ஜ dois.

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E L L A

Assim que chego em frente a porta de tom caramelo, com uma combinação de letras, sinto meu estômago se revirar levemente. Talvez ansiedade, talvez nervosismo.

Como se fosse a primeira vez.

Deslizo as minhas mãos finas e pálidas para dentro da bolsa sustentada por meus ombros e procuro o cartão, qual Luke havia me dado assim que chegamos no hotel. Prendo a respiração assim que o insiro, ouvindo um tilintar indicando que havia liberado. Meus olhos castanhos passam por todo corredor, como se um grande intrometido fosse me capturar bem ali, então quase pulo dentro do quarto.

Meus olhos precisam se acostumar com o escuro profundo do quarto, que parecia completamente vazio e intocável se não fosse pelo par de botas de couro no chão. Ando até a única janela do quarto, que levava a uma varanda pequena. Cada luz externa parecia dar um reflexo no chão amadeirado no quarto, possibilitando ainda que pouca visão.

Quando faço uma leve pressão no vidro, em uma tentativa falha de abrir a porta, sinto braços fortes agarrarem minha cintura e o perfume único de Luke me consumir. Tenho certeza que ele não veste sua camiseta, já que consigo sentir o relevo da textura de sua pele tocando minhas costas.

—Achei que não viria.—Ele diz, com a voz mais rouca que seu normal. Prendo a respiração no mesmo segundo que Luke pressiona as pontas de seus dedos no final de minha barriga.—Perdeu o meu banho.

—Eu não acho que tenha motivos para dividir com você.—Prendo a risada, deixando que minha cabeça se apoie sobre o peitoral dele. Seu nariz desliza por meu cabelo e tenho certeza que ele inspira o perfume que tanto elogia.—Luke.

—Eu sinto sua falta, há algo de errado nisso?

Sem que eu ao menos respondessem, as mãos de Luke são ágeis para me virar em sua direção e tomar meus lábios em um beijo ávido, que toma todo meu fôlego e a voz interior que dizia para correr de Luke.

Me esquivar de todos os sentimentos que corriam por todo meu corpo naquele instante, sentindo que eu pertencia a ele.

Um murmúrio baixo e sôfrego escapa dos meus lábios no instante que deixo minhas pernas circularem os quadris de Luke, sentindo que ambas partes íntimas dos nossos corpos se tocassem por míseros segundos.

—Preciso de você.—Sussurro, tendo uma trégua em nosso beijo. O ar parecia tóxico no instante que me afasto, espalmando minhas mãos no peitoral despido de Luke e o jogando sobre a cama.

—O que vai fazer?—Ele pergunta, parecendo não conseguir tirar os olhos do meu corpo, ainda a sua frente mas longe o bastante para não me tocar. Um sorriso cheio de luxúria toma meus lábios.

Sem deixar que a provocação acabasse, deslizo meus dedos até o zíper do vestido que usava e o abro, jogando com a mente de Luke. Sem que pudesse se controlar, o maior envolve as pernas ao redor do meu quadril e puxa meu corpo sobre o dele, enrolando suas grandes mãos em meus cabelos bagunçados e descendo meus próprios beijos por todo seu corpo.

Na manhã seguinte preciso dar certo apoio a meu corpo no intuito de ao menos conseguir me levantar da cama. Luke ainda permanece adormecido, com o rosto escondido entre os cachos e os lençóis brancos e confortáveis, amassados por tudo que fizemos na última noite.

Deixo que meus dedos se enrolem nas curvas douradas em seus cabelos e esboço um pequeno sorriso, me vendo completamente perdida em seus traços. Antes que pudesse me afastar, sabendo que necessitava extremamente de um banho, Luke segura minha mão com firmeza e entrelaça nossos dedos.

—Fica.

—Eu só vou tomar um banho.—Sussurro, deixando que o lençol que cobria meu corpo se tornasse mais justo ao me ajoelhar do lado da cama. O loiro me revela seus olhos azuis, sonolentos pelo horário.—Eu volto.

—Toma aqui, por favor.

—Você acabou de perder uma das suas camisetas.—Rio, em um tom baixo demais para o incomodar. Com certo cuidado, me desvencilho das mãos de Luke e sigo ao banheiro, deixando a água quente levar os resquícios dele em meu corpo.

Já era metade da tarde quanto todos nos encontramos no restaurante do hotel, com feições que entregavam a ressaca e a bagunça feita na última noite. No nosso caso, sem álcool algum no sangue.

Levo a xícara de café até meus lábios lentamente, já que me sinto completamente analisada por Luke do outro lado da mesa. Assim que o encaro de volta, na mesma intensidade, Luke me lança um sorriso malicioso tão grande que Ashton engasga.

—Tudo bem, Ash?—Crystal pergunta em um tom materno e eu levo o garfo tingido por chocolate até meus lábios, tentando não gargalhar. Luke parece fazer o mesmo, já que solta um suspiro longo.

—Claro, eu só estou tentando permanecer puro nessa mesa.—Ele usa seus longos dedos para apontar na direção do loiro que não se segura, soltando uma gargalhada alta enquanto se espreguiça na mesa, de uma forma tão preguiçosa que sinto vontade de me aconchegar em seu colo.

—Bom dia.—Elise tem seu rosto tomado por estresse, e eu nem ouso tentar brincar, minha melhor amiga praticamente se joga na cadeira ao meu lado, massageando as têmporas com certa rigidez.

—O que foi?—Sussurro ao notar que haviam dispersado, conversando sobre assuntos diversos que iriam de clima até nosso próximo destino. A loira pesa a cabeça sobre a cadeira e me encara com certa tristeza.

—Eu fiz uma grande bagunça.

A minha garganta seca no momento em que vejo a figura feminina da porta, com um modelito caro demais para que eu pudesse pensar em vestir. Ela acena levemente em nossa direção, mas diferente do esperado, se senta de costas para nossa mesa, cruzando as pernas educadamente.

—Quem é? —Pergunto, sabendo que era curiosa o bastante para quase estar pulando na cadeira de Michael, onde tinha a melhor visão da morena.

—Essa é a escapatória do Luke.

"I'm falling backdown in now, baby, now, baby
My mind is collapsing, I'm crazy
I'm falling back down in now, baby."
—Lost The Game, Two Feet.

late night; lrhWhere stories live. Discover now