Pequeno Garfanhoto

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Eu te vi hoje,
Foi-me estranho ainda ser capaz de sentir aquele embrulho na barriga ao observar-te, ao observar teus movimentos.

Movimentos tão belos, tão precisos, tão espetaculares. Tu fazes a tua arte tão bem conhecida ser desconhecida. Se moves sem vergonha, sem impedimentos, sem medo.

O ar ao teu redor, o teu suor, a tua energia. Tudo em ti é arte, não importa em ser barroca ou impressionista, é tua arte, não precisa de rótulos e nem precisa ser cobiçada. Tua arte, tua diversidade, tua carne, teu ser, Deus...

É glamouroso a tua interpretação e a tua paixão. Consigo ver teus olhos queimando de adoração e devoção.

Jamais serei capaz de decifrar-te, de decifrar você. Minhas memórias e minha visão sempre o lembrarão, como a luz no fim do túnel, como aquele capaz de se sentir vivo novamente.

Dance na tua arte, se mova sem escrúpulos, todos podem ver, mas poucos o enxergarão, pouquíssimos o compreenderão.

Criança, aproveita da tua mocidade, tenha a prática de se manter real, de se manter intacto. Escute teu corpo, explore teu interior, seja ímpeto.

O maneio com as mãos, a ordem da tua respiração, o respingo do teu suor.

Consigo ver o que a tua arte é para ti, ela é um mar, certo? E tu só queres nadar.

Então nade, meu pequeno garfanhoto.

𝑀𝑂𝑀𝐸𝑁𝑇𝑂𝑆.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora