Ele tomou à frente da sala de reuniões, e todos me olhavam embasbacados, alguns com admiração, outros com evidente inveja e ciúmes. Isabela apenas sorriu e me lançou uma piscadinha. Desviei o olhar e fingi que nada estranho acabara de acontecer.

— Bom dia, equipe. Chamo-me Eduardo Lima — Disse enquanto ligava o telão para começar a apresentação dos projetos.

O Diretor da empresa, falou-nos sobre a multinacional que havia contratando-nos. Uma empresa Irlandesa que construiria sua primeira sede na América do Sul, e o Brasil havia sido escolhido para iniciar um novo período de expansão dos negócios. A sede seria em Natal, mas tinham escolhido a nossa filial pela ótima reputação que detinha, mesmo ela sendo no Rio de Janeiro.

Tivemos algumas exigências antes de criarmos o projeto... Deveríamos unir a sustentabilidade e a arquitetura moderna, sendo inovadora. Eles queriam algo diferenciado e que o prédio se tornasse um monumento para a cidade.

É um grande desafio, e por isso o nome do arquiteto seria reconhecido não só na cidade, mas no Brasil e mundo afora. O que se torna ainda mais importante pra mim, se tornando o ponta pé inicial para uma carreira internacional, e uma prova de que estou na profissão certa!

Após sua fala, Eduardo foi para o final da sala, sentando-se na última cadeira central reservada para ele, e pediu para que todos apresentassem seus projetos seguindo a ordem de assentos. Estávamos reunidos em dez profissionais naquela sala, e desses, cinco eram projetistas. Minha amiga era uma dos quais haviam ficado encarregados de avaliar e analisar os riscos de cada projeto, apontando os erros, as possíveis falhas e analisar os gastos que levariam. Em resumo naquele momento poderia se tornar minha pior inimiga.

Um a um foram levantando e falando sobre seus projetos. Eu tentava me concentrar no que falavam, mas juro que sentia o olhar de Eduardo sobre mim em todo o tempo, vindo em minha direção. Às vezes quando me virava para ver o que outro colega pontuava sobre o projeto, percebia que

Eduardo me olhava como se me analisasse lendo meus pensamentos... Senti um frio percorrer a espinha e desviei o olhar.

O tempo foi passando e ele ficando mais impaciente, estava bem aparente a sua insatisfação!

E eu me sentia estar na mira de um 'sniper'.

— E você chama isso de inovação?! — Interrompeu um dos funcionários, jogando sobre a mesa a caneta que rabiscava com raiva algo sobre o papel. — Isso é só mais do mesmo!

O funcionário tentou se esquivar explicando as suas melhores intenções... mas não adiantou.

— Ok, porém nós não temos tempo para boas intenções! pode retornar para seu lugar. — O chefe já impaciente, se ajeitou autoritária em sua cadeira. — Vamos poupar tempo. — Apoiou as mãos cruzadas sobre a superfície. — Apenas se levante para falar algo, aquele que tiver um projeto coerente com as exigências do cliente!

A minha primeira impressão do cara é de um soberbo que pensa mandar em tudo, somente pelo jeito arrogante de falar. Concordo que o projeto de meu colega não era tão impressionante, porém não havia necessidade para tanto...

Mas não posso negar, que aquele jeito irritado o deixa ainda mais sexy... Porque as mulheres que estavam presentes não paravam de jogar charme para chamar sua atenção. Não que eu pense da mesma forma.

Apenas observo, ponderando se me voluntario para falar primeiro. Quando sou interrompida de meus pensamentos por sua voz.

—Bia, poderia nos dar a honra? — Ele estende a mão indicando para que eu tomasse à frente da sala. Seu tom de voz mais brando dessa vez.

Entre Nós • EM ANDAMENTO •Where stories live. Discover now