Capítulo: II

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Depois de terminarmos de almoçar e eu lavar a louça num completo silêncio vou até a sala e pego minha mochila.

— Mãe, poderia vim aqui na sala — falei sentando no sofá, e pegando o papel da minha bolsa.

— O que aconteceu dessa vez, Amélia Oliver? — ela apareceu na porta da sala me olhando com severidade

— Bem... É que aconteceram uns imprevistos na escola...

Dei o papel a ela, que continuou lendo e olhando vez ou outra pra mim com aquela cara de brava, me arrependo do que fiz, porque sei que não foi certo, mas eles não vão esquecer daquilo tão fácilmente.

— Amélia querida, você devia ser um pouco mais atenta a sua volta — disse enquanto sentava na poltrona — jogar um livro na cara das pessoas não é aceitável, ainda mais em duas pessoas — disse se levantando da poltrona e vindo até mim. É hoje que morro — Onde tava com a cabeça sua desmiolada? — Disse dando um cascudo na minha cabeça

— Já aconteceu pra que me bater agora? Aquelas gazelas que não me deixavam em paz, aí taquei o livro, quem ia saber que aquele cara ia aparecer...

— Meu Deus Amélia, ERA O PROFESSOR, VOCÊ PODERIA SER EXPULSA, ENTENDE A SITUAÇÃO...? — ela para um pouco respirando e voltando a falar — todo dia uma reclamação diferente, MAS NÃO, VOCÊ NÃO ENTENDE. — é sempre assim, perdendo a calma num piscar de olhos

Confesso que estou surpresa dela não ter ficado mais chateada, mas ela tá gritando sem nem saber a história, ninguém liga pra minha versão agora para meter o pau tá todo mundo de pé. No entanto, não vou me preocupar com isso agora.

— Mãe... — Vou tentar acalmá-la antes que tenha um treco

— O QUE FOI?

— A senhora tá gritando, se acalma.

— Você me pede calma, a diretora ligou mais cedo e disse que na próxima vez que acontecer algo ela te expulsa, não quero mais saber disso — ela entregou o papel que estava segurando e voltou a se sentar na poltrona — converse com o seu pai, Amélia, tenho coisas para fazer

— Pode deixar, mademoiselle, como desejar — levantei e peguei minhas coisas, andei apressadamente para meu quarto, tranquei a porta e deixei algumas lágrimas que estava segurando caírem

E sempre assim, o relacionamento com meus pais uma hora tá tudo bem em outras tá um desastre, sei que não sou filha de sangue deles porque ela não pode ter filhos, acho que é por isso, mas mesmo assim considero muito eles quem ia ter o enorme coração de cuidar de uma criatura problemática como eu que ainda por cima nem é filha deles de verdade, não faço essas coisas para irrita-los, é meu passa-tempo estranho, porém é.

— Que droga, essa não é a vida que pensei que teria; ainda preciso mandar consertar o skate — respiro fundo indo até meu guarda-roupa — primeiro de tudo manter a calma, depois um banho o resto eu resolvo fácil, ou não, força Amélia você consegue...

Pego um par de roupa e depois entro no banheiro, tiro as peças de roupa e entro debaixo do chuveiro, coloco a água morna, isso que chamo de relaxante, depois do banho me visto e vou fazer meus deveres que não são nada fácil.

Depois de terminar o que tinha para fazer me despeço da minha mãe e saio de casa, tenho que trocar as rodinhas do meu amado skate, talvez eu passe na padaria pra comer aquele bolo lindo que vi hoje quando voltava da escola, coloco meu fone e escolho a música demons do imagine dragons, essa música é ótima ela parece um pouco comigo, sou tirada de meus devaneios por uma buzina de carro, tiro um dos fone e olho para o carro vindo em minha direção

Liberdade: O Mundo De SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora