O Companheiro

Capítulo 1

- Releva vai Mel, hoje ele está assim porque vai ter uma reunião com o Alfa.

- E o que eu tenho haver? - Disse me sentando na cadeira em frente à mesa, se tem uma coisa que movimenta os corredores dessa empresa é a ilustre presença do presidente, vulgo alfa.

- Todos sabemos que quando o chefão vem a coisa é muito séria, mas pelo que parece vai ter um evento da editora da família da noiva do Sr. McFury em Londres, toda a imprensa vai estar lá.- Sorriu arqueando as sobrancelhas.

- E para variar o Tobias vai ter que se virar em mil e enlouquecer a gente, enquanto os milionários só festejam.

- Enquanto O milionário aproveita né gata, porque até um tempo atrás a editora Clarkson estava quase falindo. - Pegou os papéis que o sem educação jogou na bancada.

- Disso já não sei, mas eu vou cuidar da minha vida antes que a Maricota volte com o ataque de pelancas. - Ainda pude ouvir a gargalhada da Isabel antes de ir para minha mesa.

O andar que eu trabalho não possui salas separadas, a não ser a do Tobias que é o chefe do departamento de marketing, design e afins. O local de trabalho da galera em geral é separado somente por divisórias transparentes, cada um com sua mesa e seu computador.

Os estagiários ficam misturados com o pessoal fixo, para que não haja separações e as famosas panelinhas, um sempre ajudando o outro.

Quando fiz login no computador, já me deparei com uma mensagem gigante no meu e-mail, delegando as tarefas que eu tinha de fazer. Parece que esse evento vai precisar de bastante divulgação, e olha aí eu fazendo coisas extras.

Mas a questão é, se o evento é da editora Clarkson, porque o departamento de marketing da McFury tem que fazer a divulgação? Ah, as vantagens de se ter um noivo milionário.

Passei a tarde inteira montando banners e outras coisa que nem me toquei que já tinha chegado o meu horário de intervalo. Desliguei tudo, peguei minha bolsa e saí para ir comer com Isabel em um restaurante bem simples a três quadras do edifício.

Conversamos sobre o dia corrido e como é injusto ter que fazer serviço dos outros. Parecíamos duas velhas ranzinzas, mas duas velhas com razão. O intervalo passou tão rápido quanto chegou e logo estávamos voltando ao trabalho.

Assim que cheguei, fui direto para o elevador e a Isabel ainda ficou na portaria batendo um papo com o Márcio. Como sempre eu a louca do café, fui até a copa pegar um copinho para tentar manter o foco no trabalho.

Voltei para o meu canto e tudo corria bem até começar ouvir os burburinhos do pessoal, arrumei meu óculos no rosto e quando vi a causa da comoção fiquei em choque.

Finalmente estava conhecendo o tão famoso alfa, o que raramente nos dava a honra da sua presença. E, puta merda, ele é mil vezes mais bonito do que eu imaginei. Alto, corpo bem definido, nada muito exagerado, pele levemente bronzeada, cílios pretos e os olhos, ah, olhos verdes brilhantes como esmeralda.

Eu devo estar com uma cara de abóbada nesse momento, Santo Zeus, que homem lindo, saiu do Olimpo só pode. Estava tão distraída que só percebi que se aproximavam da minha mesa alguns milésimos de segundos, o suficiente para me fazer passar vergonha por ter sido pega no flagra.

- Boa tarde Melina, esse é o nosso presidente Jonathan McFury, senhor essa é Melina Chaves nossa estagiária de design.

- Muito prazer Sr McFury. - Levantei apressadamente e estendi a mão para cumprimenta-lo, sendo correspondida com um aperto de mão firme e uma encarada de tirar o fôlego, meu rosto deve estar em um tom gravíssimo de escarlate.