No alto do penhasco

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Escutava-se apenas os sons das copas de árvores que se movimentava durante uma pequena rajada de ar que percorria por toda extensa e escura floresta, pássaros que cantavam suas belas melodias e o som de água corrente de uma grande cachoeira. No entanto, podia constatar-se galhos ao chão sendo quebrados e passos lentos se aproximando daquele riacho. Quase sem força para chegar no mesmo, a esbelta garotinha dos labios fissurados e totalmente ressecados, aparentemente pálida como a neve. Se tremia incontrolavelmente e ao mesmo tempo soava frio. A pobre jovem estaria gravemente doente. Com um pouco de esforço conseguiu chegar próximo ao rio, logo tombou seu corpo para frente e ergueu-se de joelhos no solo gélido -- tendo em suas mãos um copo de estanho, que retirou de dentro de sua pochete -- quando terminou de beber a água, se deitou no chão e lentamente fechou os olhos.

-- Mamãe... -- Sussurrou com sua voz fraca e tristonha --

Em instante a garota adormeceu no mesmo lugar. Até aquele momento, tudo parecia estar tranquilo e sem nenhuma anormalidade. Porém, aquela calmaria toda foi quebrada, quando a garota foi surpreendida por um homem, que pressionava seus braços firmemente sobre a terra, assustada, a mesma arregalava seus olhos, e não tinha forças para lutar ja que o sujeito se encontrava em cima do seu pequeno corpo.

- Achei você putinha. -- seu bafo fedia a cachaça e suas vestes tinham cheiro de peixe podre, provavelmente era um pescador.--
- Me solta, me solta, por favor.
- Acha que sou burro? Está cheio de cartazes seu espalhado por todo reino, seja la que merda você fez para a família real, ganharei uma fortuna entregando você.
- Não, não faça isso.
- Cala a boca porra. Pensando bem, não vou te entregar agora, só depois de foder você toda.

Ele virou a criança de bruços no chão, e imediatamente abriu os botões de sua calça, deixando afora seu membro ereto e cabeludo. Todavia, a garota por sua vez, juntou uma pedra no chão e rapidamente virou-se de frente para o sujeito. Golpeando em sua cabeça, sem lhe dar tempo para reagir, a pequena garota saiu correndo para longe do homem. Mas não demorou muito para que ele a alcançasse.

- Sua Filha da puta, agora eu vou te foder com força até tirar sangue de você.

A pequena corria sem olhar para trás. E a única coisa que avistava à frente era um enorme penhasco, onde ficava a Cachoeira. Rapidamente ela parou, e olhou para trás desesperada.

- Sem saída. --Dizia ironicamente o homem que queria sequestra-la. Sua testa estava sangrando.--

- Vai se foder seu nojento.

Disse a garota e sem pensar duas vezes se jogou de cima do alto penhasco, sumindo da vista do sujeito.

- Que vadia louca. --falou ele após ficar um tempo olhando para baixo.-- Tenho que relatar ao rei que a menina está morta.

Após o incidente o plebeu havia se retirado do local e voltado ao reino para constatar o que tinha acontecido. Porém, como o homem não era de confiança e não pertencia a nenhuma das casas nobres, ficou sob vigilância. Cavaleiros foram enviados para o local indicado, e se encontrasse o corpo da menina, o plebeu ganharia a recompensa, caso contrário seria condenado a morte por infligir as leis.

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