Capítulo 1 - Dia 1

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 Uma luz forte atravessa meus olhos fechados, posso ver, mesmo com os olhos fechados que o ambiente onde eu me encontro estava muito escuro e que agora parece ter se iluminado com o sol.

            Sinto uma enorme dor de cabeça, não posso dizer ao certo se eu já estava sentindo-a antes ou a dor me consumiu de uma só vez, porém foi uma dor com a qual eu nunca senti antes, tento levar minhas mãos até minha cabeça, mas eu não consigo mexê-las. O que há de errado comigo?

            Abro meus olhos e a luz me incomoda ainda mais, nunca vi nada tão forte. Nunca vi nada...

            Demorou algum tempo até minha visão se acostumar com a luz, foi então que eu percebi onde eu estava eu estava presa dentro de um tubo de vidro. E ao meu redor só havia água. Como poderia eu respirar em baixo de tanta água? Fico cada vez mais desesperada para sair de onde quer que eu esteja, mas meus músculos não me obedecem.

            Tento gritar, mas não adianta meu corpo não responde a nenhuma ordem minha.

            Tento me acalmar, talvez seja só um sonho, ou talvez seja um daqueles casos onde a mente de alguém acorda antes do corpo e a pessoa não consegue se mover.

            Tem mais alguém aqui comigo, eu não estou sozinha, na verdade estou em uma sala repleta de cilindros de vidro com pessoas dentro, porém diferente de mim, elas não despertaram.

            Olho em volta e vejo uma placa, nela está escrito: setor Zero - extrema importância.Mas sou obrigada a parar de ler a placa, pois alguém se aproxima de mim. Um homem, vestido totalmente de branco. Não consigo ver o rosto dele porque está coberto por uma máscara, mas posso ver seus olhos. São olhos extremamente azuis de um tom que tenho certeza que se alguém desligasse as luzes com certeza eu continuaria a ver seus olhos.

            Ele me olha atentamente, não só para meus olhos, mas para todo o meu corpo, e percebo que estou completamente nua, assim como todos dentro dos outros cilindros.

            O homem se aproxima ainda mais e levanta sua mão de forma a ficar à altura dos meus olhos, e então escreve com seu dedo no vidro. CORRA.

            Apenas cinco letras foram necessárias para eu saber que estava correndo perigo, mas não podia fazer nada, afinal de contas eu estava completamente imóvel.

            O homem na minha frente vira de costas, deixa cair alguma coisa, e começa a andar para uma porta, antes que ele saia ele aponta para outra porta onde posso ler: SAÍDA DE EMERGÊNCIA. Um plano de fuga.

            Ao lado da porta onde o homem está há uma tela, ele desliza suas mãos por essa tela e corre para fora do recinto. A sala onde estou começa a brilhar em tons de vermelho enquanto a água que me rodeia começa a acabar, e à medida que ela é sugada eu recupero o movimento do meu corpo, finalmente a água foi sugada por completo e agora posso ficar em pé, embora com um pouco de resistência. O vidro que me prendia sobe rapidamente.

            A sala inteira é invadida por um som muito alto que acabou tornando-se um incomodo, e noto que é a primeira vez que escuto algo, é a primeira vez que eu vejo algo, a primeira vez que penso em algo.

            Acima do cilindro onde eu me encontrava havia algo escrito: DOZE II. O que aquilo queria dizer? Olho ao meu redor e noto que todos os cilindros possuem números seguidos de algarismos romanos, havia o SETE V, o TRÊS XIX, o UM XXV. Mas apenas um cilindro com o número Doze. Onde será que foi parar o Doze I?

            Eu devo fazer algo, tenho que libertar todas as outras pessoas que estão nos outros cilindros, mas não há tempo para pensar, a sirene não pode significar alguma coisa boa, olho em volta e vejo que há roupas no chão, aquele homem pensou em tudo. Coloco as roupas e corro o mais rápido que posso pela saída de emergência.

Doze - AWAKENING IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora