Stupid Wife (REMAKE)

Capítulo 32 - Diversas sensações.

— Cabello-Jauregui, papai.

Lauren diz ao passar por nós, o pequeno está em suas costas e Duke pula agitando tentando pegá-lo do colo dela. Entramos juntos no casarão, rindo e brincando. Estou me sentindo bem como há muito não sentia, todos os dias parecem uma coisa nova, e realmente é.

Conviver com todas essas pessoas tem me tornado uma mulher melhor. Estou amadurecendo um pouco mais a cada dia novo que nasce, cresço de todas as formas possíveis. Muito disso tem a ver com a minha esposa, essa mulher excepcional que faz de tudo para me ver bem e cuida de mim melhor do que eu mesma. Nunca saberei agradecer o suficiente por tê-la comigo.

— O que tanto você pensa?

E como se fosse capaz de ler meus pensamentos, a dona deles pergunta a mim, baixinho para que apenas eu ouça. Sorrio, largando a caneca em minhas mãos para olhar na direção dela.

— Estava pensando no amor da minha vida.

— Hm... E eram coisas boas sobre mim?

Ela abre um sorriso sapeca, cobrindo minhas mãos com as delas.

— Quem disse que é sobre você?

— Eu estou dizendo.

Responde-me sem hesitar ou perder a pose prepotente. Não agüento a arrogância dessa mulher, cada vez mais que temos intimidade, ela se mostra a mesma de sempre. Toda cheia de si e com certezas extremas. Mas eu não reclamo muito, até gosto desse jeito egocêntrico.

— Você é muito cheia de si. – Levo minha mão até seu nariz, apertando-o sem muita força. Lauren faz uma careta, puxando a cabeça para trás e escapando de mim. — Sorte sua eu gostar tanto de você.

— Tu me amas, mi amor.

Seu sotaque rouco e arrastado faz um arrepio tomar conta de mim, sinto uma vontade absurda de beijá-la, mas me controlo, não estamos sozinhas e tenho certeza que existem olhos atentos em nós duas. Rapidamente me afasto, ficando longe o suficiente dela para não correr o risco de acabar cedendo aos meus impulsos.

— Será que as duas mocinhas não gostariam de dividir conosco esses sussurros?

Clara brinca, servindo-se de mais café. Michael segura uma risada e nossa filho bufa, cruzando os braços do outro lado da mesa. Eu fico confusa, ele está com raiva do que exatamente?

— Desculpem-nos, mas sabe como a filha de vocês é, né? Muito enxerida.

— Isso é verdade.

— Papai!

Lauren exclama desacreditada, parecendo muito ofendida com o que seu pai acabou de dizer. Dessa vez quem gargalha sou eu da expressão desolada no rosto dela.

— Desculpe, filha, mas é a verdade.

— Existe um complô contra mim em todos os cantos. Não agüento mais essa injustiça.

— Que drama, Lolo.

Minha sogra diz e afina o tom de voz quando a chama pelo apelido.

— Mamãe, não... Esse apelido me faz parecer frouxa. – Olho na mesma hora em direção a ela, abrindo a boca para respondê-la. — Nem ouse abrir essa boca.

Faço sinal de rendição, soltando uma risadinha. Ela me encara com raiva, mas esse olhar nunca me assustou no passado, não seria agora que iria me afetar. Obviamente eu não poderia perder a oportunidade de retribuir toda a provocação que ela faz comigo quase todos os dias, e é com esse pensamento que me aproximo dela, falando baixinho em seu ouvido: