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Ele e sua mania boba de sentir ciúmes do que já é dele.
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Acomodo-me na mesa da cafeteira, aguardo o garçom trazer meu café expresso ao leite com canela e finalmente abro meu notebook. Arregaço as mangas, estralo alguns dedos das mãos, tomo um gole do líquido doce e quente e pronto, estou preparada para iniciar mais uma página da minha dissertação da faculdade.
Sempre faço esse ritual quando se trata de escrever alguma coisa ou trabalho da universidade. Sou uma garota muito distraída, não consigo me concentrar cem por cento quando estou em casa, ou até mesmo na própria universidade, o curioso é que a cafeteria é o único lugar onde eu encontro a concentração que eu preciso.
Início mais um rascunho da minha grande dissertação - que terei que apresentar em sala, aliás. - As palavras brotam em minha mente e eu começo a escrever rapidamente sem prestar atenção em nada que acontece a minha volta.
Sinto alguém chamar minha atenção, imediatamente paro o que estou fazendo e vejo que se trata do garçom do estabelecimento.
- Desculpe incomodar - ele inicia sem jeito por ter me atrapalhado. - Mas eu trouxe esses bolinhos para a senhorita.
- Eu não pedi bolinhos. - digo rapidamente.
- Eu sei, ele foi mandado por uma outra pessoa. - o garçom explica colocando os bolinhos sobre a mesa.
- Que pessoa? - passo meus olhos ao redor da cafeteria.
- Um dos clientes, pagou e mandou eu lhe entregar. Aquele garoto simpático bem alí. - o garçom aponta para um jovem de cabelos castanhos do outro lado do lugar.
Analisei o rapaz indicado pelo garçom e ri comigo mesma. O garoto parecia ter muitos anos a menos que eu e quando percebeu que eu o olhava o descarado me mandou uma piscadela. Eu neguei com a cabeça desviando meu olhar.
- Sinto muito, mas não posso aceitar! - Informo.
- Entendo, mas esse é meu trabalho, eu tenho que entregar. - O garçom deixa o prato em minha mesa e volta para sua bancada.
Eu rio da situação e ignoro totalmente os bolinhos em minha frente. Eu até poderia come-los, já que o cheiro esta ótimo, porém não quero dar motivos para o rapazinho entender as coisas errado e outra, eu não posso perder mais tempo, tenho que voltar a escrever.
