Capítulo 22

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- Oi. - Eu falei primeiro, não sabendo de onde tinha tirado oxigênio para pronunciar alguma palavra - O que está fazendo aqui?

- Você me pergunta muito isso.

- Bom, é porque você aparece em lugares onde eu não espero te encontrar.

Ele sorriu, mais quieto do que costumava agir.

- É que eu não podia deixar de te ver hoje.

Ele lembrou. Ele lembrou! Eu jamais pensei que ele lembraria!

- Te trouxe duas coisas. Um presente e uma lembrança de aniversário.

- Você não...

- Não ouse confundir os dois. - Ele me interrompeu, em um tom de brincadeira, abrindo a porta do Volvo e entrando um pouco para pegar um envelope, me entregando em seguida.

- Esse é o presente.

- Eu não posso aceitar. - Falei categoricamente.

- Você nem viu o que é!

- Não importa, você não devia...

Ele levou sua mão até minha boca, tapando-a com suavidade e me fazendo parar de falar.

- Abre.

Fiquei muito tempo imóvel, encarando-o. Se eu fosse ficar agindo como uma idiota por qualquer movimento que ele fizesse naquele dia, talvez fosse melhor voltar para dentro de casa e não vê-lo mais. Finalmente, saí do meu estado de inércia e abri o envelope.

Sobre minha mão, caíram vários marca-páginas, de tamanhos e cores diferentes, alguns com desenhos e outros com citações. Não pude deixar de abrir um sorriso largo e sincero àquilo, porque foi a coisa mais fofa e atenciosa que alguém já fez para mim.

A alegria que me tomou foi maior do que deveria ser. Aquele presente era maravilhoso, não pelo que realmente era, mas pelo que significava.

Cole mostrou um cuidado e uma sensibilidade que eu não podia imaginar. Ele lembrava disso também, e eu fiquei extremamente feliz em saber que ele lembrava desse simples detalhe, porque estava relacionado a mim.

- Obrigada! Foi o melhor presente!

- Não seja mentirosa. - Ele sorriu, debochando do próprio presente.

- Não estou sendo! Eu adorei! Você não faz idéia!

- Ok, ok, vou fingir que acredito. - Ele piscou para mim e eu senti meu rosto ferver. Devia estar vermelha como uma pimenta, mas ele pareceu se divertir com isso, sorrindo ainda quieto com minha vergonha. - Agora, a lembrança.

Novamente, Cole se inclinou para dentro do Volvo e, quando voltou, carregava o maior buquê de flores que eu já havia visto na vida. Era inclusive maior do que qualquer buquê de filmes de romance ou coisa assim. Mas o que chamava mais atenção nele não era seu tamanho - ainda que fosse assustador - mas a variedade de flores que estavam ali.

Não era um simples buquê de rosas, ou de margaridas, ou de qualquer flor específica, mas sim de vários tipos delas, uma mais colorida e mais exótica que a outra.

- Você disse que não tinha uma favorita, então agora pode escolher. Foi tudo que eu achei na floricultura. - Ele disse, me entregando o buquê gigantesco. Me movimentei para pegá-lo puramente por instinto, porque meu choque não me permitia pensar.

- O vendedor me deu alguns nomes, você pode associá-los depois.
Dizendo isso, tirou do bolso traseiro um papel dobrado e, desdobrando-o, começou a lê-lo - Aí tem: Hortênsia, azaléa, orquídea, dália, tulipa, gerânio, magnólia, rosa, begônia, camélia, jasmin, crisântemo, lírio, cravo, petúnia, copo-de-leite, violeta, girassol... Bom, e outras. Você pode ler depois. Algumas são um pouco sensíveis à essa época do ano, o vendedor as mantinha em certos compartimentos especiais, então acho que elas não vão durar muito. Faltam muitas, mas acredito que essas são as mais fáceis de achar por aí.

De Repente, Amor| Sprousehart (√)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن