"Você pode dar um pulinho aqui para conversar com Alessia?"

Tento entender a mensagem que eu havia recebido e respondo rapidamente.

"Posso. Aconteceu alguma coisa?"

Espero a resposta, que não demora a chegar.

"Ela está bem triste hoje..."

Respondo rapidamente avisando que estava indo e levanto-me do sofá, fazendo com que Gustavo me olhasse sem entender.

- Aonde você vai? - ele pergunta ao me ver pegando a carteira e a chave do carro.
- Vou dar um pulo no Maurizio e já volto. - eu digo e ele assente.
- Tudo bem... Eu vou dar uma saída à noite. - ele diz e eu concordo.

Saio da enorme cobertura em que eu morava e desço até a garagem rapidamente de elevador. Entro em meu carro e logo dou partida com o mesmo em direção ao apartamento de Sarri. O fato de morarmos no mesmo bairro facilitou para que eu não demorasse muito a chegar.

Estaciono o carro na vaga de convidado e vou caminhando em direção ao elevador, enquanto aproveito para responder à mensagem que minha mãe havia mandado mais cedo. Subo rapidamente até à cobertura e assim que chego lá, toco a campainha.

- Você chegou rápido. - Maurizio diz e eu rio fraco assentindo enquanto dava de ombros.
- Sim... - eu digo e ele ri fraco. - Aonde ela está? - eu pergunto e ele aponta para as escadas, indicando que ela estava no andar de cima.

Subo as escadas lentamente e vou caminhando pelo corredor. Dou duas batidas na porta e rio fraco quando Alessia manda entrar.

- Oi... - eu digo baixinho e sorrio ao vê-la deitada, mexendo no celular.
- Ei! O que faz aqui? - ela pergunta surpresa e eu rio fraco.
- Posso entrar? - pergunto ainda da porta e ela assente rapidamente.
- Lógico! Desculpa, nem me toquei que você estava aí na porta. - ela diz e eu rio fraco assentindo. - Então me conte, o que você veio fazer aqui? - ela pergunta curiosa e eu rio fraco.
- Vim conversar com você... - eu digo e ela arqueia a sobrancelha estranhando o motivo da minha visita surpresa.
- Como assim conversar comigo? - ela pergunta e eu rio fraco, fazendo ela arregalar os olhos. - Ah, já sei... Meu pai falou alguma coisa com você? - ela pergunta e eu assinto rapidamente.
- Ai meu Deus, Paulo! Mil desculpas. - ela diz e eu sorrio negando. - Primeiro de tudo, senta aqui. - ela diz e eu sento na cama, no lugar aonde ela apontou.


Point of View Alessia Sarri
Turim, Itália - 02 de março de 2020

Sorrio nervosa para o argentino que estava sentado na minha cama e respiro fundo, pensando por onde eu começaria.

- Eu vim porque seu pai disse que você estava meio tristinha, mas ele não entrou em detalhes. - ele diz e eu assinto rapidamente. - E como nós somos amigos, ou pelo menos é o que eu acho... - ele diz me olhando em dúvida, fazendo com que eu assentisse rapidamente. - Então eu vim pra gente conversar, pra eu te ouvir se você quiser conversar ou pra te distrair. - ele diz e eu rio fraco.
- Eu não sei porque meu pai foi te incomodar. - eu digo revirando os olhos, fazendo ele negar rapidamente.
- Mas não me incomodou, porque eu não estava fazendo nada. - ele diz e eu rio concordando. - Mas me diz... Você quer conversar? Quer se distrair? - ele pergunta e eu respiro fundo.
- Eu realmente agradeço muito por você ter vindo até aqui, mas eu não quero te incomodar... - eu digo e ele ri pelo nariz.
- Alessia, eu te garanto que se fosse me incomodar, eu não teria vindo até aqui. De verdade! - ele diz e eu respiro fundo assentindo.
- Eu só estou meio triste esses dias. - eu digo sincera e ele pergunta rapidamente o motivo. - Eu me sinto inútil, sabe? Eu não estou trabalhando, estou sempre em casa e gastando o dinheiro do meu pai. E eu realmente não me sinto nada confortável nessa posição. - eu digo rapidamente e ele assente coçando a cabeça.
- Primeiro, você não é uma inútil. - ele diz firme e sério, olhando em meus olhos, me fazendo tremer por esse contato visual. - Segundo, você tem uma bebê recém nascida. Obviamente muitas mães voltam a trabalhar antes da idade da Chiara, mas na maioria dos casos são mães que precisam trabalhar para sobreviver. E isso não é errado. - ele diz e eu concordo. - O que eu quero dizer é que graças a Deus você tem uma qualidade de vida muito boa. Seu pai recebe um ótimo salário e eu imagino que sua mãe também. - ele diz e eu assinto. - E isso possibilita você ficar em casa, cuidando da sua filha. Vivendo todas as fases dela. Entende? - ele pergunta em dúvida e eu concordo.
- Sim... Mas eu queria voltar a trabalhar, sabe? - pergunto e ele assente.
- Eu sei... E ninguém disse que você não vai voltar a trabalhar. Mas você vai voltar a trabalhar quando você realmente estiver pronta pra isso. Ou você vai me dizer que hoje estaria completamente pronta para deixar sua filha com alguém para você trabalhar durante horas? - ele pergunta.
- Eu não tinha pensado nisso. - eu digo sincera e ele ri fraco.
- Eu sei... Por isso que eu estou te falando isso. - ele diz e eu concordo. - Eu acho que agora você só precisa se concentrar totalmente em ser a melhor mãe possível para a sua filha. Se dedique totalmente à ela. - ele diz. - Viva cada fase com ela. Mas, óbvio, não esqueça de você. Viva por ela, mas também viva por você. - ele diz e eu não entendo.
- Como assim? - eu pergunto e ele ri fraco.
- O que eu quero dizer é que eu acho lindo e totalmente válido você, agora, se concentrar totalmente em ser a melhor mãe possível pra ela. Mas o que eu também quero dizer é que você não pode esquecer de você. Não pode esquecer de ir ao salão fazer um dia de beleza, não pode esquecer de ir ao cinema, a um teatro, a um show... Não pode esquecer de cuidar de você também. Entende? - ele pergunta em dúvida e eu concordo rapidamente.
- Tem certeza que você é só jogador de futebol? Não fez nenhum período de psicologia? - eu pergunto e ele gargalha.
- Tenho certeza. - ele diz e eu rio fraco.
- Sério... Muito obrigada mesmo! - eu digo abraçando-o de surpresa, fazendo com que ele passasse os braços pela minha cintura.
- Não precisa me agradecer, Alessia. - ele diz, olhando em meus olhos, após encerrarmos nosso abraço. - Eu estarei sempre aqui disposto a te ouvir e a te aconselhar. - ele diz e eu agradeço-o.

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