7. Alexis Donavan

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An angel will die

Covered in white, closed eyed

And hoping for a better life

This time will fade out tonight

Straight down the line

- The A Team, Ed Sheeran

Acho que o sexo é o mais complicado.

Não o mais difícil.

Mas definitivamente o mais complicado.

Porque ele não é injetável. Ele não pode acabar com a minha vida. Ele não é proibido por lei.

E não me parece errado.

Pelo menos não até que eu esteja nua na casa de algum desconhecido me perguntando se contraí alguma doença.

Eu fui muito sortuda apesar de tudo. Estou limpa e nunca engravidei.

Mas já tomei uma quantidade absurda de pílulas do dia seguinte.

Costumava ingerir como tik taks. Porque Deus sabe que eu não posso colocar uma criança nesse mundo.

As vezes eu me pergunto se ainda posso ter filhos depois disso tudo. Não que seja um grande problema caso eu seja estéril agora. É provavelmente uma solução

Mas o lance do sexo é que tem aquela sujeira no final. Onde me arrasto para fora do colchão ou do carro ainda sentindo os restos de outra pessoa dentro do meu corpo. Sentindo os rastros das mãos estranhas em todos os lugares. O cheiro impregnado em mim.

Mas ao mesmo tempo, durante, eu esqueço. Esqueço por um momento da bebida, das drogas ou da minha vida. O sexo me tira de mim, assim como qualquer outra droga.

Eu saio do meu corpo, como se flutuasse para outro lugar distante. Eu não sinto absolutamente nada, apenas a minha mente indo e indo...

Não importa o que façam ou como toquem, não há absolutamente nada de mim ali. 

E eu amo isso.

Mas quando acaba, também como qualquer outra droga, eu me sinto uma merda.

E isso aumenta a vontade de tomar um gole ou cheirar alguma coisa.

É um maldito ciclo.

O ciclo da morte de Alexis Donavan.

— Ele me parece intocável. — não, eu pauso e me corrijo. — Parece que ele não quer que ninguém o toque.

Bash não ergue o olhar para mim do sofá. Continua com os olhos no celular, mas sei que está escutando, porque é rápido em dizer:

— Talvez ele apenas não queira que você o toque.

Eu rio de forma seca.

— Isso não é possível. Ele tem um pau e até aonde eu sei, ele é hétero.

Ele balança a cabeça. Está deitado sem camisa casualmente enquanto seus olhos estão focados na tela. Não vou mentir, é uma imagem impressionante.

E eu não consigo entender porque eu não quero ir até ali e sentar em seu colo. Há alguns meses atrás, isso nem seria uma questão. Nem me importaria que fosse Bash, meu amigo.

Mas agora, eu só consigo pensar no garoto anjo e nos seus malditos segredos.

— Eu tenho um pau, sou hétero e não tenho vontade de tocar.

11:45Onde as histórias ganham vida. Descobre agora