2. Uma questão de fé

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Domingo a noite. O único dia que Breno fechava a sua loja porque tinha um compromisso marcado. Seu compromisso era com Deus.

Ele saiu do Uber com sua bíblia em uma mão e a bolsa de doces na outra. Ele cuidava dos doces da cantina da igreja, então ele sempre estava com uma mala na mão.

O garoto guardou os doces na cozinha da igreja e depois foi para o salão principal, já que ficava somente no final do culto.

Breno cresceu na igreja já que seus pais eram evangélicos, não só eles, mas toda a sua família era, ele até tinha um primo pastor.

Apesar de passar toda a sua vida dentro da igreja, ele so estava há três anos em sua igreja atual. Ele e seus pais mesmo sendo conservadores gostaram dessa nova igreja.

Para Breno foi bom, eles foram muito acolhedores desde o começo e também era uma igreja com muitos jovens. As pesoas foram chegando e os conhecidos de Breno assim que o viam o cumprimentavam.

Por vender os doces no final do culto, Breno conhecia a maioria das pessoas de sua igreja e isso ajudou muito em sua timidez.

O pastor se aproximou dele e começou conversar com ele, fazendo as mesmas perguntas que todos fazem: como está a faculdade? E as vendas como vão? E seus pais eles estão bem?

E Breno respondeu a tudo isso depois ficou sozinho novamente pensando em sua vida e lendo um pouco a bíblia.

Ele tinha tempo para ler, mas estava fracassando nos últimos dias, ou melhor, semanas, tem lido bem pouco dentro de sua casa.

- Filho! - Ele ouviu a voz da sua mãe e se levantou para abraçá-la.

Dona Renata com seus 55 anos era uma mulher branca robusta, com seus olhos castanhos e cabelos pretos. O pai do Breno apareceu em seguida e o filho o abraçou também.

Seu Jeremias com seus 59 anos, também era um homem branco robusto, baixinho, com cabelos cinzas e olhos castanhos, para ele Breno era um orgulho de filho.

- Como estão as vendas? - Sua mãe perguntou.

- Estão indo bem, eu vendo bastante na faculdade e trouxe os doces para vender aqui também.

- E a faculdade, filho, como está se saindo? - Seu pai perguntara.

- Está indo bem pai, na primeira semana de outubro já começará as provas do primeiro bimestre.

- Daqui duas semanas já, Breno! - Sua mãe falou e ele acenou concordando - Está estudando direito, não é?

- Claro que estou né mãe. - Ele falou o óbvio e ela fez uma careta.

Felizmente um casal da igreja foi puxar assunto com os dois e Breno conseguiu ter um pouco de paz.

Por mais que amasse os pais era por essa razão que preferia morar sozinho, era muita pressão em cima dele e isso o deixava nervoso para fazer qualquer coisa até seus próprios doces.

Todo mundo falava para ele que o garoto sentiria falta da mordomia que é estar na casa dos pais, com comida pronta, roupa lavada, e uma cama confortável.

Mas para Breno foi ao contrário, ele morava em uma kitnet que era a sala e a cozinha dos seus pais, tinha só os móveis básicos para estudar, trabalhar e viver.

E de forma alguma sentia falta da casa dos pais. Ele não tinha máquina de lavar, então lavava as roupas na mão, mas só em ter sua própria casa, Breno ficava feliz.

O culto começou e todos se levantaram para o momento de adoração. Aquele era o seu ponto de paz da semana, Breno fechou os olhos e sentiu a presença de Deus.

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