O Companheiro

Capítulo 3

Alicia estava tão deslumbrada e confesso que também estava, decidi que vou aproveitar essa noite e esquecer os problemas porque eu mereço.

Começamos a nos soltar depois de conferir o território, fomos até o bar e alguns drinks mais tarde já não sabia onde Alicia estava. Resolvi então voltar para a pista de dança, se tivesse a oportunidade queria agradecer o DJ pela playlist maravilhosa.

Estava tão absorta na música que nem percebi que tinha alguém com o corpo colado ao meu. Me virei rapidamente, dando de cara com um rapaz moreno, uns centímetros mais alto que eu, cabelos cacheados e olhos de um azul mar.

- Olá, muito prazer, Breno. - Sorriu, acho que vou desmaiar.

- Olá Breno, muito prazer, Melina. - O prazer é todo meu gostosão.

- Fiquei te observando desde que chegou, você é muito linda. - Senti suas mãos deslizarem por minha cintura me aproximando mais de seu corpo.

- Obrigada, você também é lindo. - Embora eu não tenha reparado nele antes, nem sabia que estava me observando, as vezes sou meio desligada.

- Hum, obrigada. - Sorriu e grudou seu corpo no meu, seguindo o ritmo da música.

Minutos mais tarde já estava mais altinha, Breno então nem se fala, me agarrava sem nenhum pudor na pista. Mas, porém, entretanto ainda não tinha encostado um dedo na minha boca, já estava frustrada.

- Ei Bre.

- Fala minha gata - Beijava meu pescoço me dando leves mordidas.

- Quero te beijar. - Ele parou as carícias e me encarou.

- Pensei que nunca ia pedir. - E no mesmo instante assaltou minha boca com ímpeto, me deixando totalmente sem folego.

E precisava pedir? Um cara gato e cavalheiro na medida certa não é todo dia que aparece, vou aproveitar o máximo que der porque amanhã já é outro dia galera linda, e depois da meia noite a magia acaba.

Ainda envolvida no beijo senti aquele mesmo calafrio de quando entrei, não sabia dizer se era algo bom ou ruim. Separei meus lábios dos de Breno encarando-o um pouco sem graça, tinha perdido o clima sem razão alguma.

E foi então que eu vi.

Na área vip, uma imponente figura de olhos verdes brilhantes, me encarava como um predador antes de atacar sua presa. Jonathan McFury com toda certeza sabia da sua incrível capacidade de hipnotizar o sexo oposto, com sua beleza impecável e tentadora, conseguiria ofuscar qualquer cara que quisesse competir com ele.

Ele degustava sua bebida quase sexualmente, o que eu creio ser um atentado ao pudor. Seu olhar não desviou em nenhum momento e eu sustentei o mesmo com a mesma intensidade, estava me sentindo em uma competição. Uma deliciosa competição.

- Tá tudo bem Melina? – Eu tinha me esquecido totalmente do Bruno. Breno, Breno.

- Hum, é... Tô bem, tô bem. – Sorri sem graça, disfarçando e dando atenção a ele. 

- Que bom porque eu quero te beijar de novo. – Nem tive tempo para pensar e seus lábios já encontravam os meus novamente.

Tentei fingir que não estava sendo observada, com algumas doses consegui por um tempo, dei desculpa para sair um pouco da pista mas Breno parecia ter uma duracel na bunda, queria dançar todas as músicas.

Estava animada confesso, mas só até o momento que eu ainda não tinha visto o chefe, depois não conseguia tirar a imagem dele da cabeça, além do sonho que fiquei o dia todo tentando esquecer, que voltou com toda força na minha mente, as imagens passavam como flashes repetitivos.

Em alguns momentos meu olhar não se continha, e lá estava ele, parecia que não tinha nada mais interessante para fazer. Não sei o que deu em mim para ficar paquerando o chefe, acho que estou louca, e além disso o cara é noivo.

Melhor acabar logo com isso, antes que dê merda.

- Acho que já deu minha hora. Preciso achar minha amiga.

- Hey, Mel, eu fiz algo errado? Você está meio estranha. – Oh céus.

- Não, imagina. Você foi perfeito, eu só tenho que ir mesmo. – Saí da pista apressadamente, conforme minhas pernas bambas me possibilitavam.

Realmente não sei o que deu em mim, perdi a linha e não foi por causa da bebida. Fui direto para o banheiro, não iria conseguir achar Alicia no meio da multidão, resolvi me acalmar. Tinha algumas mulheres no banheiro que era um luxo, e provavelmente maior que o meu apartamento.

Esvaziei a bexiga e fui olhar minha situação no espelho, minha maquiagem estava um pouco borrada, mas nada grave. Arrumei o cabelo, sequei um pouco o suor do pescoço e retoquei o batom, agora preciso achar a maluca.

Ia saindo do banheiro distraída mandando mensagem para Alicia, quando sinto alguém agarrando meu braço.

- Ou, ou, o que isso, meu querido? Tá achando que tá lidando com suas negas? – Confesso que quando olhei para cara do brutamontes, tremi na base.

- Me acompanhe senhorita. – Saiu me puxando.

- E por que eu deveria? – Tô ficando assustada real, não quero ser sequestrada e ir parar na Turquia, minha mãe me mata.

- Sigo ordens senhorita, só me acompanhe. – Continuou o caminho agarrado no meu braço, indo em direção ao elevador, comecei a dar tapas nele.

- Me solta seu troglodita, eu vou gritar. – Minha mão vai ficar doendo, certeza.

- Para com isso garota, urgh, olha as merdas que o chefe me envolve. Não sou pago para isso. – Praticamente me jogou dentro do elevador.

- Eu tenho parentes da máfia, só para você saber, se eu sumir vocês vão pagar caro. – Era tudo mentira, mas tinha que jogar um verde né.

O cara de Sherek me ignorou completamente, assim que o elevador parou e as portas se abriram, pude ver que estávamos em uma sala rústica, mas que contrastava perfeitamente com o clima da boate.

Fui empurrada para fora do elevador, e nem tive chance de protestar quase fiquei com o nariz preso na porta. É agora que eu vou ser raptada e enviada para Turquia.

Me virei lentamente e como a sala estava em meia-luz não reconheci quem era que se encontrava nas sombras. Mas o arrepio estava lá, o maldito arrepio.

Não pode ser.

- Olá Melina.

***
Heyy pessoal as coisas estão esquentando hehe, espero que estejam gostando da história, e se estiverem deixem seu comentário e sua estrelinha. Muitoo obrigado a todos(as) que estão acompanhando, beijos de luz e até o próximo capítulo ❣