perdida em algum lugar

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Quando criança eu amava a ideia de associar pessoas a coisas. Dias. Sorrisos ou modos de falar. Esse foi o modo que a versão menor de mim entendeu que pessoas são únicas. Quando eu cresci um pouco eu percebi que as pessoas também podem ser únicas na maneira que vão nos decepcionar. 

E, de fato, as pessoas continuam únicas em seus sorrisos, falas e no modo que me machucam. Confesso que não me surpreendo mais. Contudo, dizer que não dói seria uma grande mentira. Sempre dói como a primeira, como a primeira vez em que me dei conta que ninguém se importava em como eu me sentiria no fim do dia. A primeira vez em que sorriram para pessoas ao meu lado e me olharam feio. A primeira vez em que com atos desumanos, me fizeram sentir menos do que um ser humano. 

Já não gosto tanto de associar pessoas a coisas ou lugares. Não gosto de associa-las a músicas ou climas e, depois de deixar tantos hábitos para trás, cada dia é um novo dia em que eu busco por mim mesma, perdida em algum lugar.


Medicina [Concluído]Where stories live. Discover now