Capítulo 12

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Dia 09: Lobo cinzento

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Dia 09: Lobo cinzento.

Com a chegada da noite, Jason, com um tom de cautela na voz, explicou que o encontro com meu pai teria que ser adiado. O Blake pintou um quadro vívido dos perigos que poderíamos encontrar se continuássemos tentando voltar para a trilha - lobos espreitando nas sombras, prontos para atacar. 

Embora ele tenha assegurado que essas criaturas raramente desciam das montanhas, o risco era muito grande para ser ignorado. Foi nesse momento que a realidade me atingiu - a floresta não era apenas um lugar de beleza, mas também um território perigoso. A sensação de medo se instalou em mim, tornando a mata ainda mais intimidante.

— Então, se você não tivesse me encontrado, eu teria me tornado um jantar para os lobos? — perguntei, com os olhos arregalados em um misto de medo e incredulidade.

— É uma possibilidade. — respondeu, um sorriso enigmático brincando em seus lábios enquanto acendia uma fogueira modesta.

Essa revelação me fez engolir em seco. Com um sentimento de tristeza, me acomodei em um tronco caído, perdida em pensamentos profundos enquanto encarava o vazio. Em silêncio, ajudei Jason a montar a barraca, ciente de que teríamos que compartilhar o pequeno espaço para dormir naquela noite.

A preocupação com meu pai pesava em minha mente, e eu sabia que ele também estaria ansioso por mim. Essa ideia apertava meu coração. Foi um momento estranho quando Jason me estendeu uma garrafa de água, sentando-se ao meu lado, seus olhos fixos na fogueira que agora crepitava diante de nós.

Mesmo com ele sentado de costas para mim, do outro lado da fogueira, eu pude perceber a tensão em seu olhar e maxilar. Esses sinais sutis me levaram a acreditar que algo também o perturbava.

— Meu pai deve estar aflito. — murmurei com um tom melancólico, enquanto desenroscava a tampa da garrafa.

— A culpa é minha. — disse ele, bem mais angustiado que eu. Eu imaginava que Jason estaria mais inclinado a me culpar pelo que aconteceu, ao invés de se atormentar com a culpa. — Seu olho melhorou? — perguntou de repente, me fazendo acordar dos pensamentos.

Esqueci que havia contado sobre meu olho dolorido a ele.

— Talvez um pouco. — Tentei forçar um sorriso, mas não consegui. Então, simplesmente bebi um pouco da água.

Fui honesta, mas a dor ainda estava lá, espreitando de vez em quando. O que realmente me incomodava não era a situação em si, mas o fato de que Jason estava carregando a culpa por minha causa. Eu desejava encontrar uma maneira de aliviar esse peso de seus ombros.

Com um movimento ágil, Jason se levantou, pegou o violão e se acomodou novamente, posicionando o instrumento cuidadosamente sobre suas pernas.

— O que vai fazer? — perguntei, desnorteada.

— Você ainda parece estar assustada. — Ele observou. — Vou acalmar o seu espírito.

Isso me pegou de surpresa. Trouxe à tona a lembrança da manhã, quando mencionei minha preferência por músicas que acalmam a alma. Não esperava que ele se lembrasse disso.

O Garoto Mau Caiu - Livro I [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora