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Barth

Algum lugar na floresta - Mundo humano.

Seguindo em direção às coordenadas que Nash lhe passou, Barth se lembrou do que seu mestre lhe disse um pouco antes de deixar o dojo, e não pode deixar de estremecer. Um híbrido é um ser terrivelmente poderoso e o que esse jovem podia se tornar poderia vencer a guerra para quem ele lutasse. Era por isso que os vampiros o queriam.

Era estranho que os demônios estivessem tão quietos e provavelmente estariam tramando algo. Já tinha algum tempo que Barth não ouvia falar deles, e desde que as criaturas vieram para o mundo humano, ele só via vampiros agindo. Os demônios deviam estar juntando um exército e planejando iniciar uma guerra nesse mundo também. Ou talvez tenha acontecido alguma divergência entre eles e os vampiros, e tenham decidido brigar pela soberania dos seres sombrios, o que explicaria o interesse dos sanguessugas no filho de Nash.

Independente do que estivesse acontecendo, ele sabia que precisava encontrar o jovem híbrido antes de qualquer um, e levá-lo até Nash. A parte humana dele poderia ser a chave para derrotar o Lord King e assumir o posto de Alfa da alcatéia. Depois, buscar a independência dos lobisomens seria questão de tempo.

A terra dos lobisomens ficava isolada das cidades, em uma região neutra, cercada por uma densa floresta e algumas montanhas, onde os magos não agiam. Era difícil encontrar a entrada da aldeia e a estrada que Nash usava para ir até onde Amélia morava era em uma parte repleta de túneis construídos nas montanhas, provavelmente por mineradores que não exploravam mais ali.

Após caminhar por algumas horas, Barth ouviu uma movimentação próxima de onde estava, e se escondeu para ver do que se tratava. De longe viu alguns vampiros atacando uma jovem que se defendia com uma destreza incrível. Ela carregava uma adaga em cada mão e seus movimentos eram leves e graciosos, mas após matar alguns deles com as armas que pareciam ter as lâminas mágicas dos caçadores, mais alguns apareceram, e ela se viu encurralada.

Sem pensar mais, mesmo aquela briga não sendo seu problema, ele se transformou assumindo sua forma Crínica, e com um grande impulso, saltou os vários metros que os separavam e começou a estraçalhar os vampiros, que pareciam ser de classe inferior por não serem tão poderosos. Após matar vários deles, Barth se viu olhando bem nos olhos púrpura da linda jovem, que não pareceu estar assustada com sua forma bestial e ao invés disso, ela lançou as duas adagas na sua direção.

Ele apenas esperou pelo impacto, mas ao invés de sentir as lâminas cravadas em sua carne, ele ouviu dois gritos diferentes vindos da sua retaguarda e, virando-se, viu que as adagas eram direcionadas a dois vampiros que o atacavam, fazendo-os queimar no instante em que os acertou.

— Eu não sei o que uma caçadora está fazendo aqui — disse Barth a ela, após voltar à forma hominídea —, mas acho melhor correr, pois esses sanguessugas só vivem em colônias e em minutos isso aqui vai estar cheio deles!

— E porquê você se preocupa comigo? — desafiou ela e indo até as cinzas dos vampiros que matou, pegou suas adagas e as guardou em bainhas em seu cinto — Que eu saiba lobisomens só se preocupam consigo mesmos. Aliás vocês são lacaios dos vampiros, então porque lutou contra eles?

— Eu devia ter deixado eles te matarem mesmo! — rosnou Barth, ofendido com as palavras dela — Vocês magos não sabem de nada, só observam do alto de sua arrogância e caçam o que não compreendem.

— Pelo visto é você quem não sabe de nada lobinho — ela zombou, olhando nos olhos dourados dele que pareciam estar repletos de ira o tempo todo —, eu não sou uma maga. Aliás dos caçadores aqui só tem essas adagas e eu as roubei dos vampiros.

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