi bom em colocar em palavras os seus sentimentos, então não demorou muito para que ele tivesse terminado, mas, ainda assim, se sentia muito mais leve, como se tudo que 'colocou para fora', tivesse realmente deixado seu corpo.

O céu agora já havia se posto completamente, as nuvens que antes estavam pintadas de rosa se tornaram de uma coloração roxa, um pouco mais clara do que o tom que coloria parte do céu e se misturava com o azul escuro da noite, mostrando os últimos sinais do dia que se foi. Estrelas já podiam ser vistas e a tímida lua, ainda não completamente cheia, iluminava apenas parcialmente o local.

Ao notar quanto tempo havia ficado ali, Jiang Cheng decidiu ir embora. Admirou mais uma vez o lugar em que estava e se virou para ir em direção a seu carro. Quando já estava próximo dele, ele ouvir o barulho do bater de asas e se virou. 'Deve ser a garça.' Pensou sorrindo. E realmente era, mas ela não havia voado para longe, pelo contrário, estava parada perto dele. O animal era ainda mais majestoso visto de perto. A luz da lua parecia brilhar em suas penas.

Jiang Cheng ficou parado a encarar a garça por alguns minutos, com medo de assustá-la e ao mesmo tempo contemplando-a. Quando o animal inclinou sua cabeça para o lado, ele sentiu um arrepio por todo seu corpo e saiu de seu estupor.

"Hm... Boa noite?" Falou antes de se virar novamente, abrir o carro e entrar. "Ótimo, agora além de estar falando sozinho também estou conversando com aves." Ele riu do absurdo que achou a situação, ligou o carro e seguiu na estrada no sentido que voltava para a rodovia. Ao olhar no retrovisor, por um momento Jiang Cheng acreditou ter visto uma pessoa de branco no local onde a garça estava quando saiu, o que o assustou já que não havia nenhuma outra pessoa por perto, porém, ao olhar novamente, viu a silhueta do animal. "Eu devo realmente estar ficando louco..." Dessa vez ele continuou dirigindo sem olhar para trás.



Entretanto, Jiang Cheng não estava ficando louco. Logo após ele entrar no carro e começar a sair do local, a ave que o estava observando havia se transformado em um homem.

"Que rapaz interessante!" Exclamou ele em voz alta com um sorriso em seu rosto. "Porém ele é muito triste..." Sua expressão mudou radicalmente em poucos segundos ao se lembrar de tudo o que havia escutado e do tom de voz melancólico daquela pessoa. Estava ainda relembrando o acontecido quando sentiu que o moço o havia visto nessa forma e logo se transformou de volta em garça.

Quando o carro não estava mais em sua linha de visão, ele se transformou em humano novamente. "Não se preocupe, Jiang Cheng." Falou novamente. Jiang Cheng havia dito seu nome enquanto contava sobre sua vida. "Você pediu pela minha ajuda e não vou descansar enquanto não cumprir com seu pedido, eu prometo."

Lan Xichen era o nome daquela criatura mágica e apesar da promessa que fez, da simpatia que sentia por aquela pessoa e da vontade que teve em ajudar aquele rapaz, ele teria que fazer de qualquer forma, afinal, Jiang Cheng tinha feito um pedido sincero e puro para ele e, de acordo com a natureza de Lan Xichen, ele teria que cumprir o pedido daquele humano, sendo que, até que o fizesse, suas existências ficariam interligadas.



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Eu não tenho um plano certo para essa fanfic, vamos ver no que dá... 

Sell your life for a dreamWhere stories live. Discover now