Quando eu a conheci, ela não tinha nenhum dom culinário e aquilo ali agora estava incrível. Parecia até a mesa de ação de graças de tão bonito que estava.

— Eu fiz frango a parmegiana, arroz, salada e batata frita especialmente pros dois aqui. — ela aponta para Erick e Chris — Também fiz um molho especial e tem uma torta de limão quase pronta. Espero que vocês gostem.

Nos sentamos, e na primeira garfada que dei, já me senti no paraíso. Limpei a boca, e não pude deixar de elogiá-la:

— Isso tá muito bom. — digo, colocando mais do molho no frango.

— Obrigada. — ela sorri.

Todos também elogiam a comida dela e ela parece até uma ganhadora do masterchef. O sorriso ia de orelha a orelha e ver aquilo me deixava feliz, muito feliz.

— Ela é ótima, né? Nem sei porque vive pedindo comida fora se pode cozinhar tão bem. — Lexie a elogia, enquanto a abraça de lado.

— Você sabe que é só por pura preguiça. — Mel tenta justificar.

— Vocês nunca falaram como se conheceram. — Richard observa.

— Ah, longa história...

— Vamos contar, vai. — Lexie pede a Melanie, e não demora muito pra ela ceder, aceitando contar.

— Eu e Lexie nos conhecemos desde sempre praticamente. A gente se conheceu quando eu tinha 5 anos e ela 6. Nossas famílias eram vizinhas, e eu e ela não demoramos muito para ficarmos amigas.

— Ah, demoramos sim. — Lexie a interrompe — Você era toda gótica e antissocial. Quando finalmente decidia sair da toca, sua mãe te barrava.

— É, ela só era presente nos momentos errados. — ri fraco — Mas voltando, eu não era gótica, só ficava assim pela minha mãe. E enfim, eu não me lembro ao certo quando eu e Lexie viramos amigas, só sei que ficamos inseparáveis. Fomos crescendo juntas, passando por perrengues familiares juntas, e etc.

— Perrengues familiares? Como assim? — Zabdiel pergunta, despertando nossa curiosidade.

— Bom, eu não tinha pai porque ele saiu de casa quando eu tinha 2 anos e nunca mais procurou eu ou a minha mãe. E a Melanie tinha a mãe dela, mas sinceramente era a mesma coisa que nada. Se ela aparecia uma vez por mês em casa era muito. Aquela mulher acabou com a infância dela. Então minha mãe era como uma mãe pra Mel, e o pai dela eu considero meu pai também. Parece até história de filme, mas infelizmente é bem real. — Lexie termina de explicar e segura a mão de Mel.

Eu sabia que falar da mãe a deixava arrasada, então tentei mudar de assunto enquanto os outros não sabiam o que fazer e ficavam parados:

— Mas como foi a adolescência então? Contem alguma história.

— Ah, então. Não foi exatamente na adolescência, mas eu fui a primeira a arrancar um dente dela. — Lexie ri.

— É uma história que vou querer ouvir? — Erick pergunta meio receoso.

— É só um dente, você aguenta. — Melanie sorri. Ai ai, aquele sorriso...

— Continuando. — Lexie pigarreia — Melanie tinha um medo bizarro de arrancar dente e fazia um escândalo insuportável por isso. Toda vez que um dente ficava mole era um drama até ele cair. Mas, na primeira vez foi pior ainda, ela ficou tão desesperada que até parecia que o pai dela tinha morrido.

— Em minha defesa, eu sentia muita dor, por isso o meu escândalo totalmente justificável. — ela levanta as mãos.

— Cala a boca. — Lexie tampa sua boca — Enfim, ela não tinha coragem pra arrancar e o pai dela não estava em casa, ou seja, sobrou pra amiga aqui. A gente tinha visto na televisão uma vez que amarrar um fio na maçaneta da porta e depois no dente arrancava bem rápido. Foi o que eu fiz.

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⏰ Last updated: May 20, 2020 ⏰

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