Vila, quase, pacata

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Eu e minha tia Elizabeth moramos em uma vila pacata da Inglaterra, Hatfield Peverel, aqui vivem pessoas extrema religiosas o que me deixa bastante receosa, temo que venham nos atacar, assim como já fazem em outros locais com bruxas que são deliberadamente enforcadas ou queimadas em fogueiras. Por esta razão somos obrigadas a ser bastante cautelosas, assim frequento a escola da cidade pela tarde e à noite Eliza me ensina os princípios da nossa religião.

Sendo assim, eu não deveria estar na rua pela madrugada e muito menos acompanhada de alguém como o Luke. Eu pouco temia assassinos e psicopatas, já tinha saído de situações piores, mas não tem como fugir de toda água benta que a igreja possui, não que isso seja o bastante para me abater, porém os cristãos das igrejas, padres e bispos, formam uma corrente muito forte manipulando e fingindo ser aliado da população.

—  O que você tanto martela na cabeça Agnes? — Disse, me tirando do transe. —  Se não prestar atenção podemos ser pegos.

— Luke, tá vendo aquele arbusto? — indiquei a direção. — Corre até lá, e nos de o sinal quando a barra estiver limpa.

Assim o fez, quando apagaram a luz da última sala da escola nos deu passagem para seguir. Ali existe uma janela enferrujada, nunca conseguem fechar até o final, foi por onde entramos e seguimos até o salão principal.

Depois de cada um, por vez, passar pela janela enferrujada e estar no salão principal, subimos para o segundo andar, mas tivemos de ir pelas escadas já que o elevador é desativado a noite. Ao subir as escadas, Michelly já estava ofegante, mas ainda persistia em seguir.

—  E agora Agnes? O que a gente faz?

— Michelly, pessoal, vocês estão prontos para conhecer um local restrito?

—  Mas isso não é proibido? — questionou Anne.

— Óbvio que sim, é isto que traz mais emoção, certo Agnes?

— Com certeza Luke, mas temos que nos apresar logo vai amanhecer — disse e indiquei a direção.

A escola Peverel é dividida em três andares, no térreo fica a Secretária e Direção da escola, também o pátio com área de educação física. No segundo andar as turmas de 7° ano a 1° ano contendo as salas amplas e bem equipadas. No terceiro andar fica a minha turma, também fica a biblioteca onde vamos encontrar o que procuramos.

Passando do laboratório de informática, entramos todos juntos na biblioteca, quando chegamos indiquei a estante de verde indicativa de auto ajuda.

—  Você só pode estar de brincadeira — disse Luke.

— Ei, não faz barulho e me ajuda empurrar a estante.

A estante de auto ajuda tinha um pé de correr, era necessário só que um corpo forte a empurrasse um pouco para esquerda para ela revelar uma entrada. Claro que eu não precisei fazer tanto esforço para deslocar, mas com eles por ali não poderia usar das minhas artimanhas ocultas.

— Então foi assim que o Harry Potter se sentiu abrindo a Câmera Secreta? —  questionou estupefata Michelly.

—  Acredito que com todo o lance sinistro do Basilisco deveria ter sido muito mais louco — respondeu Luke.

— Com certeza não vamos ter nenhum animal fantástico de grande ou pequeno porte para descobrir.

  Antes que eu tivesse a oportunidade de mostrar o lugar, ouvimos vozes e um barulho. Era hora de abandonar a aventura.

— Ninguém pode encontrar a gente aqui, caso aconteça a gente fica ferrado — falei. — Algum plano?

As Aventuras de Agnes e seus amigosWhere stories live. Discover now