✥ Parte 1 ✥

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O que faria uma pessoa a ser eterna? Qualquer pessoa responderia a essa pergunta dizendo nada, é impossível sem ao menos raciocinar

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O que faria uma pessoa a ser eterna? Qualquer pessoa responderia a essa pergunta dizendo nada, é impossível sem ao menos raciocinar. Era isso que eu também pensava antes de minha vida tomar um rumo diferente, um rumo onde Vovó Púrpura não estaria mais presente.

Recordo bem no decorrer de meus quinze anos de vida, Vovó persistia em dizer a maluquice que viveria para sempre. Eu achava que foi por esse motivo se tornou uma Bruxa aventureira, que conseguiu rodar metade do mundo com uma vassoura enfeitada atrás de uma resposta para isso. Mas tornar-se imortal não significava puxar e soltar o ar com o pulmão por toda a eternidade, há várias formas de se manter no presente sem estar nele de fato. Vovó Purpura queria apenas tornar-se memorável, concretamente, o bastante para ser lembrada por bastantes gerações.

Mas seu sonho não foi em vão. Antes mesmo dos 92 anos, Vovó Purpura já havia conseguido se tornar eterna, pelo menos para mim, e eu nem havia me dado conta disso.

Ela quase não era vista em sua residência ou em almoços de família, isso foi ficando mais recorrente conforme minha altura passou de um metro. No entanto, quando bem menorzinha, era comum que ela desse as caras na casa de meus Pais em tardes de domingo. Eu sempre abria um sorriso todas as vezes que a porta batia na sequência de três toques seguidamente rápidos, toctoctoc, sabia que do outro lado estava a Velhinha trajada de feiticeira, forte o bastante para aguentar carregar uma cesta cheia de doces para eu e meu irmão, Hopp. Almoçávamos juntos, humanos e Animálias, todos na mesma mesa.  Em seguida Vovó me acompanhava até o meu quarto, onde penteava meu cabelo por quase a tarde toda enquanto contava o mesmo conto de fadas de sempre: A bruxinha que beijou a si mesma para tonar-se metamorfose e se livrar de uma maldição. E no final, eu sempre questionava o que era metamorfose, ganhando a simples resposta de que um dia eu descobriria sozinha. Me questionava em silêncio se descobrir tal coisa me tornaria uma Bruxa Aventureira como ela.

Era impressionante como todos sempre aprendiam algo com Vovó Purpura. Eu finquei tanto nessa ideia de Bruxa Aventureira por sua causa, que estava quase me convencendo de que eu tinha que me concentrar em Geografia astral, era isso que tinha a me ensinar. Mas fui desenganada quando Vovó Púrpura me disse que conseguir captar os alcances com mais concentração de magia em um mapa-múndi era uma inspiração, não um aprendizado.  Por fim, pressionou a mesma tecla voltando ao assunto de que eu vivia nas nuvens por não conseguir pegar no ar o que já estava claro. Mas Vovó se esquecia que ela também vivia nas nuvens, literalmente, passando horas se locomovendo ao redor delas, por isso eu não levava tão ao pé da letra.

Em geral, Vovó não era conhecida apenas por ser misteriosa. Era uma pessoa cuidadosa, em exagero, não só com sua família, também com estranhos: qualquer um que precisasse de uma ação caridosa. A primeira coisa que Papai disse quando soube de sua passagem foi O coração de Purpura-Sama parou por carregar tanta bondade.

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