Capítulo III - Rowena Ravenclaw

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   Admito que sou conhecida pela minha inteligência, e sinceramente, me orgulho disso. Há quem me considere um gênio desde os primeiros momentos mas, eu discordo, eu fui apenas uma criança, uma criança um pouco diferente confesso mas ainda assim uma criança, que errava.

   Mesmo sendo uma bruxo Puro-Sangue, eu nasci em uma aldeia trouxa na Escócia.  Meus pais viviam em meio aos trouxas. Fizeram amizade com o rei de um grande reino e assim tinham uma vida luxuosa, o preço era fingir não ser mágico e desprezar os como nós, se calar enquanto gente inocente era executada. No meio de todas essas mentiras eu nasci.

   Sempre soube que decepcionei a família real ao nascer menina, certa vez me falaram que esperavam um homem, para servir como cavaleiro real. Não que eu me importe com isso, já que nunca esteve em meus planos servir o exército de um reino trouxa.

   Com um ano de idade já andava e falava praticamente tudo, o que deixava meus pais orgulhosos. Com três anos eu despertei magia, estava observando meu pai lidar com papéis, não fazia a mínima ideia do que eram, mas a curiosidade me fazia implorar para ver. Quando ele não permitiu que minhas mãozinhas agitadas pegassem, os papéis fizeram um voo gracioso até mim. Isso foi motivo de preocupação para os Ravenclaw, afinal de contas uma criança de três anos poderia entregar o segredo da família facilmente e os levar para a fogueira, mas como a criança esperta que era não demonstrei magia na frente de trouxas, não naquele momento ao menos. Com quatro anos já sabia alguns feitiços, nada muito avançado: Lumos, Nox, Wingardium Leviosa, Alohomora, Colloportus, Accio... Ainda assim era surpreendente para uma criança daquela idade.

   No meu aniversário de seis anos eu ganhei meu Diadema, na época era apenas um Diadema normal, já que eu só iria o enfeitiçar para tornar o usuário mais sábio anos depois, mas ainda assim, era uma das coisas mais lindas que eu já vi! As pedras azuis me lembravam o céu noturno, os pequenos cristais pareciam estrelas em um céu prateado, composto pela prata. Adorava a cabeça da águia que estava ao topo, a frase que estava escrita em sua estrutura brilhante, a frase que eu repetia sempre que podia: "O espírito sem limites é o maior tesouro do homem", me fascinava tudo naquela peça . Talvez eu passasse horas o admirando, ou com ele nos meus grandes cabelos negros enquanto lia livros dos mais diversos assuntos. Essa era a minha diversão, ainda é na verdade e acredito que seria enquanto eu vivesse. Aprender, criar, imaginar, algo que me fascina tanto !

   Muitos me incomodavam, dizendo para largar os livros. Afinal, para mentes pequenas, os livros eram necessários apenas para os homens que iriam trabalhar com medicina ou algo do tipo, não para uma garotinha, mas eu não me importava, não se eles me deixassem ler.

   Mais tarde, naquele mesmo ano, uma praga assolou aquele reino, as plantações e os animais morriam em uma quantidade assustadora. Não demorou pra comida faltar. As refeições agora eram 1/3 ou menos das anteriores e logicamente, se os com posses tinham direito a isso, os mais pobres não tinham mais comida. Isso me preocupou, como nada antes havia preocupado. Então, percebi que se os outros não achavam solução, eu precisava agir !

   Horas, dias, semanas se passavam e a situação era cada vez pior. Meus afazeres haviam mudado, agora não tirava os olhos dos livros, tudo bem, talvez essa parte não havia mudado tanto mas... Eu procurava uma solução em tudo que é lugar, testava soluções. Foram longas noites sem dormir, ou ao menos passando uma parte da madrugada em claro já que sempre depois de umas horas, meus olhos cansados acabavam me traindo e eu dormia sobre os livros, mas ainda assim foram longas noites e dias até finalmente conseguir algum progresso. Uma plantinha infectada parecerá se curar com uma solução que experimentei, passei mais alguns dias testando ela em tudo que podia e não havia dúvidas, aquela era a cura.

   Poderia ter apenas seis anos, mas ainda assim me sentia orgulhosa enquanto corria para o castelo. Os grandes cabelos negros voavam atrás de mim quando cheguei, ofegante ao castelo. O rei e os homens mais ricos, incluindo meu pai, estavam em reunião. Entrei na sala atraindo toda a atenção para mim, teria me incomodado se não estivesse tão animada com a ideia de salvar o reino. Vi o meu pai me fuzilando com um olhar de que conversaríamos mais tarde, mas ignorei, fazendo uma reverência ao rei:

Hogwarts: O conto dos quatro bruxosWhere stories live. Discover now