Louis não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Rezava para ter escolhido a porta mais aleatória da fraternidade e a confundido com a sala do dono – porque isso significaria que aquele rapaz só estava ali para utilizar o espaço como facilitador da sua transa e nada mais.

A garota saiu da sala, desviando de seu corpo petrificado, e fazendo uma força absurda para ao menos dizer desculpas para ela, Louis se xingou mais uma vez por ter sido incapaz de reagir àquela situação ridícula.

Agora sozinhos na sala, mesmo que a porta esteja aberta e Barbara, Eleanor e Bebe possam ver e ouvir tudo perfeitamente, Louis não pôde evitar em conter um ofego. Ele recebia atenção demais de alguém que aparentemente estava muito satisfeito em vê-lo ali, e isso fazia seu estômago revirar.

Que ele não seja o dono da fraternidade...

Que ele não seja o dono da fraternidade...

Quer dizer, e se ele fosse?

A mente de Louis trabalhava rapidamente para tentar se recordar daquela noite, nas primeiras semanas de aula do terceiro ano. Ele se lembrava de estar em sua versão total e completamente inconsequente, ainda na época em que escondia suas dores e mágoas sob camadas e mais camadas de sensualidade e provocações – e poucas peças de roupa, simplesmente porque queria e isso o fazia feliz.

Em sua fase mais rebelde, pós-Ryan, que se recusava a se apegar emocionalmente à qualquer um que cruzasse seu caminho, se permitindo apenas aos prazeres do sexo. Transava com qualquer um e em qualquer tempo e lugar, sem se importar com nada além de sua satisfação.

Se lembrava da festa à fantasia. Tinha ido de salva-vidas e Niall havia ido de cadeira. Disso tinha plena consciência. Se lembrava de ter salvado um cara que caiu na piscina, heroica e milagrosamente. E também de ter beijado o rapaz que estava parado em sua frente, separados apenas por uma mesa.

Se lembrava de estar subindo para o terraço pelas escadas cobertas por carpete velho e logo em seguida estar pressionado contra a parede do lado de fora da sala em que estavam naquele mesmo momento. O rapaz usava uma máscara – obviamente, por ser uma festa à fantasia – mas ainda assim conseguia ver aqueles olhos incrivelmente claros.

Os mesmos que o encaravam naquele mesmo momento.

Lembra ainda de passar os dedos pelos fios castanho-escuro macios de seu cabelo, para só então cortar o beijo. Era um beijo bom, muito bom, lento mas intenso, Louis podia sentir as sensações daquela noite voltando a reverberar por seu corpo. Muito bom.

Mas, se ele havia de fato gostado do contato, por que os separou? Se seu objetivo era satisfação sexual, e aquele cara apresentou todos os sinais e faróis verdes para transarem, por que Louis cortou o contato?

Lembrava perfeitamente da expressão de surpresa e confusão que o rapaz apresentou quando separou seus corpos.

Batia o pé incessantemente no chão, se esforçando ao máximo para recordar, mas sua mente simplesmente não funcionava propriamente. Quer dizer, havia passado tanto tempo daquilo, quase sete meses... Ele havia construído tantas paredes ao redor dessa época de sua vida que tinha dificuldades em recuperar algumas memórias que tão bem trancou no baú.

Ele só queria se recordar...

Com um estalo, como se o baú tivesse cedido e finalmente aberto, Louis arregalou os olhos. Se lembrava de olhos verdes intensos e cachos volumosos, completamente diferentes das características do rapaz que ainda o encarava confuso.

E esse parecia ser justamente o problema – ele estava procurando alguém, especificamente com aqueles traços, que por acaso, não eram um match com os do rapaz do outro lado da mesa.

once upon a plug {l.s}Where stories live. Discover now