Não importa com quem eu esteja,
entre amigos, família ou multidões,
me sinto só, vazio por inteiro
e não sei como preencher esse buraco.
Os dias são iguais, monótonos,
me sinto triste e solitário.
A chuva na janela é um dos poucos espetáculos que ainda me interessam.
Não vejo graça em quase mais nada,
não tenho fome, muito menos apetite.
Estou perdendo a vontade de viver,
me entregando aos poucos ao precipício.
A poesia ainda é um alívio,
mas a demanda de dor é muito alta.
Cortes, pancadas não se compraram à dor emocional,
tudo se tornou vago, banal.
Não sei se quero continuar aqui,
minha mente grita pra eu desistir.
Abandonar a vida sofrida,
sumir de vez daqui.
Mas eu não posso ir assim,
preciso me livrar dos braços da solidão.
Quero um abraço que cole os meus pedaços quebrados
e que minha existência deixe de ser em vão.
Não quero me machucar,
nem ceder à escuridão que me consome.
Alguém por favor pode me ouvir? Me acudir?
Não quero mais me sentir alone.
