O Mistério da Expedição Egípcia

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Escrito por llamswritter, camiebb  e DianaJoule

São 16h03. Todos acham que é demasiado tarde para almoçar, mas eu não tenho outro remédio. Não o consegui fazer mais cedo.

"Porra para o Jet leg!"

A equipa já se encontra aqui no navio há várias semanas a trabalhar. No entanto, eu cheguei há apenas três dias de uma outra expedição de mapeamento dos fundos oceânicos e ainda não me adaptei ao fuso horário egípcio.

Na cantina encontro Tristan, a ler um livro. Foi por causa dele que aceitei sair do meu antigo projeto para descobrir os mistérios do fundo do Mar Vermelho. Por ele e pela péssima relação com um ex namorado da minha antiga equipa.

Eu sei, deveria ter separado o trabalho da vida pessoal. Mas meio ano dentro de um navio quase sem contacto com o mundo exterior e sempre a ver as mesmas caras faz-nos coisas à cabeça.

O cozinheiro faz-me o almoço a contragosto e eu sento-me ao lado do meu melhor amigo. Ficamos mergulhados na conversa até um homem careca aparecer na porta da cantina, chamando-nos com urgência. O seu olhar era tão maravilhado quanto aterrorizado.

Saindo a correr dos nossos lugares à mesa, seguimo-lo.

- O robô estava a fazer um scan da área em volta da falha tectónica, como estava previsto - disse ele ao entrar na sala de controlo à nossa frente - Quando deu de caras com isto.

Olho para o monitor gigante da sala e o meu queixo quase cai. No ecrã vê-se uma porção do fundo do Mar Vermelho, não muito longe da nossa posição atual, onde se ergue uma majestosa pirâmide, ladeada por duas esfinges, perfeitamente intactas. Não fosse pela vida marinha à sua volta e qualquer um poderia jurar ser uma daquelas que se pode ver à superfície, no deserto egípcio.

- Isto é alguma brincadeira? - pergunta Tristan.

- Não, chefe - assegura o homem - O robô está a transmitir em direto.

- Profundidade?

- 3078 metros, Dra. Zelda - responde-me o outro técnico presente - É mais profundo do que se pensava.

Um homem muito moreno entra de repente na sala e, ao ver a imagem no ecrã, perde a cor das faces escuras.

- Aquilo é uma pessoa a andar junto à base da pirâmide? - questiona Tristan - Aproxime o robô!

Mas antes de alguém possa fazer alguma coisa, o recém chegado começa a recitar um cântico numa língua estranha. Ao fazê-lo, os seus olhos começam a brilhar e uns hieróglifos brilhantes começam a aparecer em cada pedaço de pele disponível que se consegue ver através do seu uniforme.

Todos nos afastamos dele, abismados e com receio do que estava para acontecer.

"Pirâmides submarinas e agora feitiçaria? Isto é da minha cabeça, de certeza. Tenho de ir dormir."

A pesada porta da sala de controlo fecha-se de um estrondo, deixando do lado de fora um dos técnicos que tinha acabado de sair para vomitar. Restamos apenas eu, o Tristan, o técnico careca e o homem sinistro, que tinha deixado de olhar o ecrã para encarar o canto da sala onde nos tínhamos amontoado.

"Porra mais ao Jet leg!"

O homem sinistro continua a entoar os cânticos, mas o faz agora quase em um sussurro. Tristan está praticamente em cima de mim e, eu, praticamente em cima do técnico careca. Eu deveria saber o nome do técnico, eu deveria lembrar qual o prato favorito do Tristan, eles deveriam saber que eu sei tocar piano. Deveríamos saber toda sorte de detalhes uns dos outros. É muito errado morrer entre estranhos.

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⏰ Última actualización: May 07, 2020 ⏰

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