Capítulo 10 - Dez tons de ruivo.

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Meus pulmões queimavam insanamente, minhas pernas tremiam como nunca, gotículas de suor escoria lentamente pelas minhas costas, já não tinha mais fôlego mas mesmo assim continue a me movimentar, meu quadril doíam como nunca mas me neguei a parar,  apenas isso não tinha sido o suficiente, não pararei até que eu esteja realmente satisfeito.

— Pandinha. — Yibo afaga suas mãos nos meus cabelos. — Você realmente sabe jogar bem com essas pernas curtas.

Realmente fazia muito tempo que não havia praticado futebol.

— Vai arrumar o que fazer. — revirei os olhos, estávamos jogando, Yibo era do time adversário mas sempre ficava do meu lado e nunca tentava pegar a bola. — Dá para você jogar sério?.

— Se é isso que você quer. — ele me lança um sorriso.

Quando ele voltou para seu time começou a jogar sério, era como se ocultace qualquer pessoa em sua frente, driblando-os. Toda vez que eu ia em sua direção, o mesmo sempre sempre dava um jeito de perder a bola para mim.

— Qual o problema dele?. — pergunto.

— Monchen não quer você perto dele. — Luis era o ruivo do time, e também o camisa dez. — Sabe, ele não quer te machucar, até concordo pois você parece bem fraquinho. — ele sorri.

Apenas o ignorei como tenho feito a semana inteira.

Misaki que era do meu time estava em posse da bola e quando me viu perto do gol acabou jogando para mim, mas foi um chute forte fazendo com que a bola viesse em velocidade e em maior altura. A única coisa que me veio em mente era fazer uma recepção de bola com o peito do pé, era procedimento que requer um bom domínio e ação rápida, acabei conseguindo jogar em direção do gol em alta velocidade não deixando que Hermes tivesse tempo de defender. Tirei o empate e o meu tipo acabou ganhando. 

— Gabriel. — Hermes e Mikoto fazem um jóia para mim. — Onde você aprendeu a jogar desse jeito seu bastardo?. — Mikoto dá um soco de leve no meu ombro.

— Não foi grande coisa. — Luis tira seu uniforme vermelho com o número dez revelando o abdômen definido. — Qualquer pessoa pode fazer aquilo.

— Legal querido. — Hermes começa a me empurrar em direção ao vestiário. — Vamos, tipo, tomar um banho.

Eu me dei bem com todos os membros do time de futebol, mas por algum motivo o Luis não gosta de mim e sempre que pode diz alguma coisa idiota para mim, porém Hermes sempre me protege, já eu o sempre ignoro. Tirei o uniforme do time e me enfie com tudo na água gelada do chuveiro.

— Que merda de água gelada. — Hermes diz do meu lado. — Miki vamos tomar banho em outro lugar.

— Céus, larga de ser fresco. — Mikoto diz do meu outro lado.

— Alguém pega um sabonete para mim!. — alguém grita atrás de mim.

Choro internamente pela falto de privacidade, nunca irei me acostumar com chuveiros comunitários.

— Isso aqui é apenas para acalmar o corpo. — Yibo fala no meio do vestiário. — Quero todo mundo fora em três minutos!.

— Sim capitão!. — todos gritam juntos, e aos poucos os chuveiros comunitários foram se esvaziando.

Suspirei aliviado e agradeci Monchen internamente, assim poderei enxaguar meu corpo sem me sentir envergonhado pela falta de privacidade. Abri o chuveiro novamente e soltei um suspiro de gratificação ao sentir a água gelada tocar correntemente em meu corpo quente.

— Eu não ouvir você. — Yibo diz atrás de mim. — Gabriel.

— Não ouviu o quê?. — Pergunto sem olhá-lo.

— Você me chamar de capitão. — ele entra na minha frente tomando meu lugar no chuveiro.

Monchen estava desnudo, as gotículas de água escorregava rapidamente pelo seu corpo firme, não me atrevi a olhar mais em baixo de forma alguma.

— Tem no mínimo quinze chuveiros por aqui. — digo fazendo com que ele desse um sorriso cheio de ironia. — Vai caçar o seu.

— Estou com preguiça. — Monchen arquea uma de suas sobrancelhas. — Não precisa ficar bravo, podemos dividir.

Ele me puxa fazendo com que nós dois estivéssemos debaixo do chuveiro, nem a água gelada conseguia acalmar meu corpo nesse momento. Monchen era mais alto do que eu então tive que ergue meu rosto para encará-lo. Seu rosto ainda tinha um sorriso que me causou um turbilhão de sentimentos estranho mas nele não tinha expressão de nojo ou estranheza apenas seus olhos demostrava um brilho.

— Por que não está me deixando chegar perto de você?.

— O que está dizendo?. — ele muda sua expressão para confusão. — Não estamos perto o suficiente?. — ele se aproxima mais.

Alguma coisa encostou em mim!.

— N-não estou falando disso. — me afasto rapidamente dele. — No Futebol, sempre que vou em sua direção você dá um jeito de fugir.

— Não sei do que está falando. — ele fecha o chuveiro.

— Você está com medo de me machucar!. — digo mas ele apenas me ignora e contínua a se trocar. — Eu percebo as coisas rápido.

— Não!, você não percebe. — ele exclama alto e depois suspira passando a mão nos cabelos molhados. — Não deixa se levar pelas coisas que o Luis diz, ele apenas se sente ameaçado.

— Pelo o quê?.

Ele apenas me ignora e vai embora, coloco roupa e tento o alcança-lo rápido, Monchen não parecia disposto para outra briga e ficou sem me olhar pelo resto do dia. Já estamos a uma semana com o clube de futebol e sempre que podia Luis enchia minha cabeça sobre Monchen me achar fraco, me pergunto qual o problema daquele ruivo de nariz em pé. No outro dia quando acordei Yibo já não estava no quarto.Novamente voltamos a época em que ele sumia sem dizer nada.

Qual o problema desse cara?, me perguntava enquanto entrava em minha sala de aula. Fui recebido com uma garota sorridente com cabelos longos até a cintura, baixa e magra.

— Gabriel pode levar esses biscoitos caseiros para o Monchen depois. — ela pergunta me erguendo um pacote azul.

— Claro Hyori. — ela agradece.

Isso poderia ser uma chance para eu poder conversar com ele. Tá quem eu quero enganar?, eu queria era mesmo comer os biscoitos também.

—  A próxima semanas será de provas. — o professor diz finalizando a aula. — Estudem.

Saio com o pacote de biscoito em mãos e vou em direção onde provavelmente Monchen estaria dormindo nessas horas.

As arquibancadas.

O encontro do mesmo jeito de todas as vezes, tiro sua jaqueta de cima de seu rosto e aperto seu nariz .

— Filha da...— ele se levanta com tudo. — Pandinha!.

— Toma. — coloco os biscoitos na altura de seus olhos.

— Isso é um pedido de casamento?. — ele olha para os biscoitos e depois para mim.

— Sim. — ele sorrir.

— Eu aceito. — o bambu, vulgo, Yibo come um.

— É da Hyori. — Monchen começa a engasgar. — Ficarei feliz em ser chamado para ser padrinho do casamento. — sorrio.

Mesmo sorrindo senti algo me incomodando por dentro.

— Para que ser padrinho se pode ser outra coisa?. — ele sussurra

— O quê?. — Monchen falou tão baixo que quase não entendi.

Antes que ele pudesse repetir os membros do clube foram chegando, foi inevitável não revirar os olhos quando avistei um certo ruivo entre eles, Luis me olhou em uma intensidade de ódio esbanjando sua camisa dez, se um dia eu aparecer morto podem saber que o culpado é um ruivo de olhos verdes que gosta de mecher com calouros aparentemente sem motivo algum.

O Camisa Nove dos Gaviões Vermelhos Where stories live. Discover now