12- carma

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Sina deinert:

Eu já não era humana; era líquido. Quente, líquido maleável apenas esperando por alguma força para me remodelar. Tudo o que ele tinha dito deflagrou uma necessidade dentro de mim até que uma febre se espalhou em toda a minha testa, mas eu não conseguia falar tão sordidamente. Somente se você tivesse um telefone em sua mão. Abaixando os meus olhos,
sussurrei:

- Eu quero... eu quero...

Noah apertou seus dedos na minha mandíbula.

- Diga isso.

Seus olhos brilharam e o equívoco de que ele não conhecia paixão dissolveu. Ele conhecia isso. Ele o exercia. Ele escondeu-o sob camadas e camadas de mistério que eu nunca esperaria desvendar. Tomando uma respiração  instável, amaldiçoando o espartilho, eu disse:

- Eu quero a sua boca.

Ele assentiu.

- Bem. Mas eu vou ter a sua primeira.

Seu polegar acariciou meus lábios novamente, espalhando o meu batom  vermelho, e penetrando a minha boca.

Eu congelei, os olhos arregalados e trancados nos seus.

- Onde você quer?

Sua voz tornou-se somente um maldito murmuro impossível de ignorar, mortal para os meus ouvidos e para o meu corpo.

Ele não se importava com a garçonete
ou que qualquer pessoa na rua escura podia nos ver. Ele apenas me prendeu com os olhos verdes inabaláveis e enganchou seu polegar contra a minha língua.

Eu não podia falar. Sua grande palma me segurou imóvel, enquanto seu dedo me rendia em silêncio. Eu não sabia o que fazer. Devo chupar? Morder? Não fazer nada?

Noah sorriu, não era a sua borda gelada de costume, mas não era suave também.

- Siga seus instintos. Você quer chupar, então chupe.

Ele forçou o polegar mais profundo em minha boca, os olhos escurecendo. Ele tão facilmente me colocou em uma posição de submissão, mas eu nunca me senti tão poderosa. Fechando meus lábios, eu chupei. Uma vez.

Sua mandíbula apertou, mas nada mais.

Eu fiz isso de novo, lambendo o dedo com minha língua ávida. Minha boca cheia de líquido, provando-o.

Querendo ele. Cada sugada enviava uma onda de necessidade insaciável para o meu núcleo, deixando-me molhada.

Os ombros de Noah ficaram tensos.

- Vê? Você não precisa me dizer o que quer. Seu corpo faz por você. Você me surpreendeu, e não é uma coisa fácil de fazer.

Meu vestido sussurrava quando ele envolveu um braço em volta da minha cintura, me arrastando contra seu corpo duro.

Eu fui de bom grado, presa de tantas maneiras. Minha mente estava consumida por ele. Houve paz naquele momento. Desejo sim, definitivamente febril, mas também serenidade na atenção completa que ele exigia. Eu não tinha que pensar na minha família, na minha empresa, no meu horário de trabalho sem fim.

Eu era nada além de carne, sangue e ossos.

Eu era necessidade personificada, e só Noah podia apagar o fogo que ele tinha seduzido.

Seus lábios roçaram em meu ouvido novamente. Eu fiquei tensa para a mordida.

- Sabe o que mais o seu corpo me diz?

Eu balancei a cabeça, girando minha língua em torno de seu polegar. Meu núcleo apertado; minha mente em branco. O momento de privacidade  intensa aconteceu em um sofá muito público em uma janela do café.

Indebted (noart)Where stories live. Discover now