Capítulo 7 - Raquel ^.^

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Ele tem um toque especial, porém sua ignorância toma conta de tudo e seu jeito agressivo de me pegar de certa forma me deixa enlouquecida. Paro o beijo e olho dentro de seus olhos.

- Não repita isso, por favor – ordeno e me ajeito na cadeira.

- Se quiser eu saio para deixar vocês sozinhos – opina Rosa.

- Sim, pode se retirar – declara ele.

- Você vai ficar, querida – dou um sorriso ordenando.

Eu não vou dar mole e nem total liberdade para esse menino. Às vezes tenho um receio de ficar entre quatro paredes e me render por inteira.

Sinto seu pé tocar o meu por debaixo da mesa. Olho em sua direção e vejo um sorriso malicioso de sua parte. Ignoro e continuo, dando mais uma garfada.

- Gente, vocês estão estudando para prova de história? – pergunta Rosa, tentando quebrar o gelo.

Sinto Henry bufar e dando garfadas rápidas, mastigando com a boca meio aberta. Realmente ele não tinha modos nem classe, porém me tocava de uma forma tão suave e agressiva ao mesmo tempo. Literalmente ele era intrigante.

- Tem planos para essa tarde, Rosa?

- Vou estudar Raquel, por quê?

Henry imediatamente para de dar garfadas e presta atenção em nossa conversa.

- Vem passar a tarde em minha casa, assim podemos conversar e nos conhecer melhor.

Ela se encolhe em sua cadeira, ficando com olhar meio tímido.

- Não aceito não como resposta – afirmo.

- Tudo bem – responde cabisbaixa.

O alarme toca. Saímos do refeitório e fomos em direção ao banheiro, deixando Henry para trás. Dou uma disfarçada, olho para trás e vejo Estefani sentando na cadeira perto dele.

Após entrarmos, me olho no espelho e abro a torneira, lavando meu rosto rapidamente.

­ Acho que o namoro não esta indo nada bem, né, patriçoca? – Pergunta a vaca da Estefani, ficando ao meu lado e olhando sobre o espelho.

­ Vamos para sala logo, Raquel – diz Rosa.

­ Hum... Esta é a amiguinha da garota mais estranha da cidade? Bom, não me surpreendo, pois até que se igualam a este ponto.

Bato com a mão na bancada da pia e me viro para ela.

­ Ô, espanador, respeite a minha amiga Rosa, senão vai levar uma surra e será pior do que aquela que lhe dei – grito, chegando meu rosto próximo ao dela e cuspo.

­ Raquel, não a ouça. Vamos – exclama Rosa, puxando pelo meu braço.

­ Patricinha, você me paga! – Diz com um tom leve, me empurra e sai rapidamente do local.

Rosa começa a tremer e saem lágrimas de seus olhos.

­ O que foi, Rosa?

­ Raquel, ela é muito perigosa. Tome cuidado com ela.

­ Para de ser boba. Sou muito pior que ela. E agora pare de chorar – exclamo, limpando seus olhos.

Sinto Rosa soluçar. Saímos de braço dado e vamos para sala. Observo Henry sentado ao lado d Estefani. Ele olha em meus olhos e, passando ao seu lado, faço uma cara séria. Então sigo em direção à mesa onde estava com Rosa.

Sentadas nas nossas cadeiras, Rosa começa apontar e escrever a resposta do nosso trabalho. Eu fico perdida no tempo, pensando na bruaca da Estefani e no ridículo do Henry. Estava sentindo uma raiva imensa dele por, depois de tudo, aceitar sentar ao lado dela.

­ O que você acha da questão número 5? Posso responder desta forma? – Questiona Rosa, apontando para o texto do livro.

Olho ela e dou um sorriso.

­ Responda como quiser, meu anjo – afirmo.

***

O sinal de saída toca. Levanto-me e ponho a mochila nas costas. Coloco o fone nos meus ouvidos e vou em direção da saída sem me despedir de ninguém. O pessoal da sala sai rapidamente e vou junto com o tumulto. Então sinto alguém puxando meu braço.

Vejo que a pessoa que me puxa é Henry. Ele me envolve em seus braços.

­ O que esta acontecendo com você? – pergunta olhando em meus olhos.

­ Não está acontecendo nada, agora me solte – digo com a mão trêmula.

­ Ok, vamos para caminhonete. Vou lhe deixar em casa – ordenou, colocando os braços em volto do meu ombro.

Concordo com a cabeça e vou seguindo para o lado de fora do colégio sem dizer nada. Com um rosto meio sério, entro na caminhonete e coloco minhas pernas em cima da porta-luvas.

­ Você como sempre exibindo essas suas pernas lindas – exclama, entrando na caminhonete e dando um sorriso de lado.

Deu-me um arrepio o jeito que ele falou comigo, porém me segurei até ele colocar uma de suas mãos na minha coxa. Comecei a me arrepiar e parti pra cima dele como uma onça, porém uma onça selvagem.

Sentei em seu colo, beijei sua boca e alisei seu rosto. Não estava me importando se estava no estacionamento da escola, só queria me expressar e me libertar. Tirei sua camisa e arranhei suavemente suas costas, beijando seu pescoço e alisando seu rosto, beijando sua boca e puxando seu cabelo escuro, e passando meu lábio em seu rosto.

Pressionava seu peito e o beijava ao mesmo tempo. Senti um volume, porém permaneci sentada em seu colo. Ele suspirava forte em meu ouvido, o que me dava uma sensação gostosa.

­ Você é sensacional – afirma, puxando levemente meu cabelo pela nuca e beijando minha boca.

Escutamos uma batida na porta da caminhonete. Paramos rapidamente o que fazíamos e olhamos para o lado. Era a diretora.

­ Vocês não estão em suas casas, então se retirem antes que levem uma suspensão – ordena.

Pulei rapidamente para o banco do carona, gargalhando sem parar. Henry saiu com o carro rapidamente e começamos a rir. Colocava a mão na boca para tentar segurar a risada, porém não aguentava.

­ Viu como é gostoso?

­ O que, Henry? – pergunto olhando para janela.

­ Nos libertarmos, fazer o que sentimos – exclama, colocando uma de suas mãos em minha perna.

­ Não é fácil. Daqui a pouco estou saindo daqui, minha mãe sempre estraga tudo. Não quero me apegar, por favor – respondo.

­ Nada é fácil. Confie em mim, irei te proteger de tudo – afirma, alisando minha coxa.

Todos dizem isso. Alfred dizia a mesma coisa e olha onde estou, em uma cidade no meio do nada, com um coração partido e com receio das coisas se perderem.

Olho para a paisagem. Desce uma lágrima de meus olhos e cruzo meus braços.

­ Vamos para minha fazenda.

­ Sinceramente hoje não dá, preciso de descanso – dou um sorriso.

Ele concorda com a cabeça e entra em uma estrada que dá em direção a minha casa. Chegando nela, paramos próximo e abro a porta, mas quando eu ia descer, ele me segurou. Quando olho, ele me agarra e me rouba um beijo. Retribuo, aliso seu rosto e desço.

- Amanhã nos falamos – exclama e sai com a caminhonete.

Paramos em distante da minha casa, dava para fazer uma caminhada boa. Continuo andando até minha casa quando ouço um assobio. Meu coração para na hora e vejo um arbusto se mexendo. Dele sai o inesperado.

­ Alfred, o que você está fazendo aqui? – pergunto boquiaberta.

­ Vim lhe buscar, Raquel. Vamos voltar para a cidade grande. Estou aqui com meu carro. Vamos fugir e morar só nos dois, sem regras idiotas – responde, dando um sorriso espontâneo.

Dou um sorriso eseguro sua mão fortemente.    

(COMPLETO)O Verdadeiro Sentido da Felicidade...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora