Os Suspeitos

Capítulo 4

IV

Duas semanas se passaram e dois supostos parentes de Britney a visitaram. Disseram eles que buscavam encontrá-la há tempos. Era um primo e uma das quatro tias que a brasileira tinha.

A dona era empresária paulista e o primo um agrônomo do sul brasileiro, precisamente do estado catarinense. Logo, tinha uma boa renda financeira e bancaram uma festa, na verdade um churrasco familiar. Britney convidou os amigos mais próximos para também participarem. Mas dois disseram-na por telefone que não poderia ir devido uma entrevista de emprego, outro já estava com a agenda marcada, e só restaram os de costume: os irmãos Mozart, e Josh.

Enzo também faltou porque ia resolver um assunto pessoal, e Josh, simplesmente não respondeu o E-mail que Britney havia lhe enviado, já que há dias o celular só caía na caixa de mensagem.

Então, os únicos amigos que iriam a curta comemoração que nem mesmo a anfitriã sabia do que se tratava, resumia-se em uma pessoa: – Maidan. E ela apareceu na rua com o pai, o sargento Bryan deixou a jovem perto da calçada e acenou dando um “oi” de longe para Britney que esperava a amiga na porta. O pneu cantou e ele foi embora.

– Oi amiga. Que bom que você veio. – disse Britney meio triste e a convidou a entrar. – Vamos entrar que a carne está na brasa.

– Quem são eles? – Maidan perguntou logo que se sentou no sofá azul-turquesa e antes de mexer no celular para ver se havia recebido alguma mensagem, ela encarou a coroa e o carinha que devia ter uns 26 anos.

– Meu primo e minha tia, irmã da minha mãe. Eles me disseram que me procuravam há bastantes anos, desde o tempo que minha mãe faleceu no acidente, mas que só agora me encontraram.

– Hum… qual o nome do seu primo, ele é um gatinho. – Britney não resistiu e sorriu.

– Verdade. Mas não se esqueça de que você namora Josh, tá?! Mas, o nome dele é Alexandre. E, também é casado. – colocou a mão no ombro da amiga. – E sobre o seu irmão, por que ele não veio?

– Nossa, ele saiu bem cedo de casa. Pegou o carro e saiu às presas. Mas antes eu o vi colocando algumas ferramentas no porta-malas, eu não sei o porquê, talvez, ele deve ter ido ao sítio fazer alguma coisa.

– E Josh, tem notícias?

– Não. Faz alguns dias que falei com ele, e percebi um terrível estresse na voz dele. Brigamos duas vezes, ah, mas sabe! Cansei de ser boazinha, se ele não me quiser, tem quem queira. – disse Maidan e olhou para Alexandre que estava vindo à sala com uma bandeja repleta de suculentos pedaços de carne.

– Servido menina? – perguntou ele direto a Maidan, a voz era cativante e meiga. E o sorriso mais encantador ainda. – Eu que temperei, mas deve tá bom.

Ele ficou conversando com a loira Mozart e negou a presença de Britney. Ela fechou os punhos e saiu da sala. Passou pela tia e trombou com ela.

– Que foi minha filha?

– Não me chame assim, pois você não é a minha mãe!

E a mulher fez uma cara de “que merda foi essa?” E continuou o que fazia. Mas que logo sentiu uma dor lhe abrindo a barriga por um furo vindo das costas, olhou e viu a ponta de uma faca expondo as entranhas. Não deu nem tempo de gritar ou pedir socorro e sentiu outro golpe perfurando a garganta, o sangue jorrou na pia e no piso. A mulher tombou e caiu de costas vendo antes de morrer quem era a assassina. Em pé estava Britney, rindo como uma maluca ou possuída. Quando a tia cuspiu a última tentativa de viver, a jovem arrastou o cadáver pela cozinha até a escadaria que dava acesso ao porão. Empurrou a tia escada abaixo e algumas costelas, pernas e ossos foram quebrados. Trancou a porta com a chave e depois a jogou pela janela.