- PROLÓGO -

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O SOM DOS SALTOS batendo no chão de pedra ecoavam pela estação de trem King's Cross. Adhara e seus pais andavam juntos em direção a parede de tijolos que os levaria para a Plataforma 9 ¾. Seu pai carregava o malão da menina e enquanto ela andava de mãos dadas com a mãe.

O homem tinha cabelos pretos com alguns fios grisalhos aparecendo, seus olhos cinzas passavam a sensação de superioridade, que era o que ele realmente queria passar. A sua esposa tinha cabelos pretos também, seus olhos eram um verde quase azul. As feições dela eram mais leves que a do marido, mas ainda sim tinha uma aura ao seu redor que qualquer que passasse por perto sentia que ela era alguém importante.

Os trouxas que estavam na estação os observava sentia o poder da família. Nunca tinham ouvido falar, mas não precisavam. E, também, nunca ouviriam. A família tinha sua importância no mundo bruxo. Era respeitada e inspirava algumas outras famílias. Sua linhagem era uma das mais antigas. Uma das únicas que restaram por tanto tempo. Alguns tinham medo, diziam que eram pessoas más. Alguns tinha respeito, mas não concordavam com seus ideais. Outros se inspiravam e procuravam sempre manter alguma conexão para aumentar seu status entre as famílias sangue-puro.

Talvez depois dessa pequena descrição, você tenha entendido que os ideias que menciono são referente a supremacia bruxa, o pensamento recorrente entre algumas famílias bruxas da necessidade de manter a linhagem puro-sangue bruxo viva e que nascidos trouxas e mestiços mancham a sociedade bruxa e não deviam ter o direito de estudar magia. Não digo que é uma ideia certa e eles estão corretos, só explico o que eles acreditam.

Adhara também não concordava com essa ideia, mas ela mantinha as aparências por seus pais. Normalmente, ela era tratada com muito carinho, mimada pela família, mas ela sabia que havia certas coisas que não deveriam ser questionadas. Aprendeu do pior jeito, mas agora tinha se adaptado a isso e continuava fingindo uma aparência para seus pais e quando ia para Hogwarts, ela se permitia ser ela mesma.

Você pode entender agora como hoje deve ser um ótimo dia para ela, depois das férias de verão. Dois meses presos numa pessoa que não era ela. Dois meses indo a festas e coquetéis com outras famílias. Dois meses conversando e fingindo acreditar em coisas que ela não acredita. Seus pais não suspeitavam, acreditavam mesmo que ela era a perfeita herdeira deles.

De repente, os sons do salto pararam. Longe da vista dos trouxas, a família se encontrava de frente para a parede de tijolos e antes de atravessá-la, deram uma última olhada em volta. Então, pisaram do outro lado.

Vários alunos corriam para todos lados, gritos, risadas, conversas e choros. Todos os tipos de emoções eram vistos ali. A família continuou seu caminho até chegar mais próximo do trem, onde sua pequena - não tão pequena - primogênita partiria para mais um ano em Hogwarts. As pessoas abriam espaço para a família e logo os Black e Fawley se aproximaram deles.

Todos os olhos direcionados na linda Adhara. Suas feições idênticas as de sua mãe. Seus cabelos pretos estavam penteados com leves ondas e eram adornados por uma tiara verde, daquelas gordinhas que muitos da realeza trouxa britânica costumavam usar. Seus olhos cinzas eram a sua única característica física que tinha herdado de seu pai. Uma expressão de tédio os adornava. Era sua máscara oficial para se passar com a puro-sangue perfeita.

As duas famílias a sua frente a olhavam com ambição nos olhos. As duas queriam a herdeira, a princesa da família para se casar com seus filhos. Você pode dizer que é cedo, a garota tinha apenas 15 anos, mas nunca é cedo para famílias puro-sangue garantirem o futuro de sua linhagem e seus filhos. Ainda mais se for com Adhara Eirian Slytherin.

The Snake's Heir - Sirius Black x OCWhere stories live. Discover now