Capítulo IV

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Meu coração só faltava sair pela boca quando ela olhou pra mim com os olhos inquisitivos, era a hora de falar.

- Eu... Robin, não sei como está a sua vida, se você já tem alguém, se viveu todas as nossas aventuras com alguém mais seguro que eu e eu não tenho nenhum direito de estar aqui na sua frente hoje, dizendo que meu coração nunca deixou de ser seu. Eu tentei pensar que era o certo não viver com você tudo aquilo que eu queria, tentei me fazer entender que você era demais pra mim, eu sou um caminhãozinho de plástico Robin, mesmo que você diga que não.

- Você nunca vai ser um caminhãozinho de plástico Ted. Só alguém muito perdido ok?! - ela me diz isso sorrindo.

- Como você consegue ser tão leve? Como consegue me ver assim, quando tudo que eu faço é me torturar por ter perdido tanto.

- Eu sabia, desde que decidi ir que você não tinha noção do que estava fazendo e precisava descobrir, sem mim. Você precisava me perder.

É claro que ela estava sempre a frente do meu tempo, como eu costumava dizer. Ela sabia como eu ficaria sem ela, como seria diferente das outras vezes, ela me decifrou novamente.

Ela conversou comigo, ela não jogou na minha cara o quanto eu fui errado, como o meu medo tirou da gente momentos preciosos, ela não me julgou. Ela me entendeu e isso doía ainda mais. Eu queria que ela gritasse comigo, que não me entendesse e que dissesse que eu sou uma péssima pessoa.

Mas como eu poderia esperar isso dela? Ela me entende melhor que eu. Eu sempre quis viver a vida com alguém que me inspirasse a ser melhor, e esse alguém era ela, era a Robin que sorria para as aventuras e não tinha medo de arriscar. Sempre foi ela e eu enxerguei isso tarde demais. 

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