Eu abro a minha mochila para pegar o meu celular e meu caderno cai perto da marcha.

Alexis o pega e o ergue no ar. O couro preto a centímetros do seu rosto.

Cometo o erro de pega-lo de suas mãos rápido demais, quase como um reflexo.

Eu o guardo na mochila e quando a encaro, seus olhos curiosos estão fixados em mim.

— O que é isso?

Merda.

— Nada.

Ela abre um sorriso arteiro.

— Você mantém um diário, Finch Conhard?

— Não é um diário. — eu digo, desviando o olhar do seu.

— O que é então?

— Um caderno, Alexis. — minha voz soa um pouco mais rude do que eu gostaria. Mas a garota é invasiva demais.

— Eu gosto quando você me chama assim. Como se fosse um professor irritado. Todos mundo me chama de Alex. Alexis é para quando estou em problemas. — ela passa a ponta da língua no lábio inferior e me encara sedutoramente. — Vai me castigar, Senhor Conhard?

Eu balanço a cabeça, sem lhe dar o prazer de uma resposta, e fingindo que aquela frase combinado aos seus lábios não fez efeito algum em meu corpo.

Graças a Deus estamos a uma quadra da minha casa.

Ela para em frente ao meu jardim quando aponto para a casa branca.

Alex coloca o carro em ponto morto e antes que possa dizer qualquer coisa, ela se inclina sobre em mim, seu corpo roçando em meu colo.

Ela estica o braço e tranca a minha porta, abaixando o pino perto da janela. Porém, continua inclinada sobre mim, com a mão na minha porta. Me cercando.

Seus olhos se fixam nos meus.

— Beleza, vamos abrir o jogo. — ela anuncia, como se fosse um senhor de guerra em uma reunião pré batalha.

Minha cabeça está girando e eu provavelmente pareço um idiota, porque ela faz questão de dizer:

— Relaxa, não vou te matar nem nada. To tentando manter o carro limpo e dizem que sangue mancha. — ela suspira quando eu franzo de leve o cenho. — Qual é o seu vício?

Sua voz é muito clara e focada.

— Meu vício? — eu pergunto, encarando seus lábios.

Ela tá perto demais, porra.

— Sim, a razão pela qual você vai no círculo da superação, idiota. Ou isso é só um hobbie? Porque se for, você é a pessoa mais patetica que eu conheço. Tipo, pior que a Hillary.

— Definitivamente não é um hobbie.

Ela suspira dramaticamente.

— Graças a Deus. — ela assopra, e se afasta um pouco, tirando a sua mão da minha porta e voltando a sentar no seu assento.

Mas ela ainda está inclinada sobre mim. Ainda está extremamente próxima.

— E então... — ela pede, ficando impaciente.

— Por que eu te diria?

— Porque eu to perguntando com educação. — ela responde, como se fosse óbvio.

Eu não consigo evitar um sorriso de crescer em meus lábios.

— Essa é a sua versão de perguntar com educação? Me prender no seu carro e exigir uma resposta?

Ela suspira e rola os olhos, já irritada. Ela tem pouca paciência e não é preciso de muito para esgotar o seu combustível.

— Você quer que eu peça por favor?

Ah, sim. Alexis pedindo por favor. Alexis implorando.

— Seria interessante. -- digo.

Ela me encara, algo próximo como ódio e desprezo no olhar e então diz:

— Por favor.

As palavras saem da sua boca como se fossem um palavrão.

Eu contenho a vontade de rir.

— Esse foi o "por favor" mais rude que eu já ouvi na minha vida.

— Brigada.

Ela parece genuinamente satisfeita.

Essa garota.

Eu pego a minha mochila e giro o meu torço. Abro a porta e com um sorriso, digo:

— Até, Alex.

— Ei, eu pedi por favor! — ela exclama, antes que eu bata a porta.

Eu me agacho e a encara pela janela aberta. Sua expressão é rabugenta e frustrada.

— Eu sei. Foi adorável.

Quando eu me viro, eu a escuto gritar.

— Idiota!

11:45Where stories live. Discover now