Capítulo 8 - Bola dentro do gol.

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Quando os primeiros raios de sol entrou no quarto eu já estava desperto, tive insônia a madrugada inteira e em nenhum momento fechei meus olhos, Monchen Yibo ainda dormia  tranquilamente e como sempre de frente para mim. Apenas me levantei e fui caminhar um pouco, hoje era um dia frio e nublado, os ventos fortes faziam as árvores do campus soltarem uma enorme quantidade de folhas secas, meu casaco já não era o suficiente para me manter quente então apenas voltei de volta para o meu dormitório, no meu andar tudo estava quieto apenas um pequeno som de porta sendo destrancada era ouvida, e era exatamente a minha porta. Monchen estava com roupas do habitual, tudo preto, exceto pelo all star vermelho,  trancando a porta, o mesmo não tinha conhecimento de que eu estava atrás dele, apenas fique parado esperando que ele se virasse, e quando ele o fez seus olhos se arregalaram.

— Cara que susto. — ele suspira. — Você tá parecendo um panda com essa olheiras.

— São sete horas da manhã e você já vem com piadinhas. — revirei os olhos.  — Onde você tá indo?.

— Não é piadinhas. — Monchen dá um sorriso curto, esse ser nasceu para me irritar. — Estou indo visitar o meu tio, quer vim?.

— Quero.

— Eu estava zuando com você, era para ter respondido não. — apenas o encarei sem dizer nada, mostrando que eu não iria mudar de idéia, ele suspirou. — Tanto faz, vamos.

Pegamos um táxi e no caminho apenas fiquei encarando as nuvens nubladas enquanto pensava no motivo de estar acompanhando Monchen sabe se lá na onde. O trânsito estava uma merda e demorou até chegarmos em uma casa branca de dois andares, tinha um jardim bem em frente com cascatas das águas e cadeira de balanços feito de madeira.

— Casa legal. — digo observando.

— É uma clínica de fisioterapia. — ele diz abrindo a porta principal, lá dentro era espaço, tinha bancos de espera e a recepção, nos direcionamos para lá. — Gostaria de falar com o velho. — Yibo diz para a moça atrás do balcão e ela apenas da um sorriso falso antes de começar a puxar a orelha do Monchen.

— Não tem nenhum velho aqui mocinho. — ela diz sorrindo e Yibo tenta tirar a mão dela de sua orelha. — Tenha respeito com os mais velho.

— Tá bom tia, desculpa aí. — ela larga a orelha dele. — Vou ter respeito com você só porquê é velha então. — ele sorri e a mulher vai em direção a sua orelha novamente mas é interrompida por um homem alto de jaleco. — Eae coroa.

O homem era alto, até mais do que Yibo, o jaleco branco marcava os incríveis braços grandes e musculosos, seus cabelos curtos e bem penteados , e sua pela tinha um bronzeado e seu rosto levavam algumas linhas de expressões. Seria ele o pai do Yibo?.

— Coroa?. — ele cruza os braços os deixando ainda mais musculosos. — Você precisa de uma aula de boas maneiras. — ele diz trincando os dentes. 

Esse cara dá medo.

— O senhor não é igual vinho, quando mais velho não é melhor e sim mais chato. — Yibo revira os olhos. — Pandinha esse homem surtado aqui é o meu tio.

— Prazer em te conhecer senhor. — lhe estendo minha mão, ele suspira e aperta. Ignorei o fato de Yibo ter me chamado de pandinha, quando saírmos daqui eu vou lhe dar um chute no joelho em nome da paz.

— Vamos conversar na minha sala. — confirmamos e o acompanhamos até o segundo andar, lá tinha várias portas e outros funcionários com jalecos, os pacientes ambos crianças, adultos e idosos. — Yiboom você já caminha perfeitamente, então o que faz aqui?.

— Não me chame de Yiboom. — Yibo faz um careta enquanto entramos em uma sala com cores clara que tinha uma escrivaninha com várias papeladas em cima. — Apenas vim te visitar.

— Sem chances. — o homem senta em uma poltrona cruzando as pernas, eu apenas ficava no meu canto observando tudo. — Não irei fazer uma declaração para você.   

— Eu nem disse que queria isso tio Wei. — Yibo encena que está chocado com a acusação de seu tio, ele iria pedir exatamente isso.

— Pandinha. — o senhor Wei olha para mim, chorei internamente por esse apelido ter pegado, olho para Yibo que apenas gargalhava.

— Sim?. — respondo com a vontade de querer chutar agora mesmo o joelho desse idiota.

— Ele veio aqui por causa de uma declaração?. — confirmo. — Por causa do futebol?. — confirmo novamente e o vejo soltar um longo suspiro. — Se a situação do seu joelho não for boa, eu como um profissional da saúde, de forma alguma te daria uma declaração para que você possa voltar a jogar.

— Pode avaliar o meu joelho o quanto quiser. — Yibo se levanta abrindo o zíper de sua calça.

Sinto minhas bochechas se esquentarem e minha garganta se fechar, mas que merda é essa?.

— Eu vou beber água. — digo abrindo a porta e saindo sem esperar qualquer resposta. Ando apressadamente pelo corredor olhando para o chão e sentindo todo meu corpo formigar estava quase descendo as escada quando acabando batendo meu rosto no peito de alguém. — Desculpa.

— Gabriel, nós nos encontramos de novo. — acabo de me afastar de um idiota e ja encontro outro. — Tá tudo bem com você?.

— Tá. — me afasto dele, vai que dá um ataque de bipolaridade nesse cara e ele resolver usar meu joelho como pula-pula também. — O que faz aqui?.

— Trabalho aqui. — faz sentido já que ele estava de jaleco também. — E você o que faz aqui?.

Será que se eu falar que estou aqui com Yibo ele vai sair correndo para brinca no pula-pula, vulgo joelho do Yibo, de novo?.

— Estava apenas andando. — digo a primeira resposta que me passou pela cabeça. — Monchen Oota.

— Não me chame de Monchen. — ele me dá um olhar ameaçador, mas rapidamente muda. — Está aqui com o meu irmão?.

— Irmão?. —

No mínimo achei que eles dois fossem primos.

— Apenas por parte de pai. — ele sorri. — Fico feliz que meu irmãozinho mais novo tenha um amigo como você. Me preocupo com ele.

— Entendo.

— Você está com as bochechas avermelhadas, está com febre?. — antes que eu pudesse responder Monchen Oota colocou sua mão na minha testa.

Qual é a desses Monchen que ficam me tocando?.

— Oota. — uso seu primeiro nome mesmo sem ter intimidade, com isso mostrando meu certo desconforto, mas ele não pareceu nem um pouco abalado, pois suas mãos começaram a deslisar para a minha bochecha, com Monchen Oota cada vez se aproximando, sua respiração quente já batia em meu rosto, e seu olhar penetrando-me sem ao menos demonstrar qualquer vergonha.

Eu não sou a porcaria de um objeto onde podem pensar ou agir como querem comigo, já estou cansado desse besteira, posiciono minha joelhos entre suas pernas e dou um chute.

— Meu Deus, foi sem querer. — faço cena enquanto o vejo se contorcendo de dor.

— Que golaço. — alguém fala atrás de mim.

Essa voz estava eufórica, toda feliz, Yibo fez um jóia para mim com um sorriso nos lábios enquanto o senhor Wei estava com as pernas encolhidas.

— Essa eu senti em mim. — diz senhor Wei.

— Vamos pandinha. — Yibo agarra meus pulsos e começa a descer as escadas com pressa, me despedi a distância do senhor Wei enquanto Oota estava se apoiando na parede.

— Oye, Yibo vai divagar. — digo enquanto já estávamos no jardim da clínica. — Como foi lá?.

Yibo levanta uma folha na altura dos meus olhos, li duas vezes o conteúdo para ver se era real, mas no final da folha a assinatura  deixava tudo claro. Eu Monchen Wei declaro que o paciente Monchen Yibo tem totalmente disposição para voltar a suas atividades de seu clube ou trabalho, mas jogar em campeonatos só sobre a minha supervisão ou a de meu funcionário Monchen Oota Qiu.

Eu não saberia dizer se isso era ruim ou péssimo.


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