Como havia passado do meio dia então fomos almoçar e enquanto estávamos na mesa aguardando o garçom trazer nosso almoço, Evangelista estava anotando em seu bloquinho alguma coisa e assim que terminou, ele me entregou.
- Fiz esta pequena anotação – e me entregou.
- O que pretende fazer? - perguntei lhe entregando de volta.
- Se Alex não voltou para seu quarto, acho estranho ninguém ter notado - falou Evangelista olhando suas anotações.
- O que você acha que aconteceu?
- Antes de eu falar qualquer coisa, precisamos falar com Ricardo.
E assim que terminarmos de almoçar fomos ver Ricardo e ele estava ao lado de seu carro no estacionamento e ao nos ver, veio em nossa direção - Não sei de porra nenhuma do que aconteceu. E não vou responder nenhuma pergunta.
- Não ia perguntar nada - responde Evangelista. - Só estou curioso com uma coisa. Por que você trouxe Alex com vocês já que não eram amigos?
- Trouxe aquele retardado por causa da Giulia, aquela esquisita que morria de amores por ele, só porque ele a entendia.
- Interessante. E por que você esta tão nervoso com esta história já que você não tem nada a temer? - Evangelista dá uma respirada. - Ou tem alguma coisa que você está escondendo?
Ricardo ficou um tempo fitando Evangelista até que respondeu. - Não tenho nada a temer.
- Então vou fazer uma última pergunta. Quando foi que você o viu pela última vez com vida?
- Por que quer saber? O que te interessa, bicha? - respondeu Ricardo irritado.
Evangelista pensou por um tempo e depois continuou. - Tudo bem. Não precisa me responder. Obrigado e desculpe. E assim saímos do estacionamento sem falar mais nada.
- Ele deve estar escondendo alguma coisa - comentei ao sair.
- Vamos ter que fazer um passeio - respondeu Evangelista ignorando o que acabei de falar.
- Onde iremos?
- Vamos fazer o mesmo trajeto de onde ele foi visto pela ultima vez com vida até onde foi encontrado morto.
E assim fomos até o bar onde eles estavam na noite anterior e chegando havia dois funcionários limpando antes de abrir. Evangelista chegou até a porta.
- Boa tarde - disse em tom educado e foi respondido da mesma forma.
- Não quero atrapalhar o serviço de vocês, mas posso estar fazendo uma pergunta?
- Sim senhor - respondeu um dos empregados.
- Qual dos dois estava trabalhando aqui ontem?
- Nós dois estávamos aqui - respondeu um deles. - Por quê?
- O que sabe sobre o rapaz que encontraram sem vida?
- Você é da policia por acaso - respondeu um dos empregados irritado.
- Me desculpe - respondeu Evangelista. - Não me apresentei. Me chamo João Evangelista e este é meu amigo Senhor Ventura.
- A sim, nós ouvimos falar sobre você. Que você está querendo desvendar o que houve com aquele rapaz.
- O que você poderia nos dizer para nos ajudar? - continuou Evangelista.
- Bem? - começou um dos empregados. - Fui eu quem o encontrou primeiro. Eu saí por volta da meia-noite e como moro em um bairro aqui em frente, então eu vou sempre por aquele caminho, até que vi uma pessoa caída na beira da estrada, chamei e não obtive resposta, até que cheguei mais próximo e vi que ele estava morto. Fui correndo para avisar meu encarregado e ele voltou comigo. Ele chegou próximo ao corpo e ao constatar que ele realmente estava morto, daí ele lembrou que o senhor estava hospedado aqui e pediu pra chamá-lo.
- Você já tinha visto ele antes? - perguntei.
- Não tenho como afirmar, pois vemos muitas pessoas diferentes durante o nosso horário de trabalho.
- Obrigado por suas informações - agradeceu Evangelista.
Saímos do bar e fomos até onde o corpo foi encontrado e depois até onde acharam o suspeito.
- É meu amigo – falou Evangelista em um tom mais sério. – Acho que o rapaz irá mesmo preso, pois estamos sem prova para inocentá-lo e infelizmente ele está sendo o único suspeito.
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O Catre [ EM ANDAMENTO ]
Mystery / ThrillerUm corpo é encontrado em uma estrada perto de um hotel fazenda no interior de São Paulo, tudo leva a crer que a morte foi por envenenamento. Um suspeito foi preso perto do local do crime. Um delegado aposentado e seu mais novo companheiro estão corr...