Muros invisíveis

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Eu sempre fui assim:
Mais pelos outros do que por mim.
Protegendo aqueles que me deixaram de lado
e tornando minha defesa cada vez mais frágil.
Sou apenas um peão no xadrez,
um mero ventríloquo.
Não tenho valor para aqueles que protejo,
sou uma peça de sacrifício.
O sofrimento alheio me faz sangrar,
mas quando estou perdida não tem ninguém pra me ajudar.
A solidão me acompanha então,
me auxiliando a curar meu pobre coração.
Tenho sido sempre altruísta,
mas comigo sempre dura e rígida.
Perdoando quem não me dá valor,
guardando aqui dentro ressentimento e dor.
Mas eu não tomo jeito,
me deixam na mão e eu ainda acredito.
Sofro, choro e não desisto,
se tornou um espécie de vício.
Não tenho uma estrutura forte,
desmorono com uma facilidade incrível.
Me tratam com barreira de ferro,
mas quanto a mim,
apresento sempre muros invisíveis.

365 dias: Baú de Pensamentos Parte IIWhere stories live. Discover now