Capítulo XXIX

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Vivam os meus inimigos! Eles, ao menos, não me podem trair." -Henry de Montherlant

Lauren Campbell

Em plena segunda feira saio de Nova York para ir visitar as filiais da Campbell, eu sei que vai ser um trabalho extremamente cauteloso, por isso não informo a ninguém sobre minha saída a ninguém, apenas para os mais íntimos, uma identidade falsa foi usada, mas é "legal" perante a lei, é outra nacionalidade minha, ideia de Simon, ele também tem uma, de acordo com ele é lei da sobrevivência. Durante o percurso aéreo caio em um sono profundo, Henry me cansou tanto esse final de semana que sinto cada celular minha relaxada e anestesiada, apenas fecho os olhos e me perco em sonhos.

Após praticamente 8 horas dentro de um avião, chego ao meu destino Munique, na Alemanha. A primeira empresa a falir foi aqui, preciso descobrir quem realmente fez isso. Saio do aeroporto e pego um táxi para um hotel próximo a antiga filial. Desarrumo minhas coisas e já sinto uma ansiedade tomar conta, são exatamente dez horas da noite aqui na Alemanha. Peço um jantar e começo a trabalhar no que preparei para fazer amanhã, eu preciso descobrir quem está fazendo isso com a Campbell e por que. Acordo com o som do despertador e me sinto revigorada, são sete e meia da manhã e meu cérebro está em processamento rápido. Tomo um café da manhã no quarto e me arrumo para a primeira jogada, na bolsa ponho tudo que irei precisar para começar. Saio do Hotel e peço um táxi direto para a antiga Campbell. Em minutos chego no prédio espelhado desgastado, que deveria estar funcionando mais não passa de um prédio bonito, mas abandonado, peço para que o táxi espere. Sinto um aperto no coração e comprovar o que estava nos papeis faz meu sangue ferver. Retiro o celular da bolsa e bato fotos do prédio abandonado. Entro, no que deveria ser a recepção e não há nada além de lixo e algumas cadeiras jogadas. A entrada para o elevador está enfaixada com fitas amarelas e pretas proibindo a entrada. Registro tudo e saio do prédio, esse ar mórbido e abandonado começa a me dar calafrios. Abro minha pasta e vejo o primeiro endereço que preciso ir, antes de adentrar ao carro, viro meus olhos e faço uma promessa velada. Quem fez isso vai pagar, tenha certeza disso. Digo endereço ao motorista e saio daquele lugar, sentindo uma dor me incomodar, eu não consigo acreditar que centenas de trabalhadores estão desempregados enquanto seus salários estão indo para alguém fantasma. O ódio só cresce, em minutos o carro para em frente a um prédio antigo. Parece até um monumento histórico, desço do carro pagando a corrida e vejo o nome o qual procurarei. Entro na recepção e uma senhora está sentada com um sorriso largo, faço o mesmo e digo em alemão.

- Olá, bom dia!

- Bom dia, senhorita, no que posso lhe ajudar.

- Eu estou a procurado do morador Charles Muller Sauter, (Observo as informações em minha pasta.) eu sou a diretora executiva da antiga empresa Campbell e preciso encontra-lo. Sei que ele reside no apartamento 5B.

- Oh sim, Charles trabalhava nessa empresa mesmo. Só um instante que irei comunicar sua presença. (Ela pega um telefone e faz a chamada.) tem uma pessoa da Campbell querendo falar com o senhor, posso deixar entrar? Entendo! (Ela olha para mim) Qual o seu nome?

- Susana, diretora executiva da filial de Berlim.

- É a Susana, diretora executiva... (Ela repete o que digo) Ok!

- Pode entrar, segundo andar. (Ela aponta as escadas e eu vou à procura. Quando chego ao segundo andar, um homem aparentemente aos seus 50 anos me espera, seu olhar está interrogativo e vejo que ele não entende a minha presença. Sorrio de maneira acolhedora.)

- Senhor Charles Muller Sauter?

- Sim sou eu! (O cumprimento)

- Sou a Susana Park, diretora executiva da Campbell de Berlim, podemos conversar um pouco?

Dominados REPOSTANDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora