Amor & Amizade

Hostel & Rodeio

— Camila, avisa para as meninas que o bagulho ficou louco. — Evelyn gritou e desligou o telefone, tomando cuidado para manter a concentração na estrada. Utilizávamos essa frase como nosso código para quando algo ruim ou grave acontecia e precisávamos reunir todas o mais rápido possível, geralmente ela vem acompanhada com hora e local de encontro, mas não estávamos nos preocupando com isso já que agora morávamos todas juntas.

Mal estacionamos em frente à pousada e me deparei com as meninas correndo em nossa direção, Camila veio segurando uma pá e devolvi meu olhar de curiosidade. — O que? — perguntou olhando da pá para mim. — Isso? Só me precavi, pensei que teria que esconder o corpo de alguém.

— Apesar de querer muito matar alguém, vou ficar com a opção de subirmos para ter um momento nosso.

Subimos até o nosso andar e esperei as meninas se acomodarem e me encararem em expectativa para que eu começasse a falar.

— Vocês tem conhecimento de que eu e o Fernando tivemos uma noite, sim? — Olhei nos olhos de cada uma e as vi assentindo. — Então, possa ser que eu tenha me iludido um pouquinho e acreditado que nós poderíamos ter algo mais duradouro juntos. Não é como se eu estivesse planejando nosso casamento ou escolhendo o nome dos nossos filhos...

— Estava sim — interrompeu Chayla e olhei brava.

— Como eu estava dizendo, não é como se eu estivesse planejando tudo isso, mas a conexão que nós tivemos foi boa e eu acreditava que podia durar um pouco. — Esfreguei meus olhos. — Eu fui burra, confesso.

— Calma você tem certeza que não tem mais chance alguma? — Vick questionou apertando minha mão, não tenho tempo de responder antes que Evelyn me interrompa.

— Aquele vaco estava com uma vaca loira na cafeteria! — Meus ouvidos doeram de como a voz dela saiu estridente.

— Meu Deus, Evelyn! Posso falar? Hunf! — Me joguei na cama e abracei o travesseiro. — Ele ficou todo estranho ontem depois que fiz uma brincadeira com ele sobre brinquedos sexuais, ficou ignorante comigo, me esnobou, fingiu que eu não existia e simplesmente fugiu na hora de ir embora. Não consigo entender o que eu fiz demais. Não sei amigas. Não sei. Eu juro que estava tudo bem.

— No caso dos brinquedos sexuais, quem iria utilizar era você ou ele? — Fiquei com cara de dúvida e Gabi completou. — Chegou a pensar que você pode ter ferido a masculinidade dele? Ainda há homens que se preocupam com isso hoje me dia, século vinte e um, pessoas não tão adequadas e tal... — Ela divagou.

— Homens são seres complicados.

— Me conte uma novidade, Evelyn. — Mila bufou. — Mudando de assunto, acabo de lembrar que na próxima semana vai haver o rodeio na cidade e se nós quisermos começar a hospedar, podemos aproveitar esse rodeio para colocar o Hostel em funcionamento. Vocês acham que nós vamos conseguir?

— Os móveis chegam na próxima segunda-feira, podemos montar tudo e na sexta começar a hospedar quem vier de última hora para a cidade. Vou pedir para o Marcelo vir aqui amanhã checar se realmente está tudo funcionando e então espalhamos a notícia do funcionamento.

— Eu vou falar com ele, marcamos de ir tomar um sorvete amanhã. — Mila enrubesceu.

— Quem diria que a menina dos saltos Louboutin iria tomar um sorvete com o paquera. — Gabi caçoou. — Devemos preparar nossas roupas de madrinha?

— Besta. — Ela jogou uma almofada na Gabi. — Não é nada demais.

— Meu último nada demais rendeu um casamento. — Evelyn disse e começou a tossir quando percebeu que escutamos. — Brincadeira, era só para tirar o foco.