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era novembro
às quatro horas em ponto
quando vós mercê robou me a mente.

minha sinhá, diga-me a cor do teu coração
mas não diga a cor de tua alma.

meu senhor,
vós mercê conhece meu pai, seu senhor?
decerto que conheça, peço-te que não espalhe o teu amor por mim.

vós mercê pode conhecer o amor, mas decerto que não conheces a salmoura.

querida sinhá, se para amar te terei que pagar grande sacrifício, assim o farei.

sou um alguém privado de liberdade, e humilhado por ser quem sou.

não deixe me ainda mais com o coração partido.

teu coração é um dos mais puros que conheci, mas tuas ações são inconsequentes.

meu senhor, retorne então para tua senzala, não é que eu não te ame, mas é que a mim, esse direito foi-se também.

𝑀𝑂𝑀𝐸𝑁𝑇𝑂𝑆.Where stories live. Discover now