4. Me Cure

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A semana passou rápido para Breno, mais um domingo chegou e ele decidiu sair um pouco a tarde para tomar um ar. Ele caminhava pelas ruas de Maringá tranquilamente.

Ele gostava da cidade que morava, ela era movimentada, mas nada como São Paulo, se ele estivesse com coragem iria ao parque do Ingá, mas ele não estava com coragem.

Normalmente, Breno gostava mais de sair em dia de semana, não tinha tanta gente pelas ruas e era mais tranquilo andar no shopping também que era quase vazio.

Hoje ele estava entediado em casa, então ele fechou a loja para tomar um sorvete. Ele andou até umas quadras da sua casa para ir a uma sorveteria que ele amava.

Para sua felicidade a sorveteria não estava tão cheia, então pegou o seu sorvete favorito - corneto - e saiu da lanchonete e se sentou na praça que tinha perto da sorveteria.

Breno ficou pensando em como foi sua semana. A faculdade fora corrida como sempre, com as provas chegando, os professores não paravam de mandar exercícios e conteúdos.

As suas vendas foram muito boas essa semana, final do mês sempre era bom para o garoto. Sua vida espiritual depois do acontecimento com Pedro foi bem.

Ele não saiu com ninguém mais, ficava lendo a Bíblia no seu tempo livre e de vez em quando pensava no Felipe. Não era somente porque ele queria, mas porque o garoto o chamara no WhatsApp.

Como Breno imaginara, Felipe não queria só seu número para fazer pedidos de doces - que ele fez somente uma vez - mas ele tentava a qualquer custo conversar com o garoto.

E como Breno estava decidido focar em seu relacionamento com Deus e sabia que o garoto era uma pedra no caminho, quase não o respondia.

Ele só respondia algumas vezes para não perder o cliente e sempre dava a mesma desculpa quando o rapaz reclamava do seu sumiço "é a correria do dia a dia".

O destino realmente gostava de brincar com Breno, alguém sentou ao lado de Breno e ele se assustou para depois ver que era o mesmo garoto que vinha tentando conversar com ele durante esses dias.

- Felipe. - Ele falou e o loiro sorriu.

- Oi garoto da lanchonete sumido. Está bom o sorvete?

- Sim, e eu não vou te dar. - O loiro riu da declaração do Breno.

- Olha que egoísta. - Ele riu - Só conversando pessoalmente para você me responder rápido né.

- Eu já te falei que tenho muita coisa para fazer, tenho os doces, preciso estudar para prova. - Ele mentiu na maior cara de pau para o Felipe que o olhou desconfiado.

- Vou fingir que acredito. - Felipe riu - O que faz aqui sozinho?

- Eu estava cansado de ficar em casa e decidi dar uma volta, tomar um sorvete, pensar um pouco na vida e você?

- Ah, eu tomei um bolo de um encontro e aí vi você aqui e pensei "por que não atormentar o garoto da lanchonete?".

Breno riu, uma das coisas que gostava em conversar com o Felipe era o seu senso de humor. Ele o fazia rir facilmente.

- Você pode parar de me chamar de garoto de lanchonete, você já sabe o meu nome.

- Ah, mas garoto da lanchonete é mais interessante. - Felipe riu - E não soube seu nome por vontade sua né.

- O que Pedro falou sobre mim?

Essa era a preocupação do Breno, será que Pedro contou o que os dois fizeram para o Felipe? Não queria que ninguém soubesse sobre ele, porque quanto mais pessoas soubessem, maior a chance de alguém importante descobrir.

Entre o Amor e a Religião [COMPLETO NA AMAZON]Where stories live. Discover now