Barriga de Aluguel

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Pov mel
Olho fixamente para o aparelho em minhas mãos antes de discar o numero tão conhecido por mim.
-Alô - A voz doce e melodiosa da minha mãe atende. Ouvir a sua voz me faz ver o quanto a presença deles me faz falta sinto meus olhos arderem e um nó se prende em minha garganta.
-Mãe...
-Mel, filha que bom que ligou temos muito que conversar. Que história é essa de amante? No que você se meteu garota?
-Mãe eu juro que posso explicar as coisas não são bem assim.
-Você esta grávida? - A sua pergunta me faz suar frio.
-Sim - Falo em um sussurro
-Minha filha no que foi se meter? Você sabe como seu pai é. - Papai era o meu maior medo, sei que ele nunca iria entender.
-Ele já estava se divorciando quando nos conhecemos. - Falo, sei que é mentira, mas as palavras voam da minha boca.
-E você caiu nessa? Esses homens são todos iguais, ele nunca vai se separar da mulher.
-Estamos morando juntos, a ex-mulher dele saiu de casa.
-Não confio nele!
-Queria que viesse ate São Paulo para conhecê-lo.
-Vou conversar com seu pai, iremos o quanto antes.
A ligação é encerrada.
Mais que inferno
Como irei explicar isso para meus pais?

Como muita insistência meus pais concordam com a "ajuda" de Lucca, me sento em uma das cadeiras do aeroporto aguardando a chegada deles.
-Ei! Se acalme - Lucca segura minha mão.
Eu sei que a conversa com meus pais não vai ser fácil, respiro fundo.
Aperto a sua mão em busca de calma.
De longe vejo a fisionomia dos meus pais, minha mãe continua a mesma todos dizem que somos parecidas já que puxei o seus cabelos e olhos, ao seu lado vejo meu pai com sua cara fechada e sua mão casualmente na cintura da minha mãe, meus olhos ardem, eu sinto tanta saudades, mas o medo me impede de me aproximar fico ali, congelada no mesmo lugar enquanto o casal se aproxima de mim.
-Filha que saudades! - Escuto a voz da minha mãe.
Levanto e me Jogo em seus braços, sinto seus braços em volta do meu corpo.
-Senti sua falta. - falo sussurrando.
-Filha... - Meu pai chama a minha atenção.
Vejo seus cabelos brancos e seu rosto parece cansado, me aproximo dele na intensão de abraça-lo.
-Esta linda essa barriga! Está de que uns cinco, seis meses? - Pelo seu tom de voz noto a sua insatisfação com a minha gravidez.
-Pai mãe esse é o Lucca. - Apresento - Lucca esses são meus pais, Helena e Armando.
-Muito prazer. - Lucca fala apertando a mão dos meus pais.
O clima fica estranho, noto que o mau humor dos meus pais é presente.

O caminho até o apartamento é feito em um silêncio desconfortável, a todo tempo Lucca tenta puxar conversa com meus pais, mas sem sucesso.
Meus pais se acomodam no quarto enquanto aguardamos na sala.
-Acho que seu pai não foi muito com a minha cara. - Lucca fala se sentando no sofá ao meu lado.
-Não pilha, ele nunca gostou de nenhum namorado que eu apresentei.
-Nenhum namorado seu te engravidou não é? Ele vai me odiar quando souber a verdade. - Lucca fala preocupado.
Passo a mão em seu rosto e beijo seus lábios, não há nada que possa falar para acalma-lo já que eu estou uma pilha de nervos.
-Que verdade Mel? - Vejo o rosto da minha mãe.
-Mãe é que...
-Filha eu estou morrendo de fome será que podemos almoçar? - Meu pai aparece na sala.
-Lucca porque você e meu pai não vão comprar algumas coisas para o almoço?
Preciso conversa com a minha mãe sozinha.
-Claro, vamos Sr. Armando? - Lucca aperta minha mão como se tentasse me acalmar.
Os dois saem pela porta.
-Vamos fale. - Minha mãe indaga.
-A senhora precisa ser mente aberta, por favor.
-Mel?
-Bem, senta aqui - A puxo para o sofá - Há alguns meses eu estava passando por uma crise, estava sem emprego e sendo despejada.
-Porque não nos procurou?
-Vocês disseram que não iriam me ajudar que virariam as costas para mim.
-Eu sei, não tem idéia de quanto me arrependo daquele dia.
-Eu fiquei com medo de procura-los, então em uma tarde eu encontrei um anúncio sobre uma clinica que realizava gestação de substituição.
-Barriga de aluguel? - Minha mãe pergunta assustada
-Sim, eu te peço, por favor, me deixa falar tudo de uma vez?
-Ok
-Eu fui indicada a um casal, o dinheiro era bom eu estava sem casa e eles queriam que eu morasse com eles se aceitasse a proposta -Respiro fundo - Eu aceitei, a gravidez progrediu só que nesse meio tempo o casal se separou...
-Mas...
-Me deixa terminar, o Lucca é o pai do bebê, e apesar de amar essa criança eu não sou a mãe biológica, com o tempo nos aproximamos e nos apaixonamos, decidimos criar junto esse bebê.
-E a mãe?
-Ela nunca quis ser mãe. Ela não liga para essa criança!
-Eu não sei o que te dizer como se meteu em uma confusão dessas?
-Eu sei que é difícil de entender...
-Realmente achou que conseguiria abrir mão desse bebê?
-No início sim, mas depois tive a certeza que nunca abriria mão, é o meu filho! - Acaricio a minha barriga.
-É menino? - Mamãe pergunta acariciando minha barriga.
-Não sei ainda - Falo sorrindo.
-Você esta feliz?
-Muito!!!
Sou puxada pra um abraço.
-Se esta feliz eu também estou, vamos manter essa história só entre a gente não acho bom o seu pai saber disso agora ele não ira aceitar.
-Tudo bem... - falo a abraçando - Obrigado por me apoiar.
-Deveria ter feito isso deste o início.

Fizemos o almoço juntos e aos poucos eu vi meu pai se soltando e até rindo de algumas coisas que Lucca falava.
-Bem você me parece uma boa pessoa, parece realmente gostar da minha filha. - Meu pai fala
-Sim, eu a amo! - Lucca segura minha mão sobre a mesa.
-Ótimo, quando é o casamento?
-Casamento? - Pergunto assustada
-Claro, ou acha que vai engravidar a minha filha e não vai assumir a responsabilidade?
-Eu quero me casar com a Mel! Por mim casávamos amanhã mesmo. - Lucca fala me olhando - Porém o meu divórcio ainda não saiu.
-Hum... não esta me enrolando? - meu pai pergunta sério.
-Claro que não, eu amo a sua filha! - Nesse momento Lucca se levanta e se ajoelha ao meu lado, tirando uma caixinha do seu bolso. -Mel eu sou completamente apaixonado por você, sei que no inicio foi tudo muito conturbado, mas sei que fomos feitos para ficarmos juntos! Quer casar comigo?
-Lucca eu... é o que mais quero! - Me jogo em seus braços o beijando.
Lucca coloca o anel em meus dedos, ele é simples e delicado. É perfeito!
Olho para meus pais e os vejo sorrindo.

Meus pais foram embora, minha mãe prometeu voltar quando o bebê nascer para cuidar de mim.
Sinto meu corpo sendo abraçado por trás e beijos distribuídos pelo meu pescoço, solto a escova na penteadeira e me viro tomando sua boca em um beijo lento e gostoso.
-Será que hoje saberemos qual é o sexo do bebê?
-Espero que sim, estou ansiosa!
O caminho até o consultório é tranquilo.
-Bem, tivemos um imprevisto com a Dra. Sara então outro obstetra esta no lugar da doutora. -A recepcionista nos avisa.
Concordamos e entramos na sala, assim que adentramos a sala vimos o rosto de Fabio, vejo o rosto contraído de Lucca.
A consulta não poderia ter sido mais estranha, noto que Fabio está tão desconcertado com a nossa presença quanto nós com a dele.
-Bem, vamos fazer a ultra, poderia se trocar ali Mel? - Fabio me fala
-Amélia, o nome dela é Amélia. - Lucca fala irritado
Aperto sua mão na intenção de acalma-lo e sigo até a sala para me trocar.
Deito-me na mesa e o exame começa, e novamente o som característico do coração preenche o ambiente.
-Querem saber o sexo do bebê? - Fabio pergunta.
-Sim! - Falamos juntos.
-É um menino! - Ele fala sorrindo.
Lagrimas de alegria são derramadas pelo meu rosto.
-Eu te amo! - Lucca fala beijando meus lábios.
-Te amo!
Saímos do consultório com sorrisos satisfeitos nos lábios.
-Eu te juro que seremos a família mais feliz que existe! - Lucca me Fala.
-Eu te amo tanto Lucca!
O puxo pelo pescoço beijando seus lábios.