capítulo 7

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29 de novembro de 2019
São Paulo- fim de tarde chuvoso

POVs Gabi:
-Estou em São Paulo, meu verdadeiro lar, o lugar onde eu sou eu mesma!
Infelizmente eu ter vindo parar aqui foi um acaso, estava indo a São José do Rio Preto, mas como não tem voo direto do Rio de Janeiro para lá tivemos que fazer uma ponte em São Paulo. Depois de esperar alguns minutos o piloto avisou que o voo de São Paulo para SJRP não partiria por conta da grande tempestade que está tendo.
Fiquei sem saber o que fazer, provavelmente Saulo brigaria comigo por ter "inventado moda" de ir visitar os meus pais e ter ficado presa em São Paulo sozinha.
Rapidamente começo a procurar os hotéis mais próximos do aeroporto mas todos estão lotados por conta da chuva, fico sem saber o que fazer, até que me lembro do meu apartamento em São Paulo. É para lá que eu irei! -Penso e rapidamente chamo um uber.

Durante todo o percurso até o apartamento começo a pensar em tudo que estou vivendo com Saulo, estamos passando por uma fase difícil na nossa relação, raramente ele está em casa, sempre que sai ocorre flagras de traição e isso me machuca demais. Mas como a "boa esposa" que a família dele me obrigada a ser eu apenas me faço de cega e o perdoo, além de passar meus dias orando para que ele saia dessa vida. Eu não aguento mais tudo isso, perdi todos os meus amigos, passo o dia todo trancada naquela mansão sozinha, estou vivendo um inferno, mas não posso desistir de nada, tenho que priorizar minha família, como sempre o pastor Márcio me aconselha!

Chego no prédio e pego as chaves com o porteiro, que rapidamente me reconheceu e me ajudou com as malas. Assim que abro a porta e adentro o apartamento um misto de emoções e nostalgia toma conta de mim, estava tudo do jeitinho que eu e o gui deixamos, as nossas fotos espalhadas pelos cômodos, a cama bagunçada e até algumas roupas no armário. Vou até o armário e pego a primeiro blusa que vejo, era do guilherme, aperto ela contra meu peito e sinto seu cheiro, no mesmo momento desabo em lágrimas, como eu sinto falta dele!
Sempre me lembro dele, lembro do nosso relacionamento, de tudo que vivemos e do quão intenso foi. Hoje eu senti saudade, apesar de não termos volta, meu coração ainda insiste em gritar por ele, eu encarei o mundo lá fora na esperança de esquecer o gui, mas tudo ainda me lembra ele.
Depois de um tempo, arrumo o apartamento e decido ir até um mercado que fica de frente ao prédio, estava faminta! Saio do apartamento e chamo o elevador.

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POVs Gui:
-Acabo de chegar no meu prédio após um longo dia de trabalho, estou no elevador indo até o meu andar quando alguém o chama no quinto andar.
Assim que o elevador abra suas portas percebo uma silhueta feminina entrar, sem dar muito atenção olho para a pessoa afim de cumprimentar, mas assim que vejo quem é congelo e cada pelo do meu corpo se arrepia, Era a Gabriela, o amor da minha vida bem ali, parada na minha frente.
Engulo seco antes de dizer "oi" mas decido não falar nada quando a vejo abaixar o rosto e fingir que não me conhece.

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POVs Narradora:
-Um pouco antes do elevador parar no andar de Guilherme, Gabriela suspira e diz um "oi gui, tudo bem?" sem graça mas com tamanho desejo de ser correspondida na voz.
Guilherme suspira, lembra de cada momento que passaram juntos e responde um vazio "oi gabi" com tamanha magoa na voz.
Instantes depois, ambos sem graça começam a rir da própria situação, para quebrar o clima Guilherme pergunta o motivo dela estar em São Paulo, gabi rapidamente responde que estava só de passagem, indo visitar seus pais.

Então para descontrair Gabriela pergunta sobre o porquê da aliança na mão de Guilherme, que meio sem jeito conta que está namorando, conta que é com uma menina legal que conheceu depois de gabi.
Assim ele finalmente toma coragem e pergunta sobre o casamento, ela sorri sem graça e responde que vai bem (mesmo sabendo que é mentira), conta que teve um filho, seu menino Davi, quem ela ama mais do que tudo no mundo. Também conta que está morando em uma casa bem grande, tipo daquelas que ambos sonhavam em morar juntos um dia.

Depois que Gabriela diz isso a porta se abre no andar do Guilherme, ele se retira do elevador e diz tomando coragem e olhando pela primeira vez nos olhos dela "Adeus gabi", ela então responde "Adeus gui". Então a porta do elevador se fecha e os dois finalmente sozinhos suspiram e sentem as lágrimas escorreram sobre seus rostos, pensando em o que aconteceria se tivesse dado certo.

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POVS Gui:
-Não consigo acredito no que acabou de acontecer, era ela, a minha Gabriela parada bem na minha frente depois de tanto tempo.
Eu que já estava no caminho para ela esquecê-la, assim que a vi joguei todo meu esforço fora e assumi para mim mesmo que eu nunca deixaria de amá-la, não importa quanto tempo passe.
Ligo para o Léo e peço para ele me esperar em sua casa com várias garrafas de vodka. Chegando lá conto o que aconteceu, Léo suspira e diz: -Ela é o amor da sua vida cara, eu não tenho dúvidas disso e você também não deve ter, mas cê tem que desencanar, ela não vai voltar para você. Nesse mundo quase ninguém acaba ficando com o verdadeiro amor da sua vida e tá tudo bem nisso, você tem que seguir em frente.
Se for para ser, pode acreditar que ainda vai ser. Mesmo com vocês seguindo caminhos diferentes e não tendo mais contato, mesmo vocês morando em estados diferentes, mesmo que ela tenha arrumado uma família e você esteja namorando a Catherine, que parece uma modelo de tão bonita.
Quando é pra ser, não existe nada para estragar o final feliz de vocês, não importa quanto tempo passe, só entrega nas mãos do destino, se ela voltar é porque é para ser, mas não perca a seu tempo esperando ela voltar, viva a sua vida cara!

-E é realmente isso o que vou fazer, vou viver a minha vida, deixar essa história no passado e entregar nas mãos do destino.
Sorrio olhando a aliança em meu bolso, a aliança do nosso noivado, que carrego comigo desde o dia que ela partiu e me deixou sozinho sonhando com sua volta. Olho para aquele anel com um pequeno diamante em cima e digo "quem sabe um dia ela aceita?".

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POVs Gabi:
-Estar ao lado de Guilherme depois de tanto tempo e não poder toca-ló foi angustiante, uma vez vi uma frase em um filme: -"nós precisamos ser tocados por quem amamos quase tanto quanto precisamos do ar que respiramos", essa frase nunca fez tanto sentido como agora.
Eu nunca vou superar Guilherme, nunca vou deixar de amá-lo, nunca vou esquecer nossa história, ele para sempre será meu eterno "e se tivesse dado certo?", mas um dia, espero que como uma bela borboleta, eu volte a pousar nele.

I will always love youWhere stories live. Discover now