Ele tem um toque especial, porém sua ignorância toma conta de tudo e seu jeito agressivo de me pegar de certa forma me deixa enlouquecida. Paro o beijo e olho dentro de seus olhos.
- Não repita isso, por favor – ordeno e me ajeito na cadeira.
- Se quiser eu saio para deixar vocês sozinhos – opina Rosa.
- Sim, pode se retirar – declara ele.
- Você vai ficar, querida – dou um sorriso ordenando.
Eu não vou dar mole e nem total liberdade para esse menino. Às vezes tenho um receio de ficar entre quatro paredes e me render por inteira.
Sinto seu pé tocar o meu por debaixo da mesa. Olho em sua direção e vejo um sorriso malicioso de sua parte. Ignoro e continuo, dando mais uma garfada.
- Gente, vocês estão estudando para prova de história? – pergunta Rosa, tentando quebrar o gelo.
Sinto Henry bufar e dando garfadas rápidas, mastigando com a boca meio aberta. Realmente ele não tinha modos nem classe, porém me tocava de uma forma tão suave e agressiva ao mesmo tempo. Literalmente ele era intrigante.
- Tem planos para essa tarde, Rosa?
- Vou estudar Raquel, por quê?
Henry imediatamente para de dar garfadas e presta atenção em nossa conversa.
- Vem passar a tarde em minha casa, assim podemos conversar e nos conhecer melhor.
Ela se encolhe em sua cadeira, ficando com olhar meio tímido.
- Não aceito não como resposta – afirmo.
- Tudo bem – responde cabisbaixa.
O alarme toca. Saímos do refeitório e fomos em direção ao banheiro, deixando Henry para trás. Dou uma disfarçada, olho para trás e vejo Estefani sentando na cadeira perto dele.
Após entrarmos, me olho no espelho e abro a torneira, lavando meu rosto rapidamente.
Acho que o namoro não esta indo nada bem, né, patriçoca? – Pergunta a vaca da Estefani, ficando ao meu lado e olhando sobre o espelho.
Vamos para sala logo, Raquel – diz Rosa.
Hum... Esta é a amiguinha da garota mais estranha da cidade? Bom, não me surpreendo, pois até que se igualam a este ponto.
Bato com a mão na bancada da pia e me viro para ela.
Ô, espanador, respeite a minha amiga Rosa, senão vai levar uma surra e será pior do que aquela que lhe dei – grito, chegando meu rosto próximo ao dela e cuspo.
Raquel, não a ouça. Vamos – exclama Rosa, puxando pelo meu braço.
Patricinha, você me paga! – Diz com um tom leve, me empurra e sai rapidamente do local.
Rosa começa a tremer e saem lágrimas de seus olhos.
O que foi, Rosa?
Raquel, ela é muito perigosa. Tome cuidado com ela.
Para de ser boba. Sou muito pior que ela. E agora pare de chorar – exclamo, limpando seus olhos.
Sinto Rosa soluçar. Saímos de braço dado e vamos para sala. Observo Henry sentado ao lado d Estefani. Ele olha em meus olhos e, passando ao seu lado, faço uma cara séria. Então sigo em direção à mesa onde estava com Rosa.
Sentadas nas nossas cadeiras, Rosa começa apontar e escrever a resposta do nosso trabalho. Eu fico perdida no tempo, pensando na bruaca da Estefani e no ridículo do Henry. Estava sentindo uma raiva imensa dele por, depois de tudo, aceitar sentar ao lado dela.
O que você acha da questão número 5? Posso responder desta forma? – Questiona Rosa, apontando para o texto do livro.
Olho ela e dou um sorriso.
Responda como quiser, meu anjo – afirmo.
***
O sinal de saída toca. Levanto-me e ponho a mochila nas costas. Coloco o fone nos meus ouvidos e vou em direção da saída sem me despedir de ninguém. O pessoal da sala sai rapidamente e vou junto com o tumulto. Então sinto alguém puxando meu braço.
Vejo que a pessoa que me puxa é Henry. Ele me envolve em seus braços.
O que esta acontecendo com você? – pergunta olhando em meus olhos.
Não está acontecendo nada, agora me solte – digo com a mão trêmula.
Ok, vamos para caminhonete. Vou lhe deixar em casa – ordenou, colocando os braços em volto do meu ombro.
Concordo com a cabeça e vou seguindo para o lado de fora do colégio sem dizer nada. Com um rosto meio sério, entro na caminhonete e coloco minhas pernas em cima da porta-luvas.
Você como sempre exibindo essas suas pernas lindas – exclama, entrando na caminhonete e dando um sorriso de lado.
Deu-me um arrepio o jeito que ele falou comigo, porém me segurei até ele colocar uma de suas mãos na minha coxa. Comecei a me arrepiar e parti pra cima dele como uma onça, porém uma onça selvagem.
Sentei em seu colo, beijei sua boca e alisei seu rosto. Não estava me importando se estava no estacionamento da escola, só queria me expressar e me libertar. Tirei sua camisa e arranhei suavemente suas costas, beijando seu pescoço e alisando seu rosto, beijando sua boca e puxando seu cabelo escuro, e passando meu lábio em seu rosto.
Pressionava seu peito e o beijava ao mesmo tempo. Senti um volume, porém permaneci sentada em seu colo. Ele suspirava forte em meu ouvido, o que me dava uma sensação gostosa.
Você é sensacional – afirma, puxando levemente meu cabelo pela nuca e beijando minha boca.
Escutamos uma batida na porta da caminhonete. Paramos rapidamente o que fazíamos e olhamos para o lado. Era a diretora.
Vocês não estão em suas casas, então se retirem antes que levem uma suspensão – ordena.
Pulei rapidamente para o banco do carona, gargalhando sem parar. Henry saiu com o carro rapidamente e começamos a rir. Colocava a mão na boca para tentar segurar a risada, porém não aguentava.
Viu como é gostoso?
O que, Henry? – pergunto olhando para janela.
Nos libertarmos, fazer o que sentimos – exclama, colocando uma de suas mãos em minha perna.
Não é fácil. Daqui a pouco estou saindo daqui, minha mãe sempre estraga tudo. Não quero me apegar, por favor – respondo.
Nada é fácil. Confie em mim, irei te proteger de tudo – afirma, alisando minha coxa.
Todos dizem isso. Alfred dizia a mesma coisa e olha onde estou, em uma cidade no meio do nada, com um coração partido e com receio das coisas se perderem.
Olho para a paisagem. Desce uma lágrima de meus olhos e cruzo meus braços.
Vamos para minha fazenda.
Sinceramente hoje não dá, preciso de descanso – dou um sorriso.
Ele concorda com a cabeça e entra em uma estrada que dá em direção a minha casa. Chegando nela, paramos próximo e abro a porta, mas quando eu ia descer, ele me segurou. Quando olho, ele me agarra e me rouba um beijo. Retribuo, aliso seu rosto e desço.
- Amanhã nos falamos – exclama e sai com a caminhonete.
Paramos em distante da minha casa, dava para fazer uma caminhada boa. Continuo andando até minha casa quando ouço um assobio. Meu coração para na hora e vejo um arbusto se mexendo. Dele sai o inesperado.
Alfred, o que você está fazendo aqui? – pergunto boquiaberta.
Vim lhe buscar, Raquel. Vamos voltar para a cidade grande. Estou aqui com meu carro. Vamos fugir e morar só nos dois, sem regras idiotas – responde, dando um sorriso espontâneo.
Dou um sorriso eseguro sua mão fortemente.
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(COMPLETO)O Verdadeiro Sentido da Felicidade...
General FictionRaquel tinha uma visão limitada sobre sua vida, após a separação dos seus pais, ela deixou se envolver pelas drogas e se permitiu deixa-la consumir. Até sua mãe mudar de cidade tentando reverter o futuro da filha, o que ela não imaginava era que a c...